Anderlecht-FC Porto, 2-2 Vítor Bruno na sala de imprensa: «Nunca serei um problema para o FC Porto»

NACIONAL28.11.202421:05

Treinador passa ao lado da contestação que se ouviu nas bancadas, reconhece que empate é pouco para mudar o ciclo que a equipa vive, mas acredita que o trabalho vai recompensar os dragões no futuro

- Que análise faz deste resultado?

- É um resultado que me parece cruel, pela forma como os jogadores se entregaram ao jogo, como se empenharam, como foram determinados, como nunca se encolheram, como nunca se subjugaram àquilo que era o valor do adversário. Neste momento estamos a ser penalizados com tudo o que são pequenos erros e isso está-nos a custar caro. Agora, competimos, fomos intensos num campo difícil contra um adversário que está muito bem na Liga Europa. Já olhamos para o jogo de segunda-feira.

- Diz que o futebol é cruel. Como se pode evitar isso? Houve protestos dos adeptos no fim do jogo..

- Em relação aos erros, eles têm que ser corrigidos, essa é a conclusão. Temos espaço de treino para podermos também corrigir muito daquilo que vai aparecendo, a maturar muito daquilo que nos vai acontecendo, produzir aprendizagem e tentar evitar cometer esses erros. Essa é a nossa função, também, levar a treino muito daquilo que podem ser pequenos momentos que nós sentimos que estão a acontecer em jogo para que a equipa se sinta confortável no momento em que eles acontecem e possa dar uma resposta certa. Os lenços brancos eu não... Eu já disse, a principal preocupação não é comigo, é com o clube, é com os jogadores que mereciam ter ganhado, mereciam estar de sorriso na cara. Eu já disse uma vez, se me deslumbrasse de cada vez que falassem muito bem de mim ou se ficasse muito eufórico quando falam maravilhas… Ou se falasse quando falam mal de mim, era sinal de que eu não sabia quem era. Eu sei muito bem quem sou, sei aquilo que faço, nunca serei um problema para o FC Porto. Trabalho de alma e coração para o clube, há fases, são ciclos. Este ciclo está-nos a custar um pouco mais por aquilo que falei no início, cada pequeno erro está-nos a pesar. É acreditar que este ciclo vai ser revertido.

- O Pepê saiu fragilizado, o Galeno saiu em braços, o Gonçalo Borges tem oportunidade clara e depois há reação negativa dos adeptos. Que impacto isso pode ter?

 - Sim, mas os jogadores são humanos, porque eles sentem que estão a dar tudo e que neste momento por cada pequeno erro estão a ser penalizados. É natural que doa. Agora, se chorar é o caminho, se cair no chão é o caminho, os jogadores não conseguem ficar imunes a tudo aquilo que tem acontecido neste passado recente. Aquilo que mais gosto de ver é a forma como competimos, como fomos intensos, como fomos apaixonados, como fomos bravos a atacar o jogo perante um adversário que é forte e que está muito bem na Liga Europa, tem um ciclo de vitórias a jogar em casa. A equipa nunca se encolheu em nenhum momento, jogou de peito aberto a querer ganhá-lo e com vários momentos em que podia cair noutras condições, noutro contexto, ainda mais desfavorável do que este agora, que tem sido muito difícil, os jogadores nunca se encolheram, nunca caíram. Essa é a verdade. Sofremos um empate, voltámos a marcar, sofremos o 2-2, tivemos hipótese para fazer o 3-2. Se fosse uma equipa que tivesse completamente caída e desacreditada, não tinha essa capacidade de reação manifestou. Temos de agarrar-nos a isso. Eu acho que o conceito de equipa, disso que está a dizer, de levantar o Galeno, não sou eu, são todos, acho que esse tem que ser o grande pilar para aquilo que é o sucesso de uma equipa. Acredito muito nisso, naquilo que são as sinergias, na forma como estamos organizados, como se envolve, como se vincula, como se aglutina toda a gente em torno do objetivo, é isso que nós queremos neste momento, é ultrapassar esta fase, revertê-la. Tivemos uma fase muito boa também no passado, agora estamos a ter uma fase menos boa. É trabalhar, só no dicionário é que o sucesso vem antes do trabalho e nós aqui temos de trabalhar muito, muito, portanto temos uma fase que está a ser difícil, é preciso assumi-lo, mas isto vai passar, não toca só a nós, obviamente, vai tocar a mais gente.