Yildiz de outra galáxia dá nova vitória à Juventus no Mundial de Clubes

Exibição fantástica do turco vale vitória por 4-1 frente ao Wydad Casablanca. Francisco Conceição e Alberto Costa foram titulares

Houve um momento ainda na primeira parte, quando Lorch fez aquele que, na altura, era o 1-2, em que se podia acreditar que o jogo entre Juventus e Wydad Casablanca não estava fechado. Um momento que ficou reforçado com a entrada bem conseguida do Wydad no segundo tempo, mas não passou mesmo de uma miragem. Porque esta Juventus de Igor Tudor, com Francisco Conceição e Alberto Costa a darem um toque totalmente português à ala direita, revelou, mais uma vez, porque é que merece ser uma das candidatas à conquista deste Mundial de Clubes.

É que a equipa transalpina, que se fixou num 3x4x3 com o musculadíssimo meio-campo de Khéphren Thuram e Weston McKennie, mostrou de princípio a fim capacidades coletivas que tornaram quase impossível ao Wydad Casablanca — que ainda conta com Amrabat, do alto dos 38 anos, como figura principal em termos criativos — contestar qualquer superioridade adversária. O emblema marroquino ainda foi feliz na exploração da profundidade no momento do golo de Lorch, aos 25 minutos, quando todos os bianconerii estavam projetados no ataque, mas tal só foi possível devido à postura que a Juve aplicou. Thuram e McKennie foram máquinas de recuperação, Alberto e Cambiaso projetaram-se e permitiram Conceição, Kolo Muani e Yildiz movimentarem-se pelo ataque, combinando e trocando as voltas à defesa adversária.

Fluidez, pressão e controlo. Foi este o cenário de jogo criado para que um jovem turco nascido na Alemanha fosse absoluto protagonista. O momento coletivo da Juventus é de louvar, mas deixa-se ofuscar perante a exibição individual de Kenan Yildiz. Boutouil, central do Wydad, passará certamente os próximos dias a pensar no avançado de 20 (!) anos que, logo aos seis minutos, obrigou o defesa a fazer autogolo, após um túnel a um adversário e combinação com Thuram. E não satisfeito por abrir o marcador, decidiu, com um disparo fantástico aos 16', aumentar a vantagem dos italianos. Um pontapé sensacional à entrada da área que ainda bate na malha superior da baliza de Benabid.

Dois lances decisivos que eram espelho do caos que o turco estava a criar na equipa adversária, que conseguiu reduzir aos 25'. Na segunda parte, já depois de Kolo Muani falhar um golo cantado e de Cambiaso atirar ao poste, chegou o terceiro da Juve, novamente com um gesto técnico fantástico de Yildiz, a tirar Boutouil (outra vez ele...) do caminho antes de encostar rasteiro e à base do poste. Saiu para um suspiro de alívio das bancadas, onde os adeptos do Wydad fizeram a festa do início ao fim. Houve ainda tempo para, de penálti, Vlahovic selar o 4-1 final.

Solidez coletiva, uma equipa bem organizada, com ideias afinadas e valores individuais diferenciados. A Juventus mostra uma cara diferente da da restante temporada neste Mundial de Clubes.