Ana Rodrigues de volta ao Mundial e o ‘segredo’ para Paris-2024
Fotografia Luís Filipe Nunes/FPN

Ana Rodrigues de volta ao Mundial e o ‘segredo’ para Paris-2024

NATAÇÃO12.02.202406:06

Portugal volta a ter quatro naddadores nas eliminatorias do segundo dia da natação pura no Aspire Dome antes de, esta tarde, Diogo Ribeiro estar de volta à luta pelas medalhas nos 50 mariposa

Após o primeiro dia da natação pura no 21.º Mundial de Doha-2024 ter ficado marcado pela qualificação de Diogo Ribeiro para a final dos 50 mariposa, o que o torna no primeiro português finalista mais do que uma vez no campeonato e mantém viva a ambição de subir ao pódio como em Fukuoka-2023, onde foi prata - momento decisivo a ser vivido esta terça-feira, a partir das 16 horas -, antes, nas eliminatórias, outros quatro nadadores nacionais, dos nove que foram ao Qatar, fazem a estreia nesta edição.

Tamila Holub marcará presença nos 1500 livres, Camila Rebelo nos 100 costas, Ana Rodrigues nada os 100 bruços e, por fim, Gabriel Lopes os 100 costas. Todos já olímpicos, salvo Camila que, curiosamente, é a única dos quatro qualificada para os Jogos de Paris-2024, mas aos 200 costas. 

Destino para o qual, depois de algumas incertezas, no arranque desta temporada Ana, de 29 anos, assume, definitivamente, a candidatura. Apesar de uma carreira recheada de internacionalizações e até a participação olímpica em Londres-2012, para a nadadora da Desportiva de Viana este é apenas o segundo Mundial de piscina longa. 

Portugueses na segunda-feira (12 fev.)

Eliminatórias 6.30h, Meias-finais e finais 16.00h

1500 Livres F – Tamila Holub

100 Costas – Camila Rebelo

100 Bruços – Ana Rodrigues

100 Costas – Gabriel Lopes

50 mariposa final - Diogo Ribeiro

«Sim, irei fazer uma tentativa a uns segundos Jogos. Acho que este ano já podemos falar um bocadinho mais abertamente sobre isso. Ainda por cima abriram-se várias portas com a estafeta de 4x100 estilos e tudo mais. Penso que irá ser muito engraçado. Normalmente não temos uma estafeta feminina assim tão forte e completa, por isso também estou curiosa nesse sentido», confirmou Ana Rodrigues. 

E para alguém que tem uma carreira tão longa, com participação olímpica, muitos europeus de piscina longa e curta, não sente que é um pouco estranho que este seja apenas o segundo campeonato do mundo? «É um bocadinho… Lembro-me que na altura as equipas que iam para os Mundiais eram sempre bastante pequeninas e de então nunca ter essa oportunidade pois haviam sempre outras coisas a surgir, como os Jogos Olímpicos da Juventude em Singapura [foi bronze aos 50 bruços]. Por isso nunca aconteceu», vai contanto. 

«Essa foi a razão pela qual, no ano passado, fiquei tão contente quando fiz mínimos para o Mundial de Fukuoka e depois pensei que não terminaria a carreira sem ir a um campeonato do mundo. Realmente é uma atmosfera completamente diferente», vai contando. 

Recorde-se que, há sete meses, no Japão, Ana ainda disputou os 100 bruços (37.ª), mas depois teve de abdicar dos 50 livres e 50 bruços ao confirmar a lesão que sofrera num braço três dias antes de começar o campeonato ao fazer um treino de elásticos e ter calculado mal a chegada à parede. Apesar da dor, ainda foi competir, mas depois viu que não iria aguantar mais e corria o risco de agravar a lesão. 

E a aposta individual nos Jogos é em prova, 50 ou 100 bruços, 50 livres…? «Isso ainda está fechado…» responde rindo-se, «mas aqui só irei nadar as provas de bruços. Como havia a estafeta foquei-me apenas em bruços, basicamente nos 100 metros, que era o que necessitava. Mas o resto é ainda uma incógnita», deixa no ar. 

«Ainda estamos em fevereiro, tivemos uma época difícil em dezembro, com três/quatro competições seguidas, por isso ainda iremos ver. Mas tenho estado a treinar bem e ainda haverá várias oportunidades», explicou Ana que terá até 23 de junho para conseguir a qualificação individual. A estafeta é que fica fechada já neste Mundial.

Gabriel de «consciência tranquila e trabalho bem feito»

Também à procura dos mínimos olímpicos, mas no seu caso depois de ter competido nos 200 estilos em Tóquio-2020, Gabriel Lopes vive no Qatar o quarto Mundial. Os 200 estilos continuam a ser aposta, assim como os 100 bruços, prova que em Doha não irá nadar, surgindo hoje nos 100 costas. Distância que terá de cumprir integrado na estafeta masculina de 4x100 estilos devido à ausência de João Costa por ter sido operado ao ombro. Caso contrário, Lopes faria o percurso de bruços. 

Fotografia Simone Castrovillari

«O Europeu de curta [em dezembro] não correu como estávamos à espera, mas isso faz parte. Não é por uma prova correr bem ou mal que as seguintes serão na mesma linha. Estamos aqui de consciência tranquila, com o trabalho bem feito, portanto, com tudo para que corra bem», afiança o nadador do Louzan. 

SELEÇÃO NACIONAL

Ana Rodrigues -Desportiva de Viana
50 e 100 bruços

Camila Rebelo - Louzan Natação
50, 100 e 200 costas

Francisca Martins - Foca
200 e 400 livres

Mariana Cunha - Colégio Efanor
100 e 200 mariposa

Tamila Holub - Sp. Braga
800 e 1500 livres

Diogo Ribeiro - Benfica
50 e 100 livres, 50 e 100 mariposa

Gabriel Lopes - Louzan Natação
100 costas e 200 estilos

Francisco Quintas - Sporting
100 bruços

Miguel Nascimento - Benfica
50 livres

E, se bem me recordo, depois de em várias ocasiões ter sido sempre um dos mais novos da equipa, como é agora, aos 26 anos, ser o veterano em termos de experiência. Apenas o Miguel Nascimento e a Tamila Holub também têm quatro participações em Mundiais? Sente isso, de quase ser um capitão de equipa, que ajuda o mais novos? «Não é algo que faça conscientemente», declara tranquilamente. 

«Claro que se houver alguém que precise de alguma coisa, que veja que possa ajudar de alguma maneira, dou isso livremente, mas não me assumo como capitão, nem acho que alguém aqui o faça. Pela minha experiência, creio que não é necessário a intervenção de quem quer que seja, mas em caso de ser necessário alguma coisa, fá-lo-ei», concluiu Gabriel.    

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10 fevereiro 2024, 22:52

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Seleção de natação pura começa, este domingo, a competir no Qatar e, tal como Diogo Ribeiro, a nadadora do Louzan quer chegar à luta das medalhas. Mas não só, se possível, ainda conseguir uma segunda prova para nadar nos Jogos de Paris-2024 e ajudar Portugal a qualificar a estafeta de 4x100 estilos.