Sporting: Saiba tudo o que disse Rúben Amorim
Rúben Amorim (IMAGO)
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Sporting: Saiba tudo o que disse Rúben Amorim

NACIONAL03.12.202320:27

Treinador leonino é claro no objetivo do jogo com o Gil Vicente: regressar às vitórias; Gyokeres está em dúvida para jogar de início

Rúben Amorim fez a antevisão do jogo de amanhã, às 20.15 horas, em Alvalade, com o Gil Vicente, referente à 12.ª jornada da Liga, com os adjuntos Tiago Ferreira, Jorge Vital e Carlos Fernandes presentes no Auditório Artur Agostinho. Recorde-se que o jogo será apitado por Cláudio Pereira (AF Aveiro), assistido por Hugo Ribeiro e José Mira. Vasco Santos e Nélson Cunha desempenham funções de VAR e AVAR.

- Após participação na Taça de Portugal e Liga Europa a equipa regressa aos jogos da Liga, depois de ter perdido o último. Qual o espírito para a receção ao Gil Vicente?

- O principal objetivo é regressar aos triunfos, a nossa grande prioridade, digamos assim. Na Taça de Portugal foi uma vitória normal, marcámos bastantes golos e fomos muito competentes. Na Liga Europa falhámos o principal objetivo que era ficar em primeiro, mas já garantimos a passagem, e é um bom sinal quando procuramos ser os melhores do grupo e não só apenas passar. Sabemos onde errámos e fui muito claro onde errámos nesse jogo, trabalhámos nisso um pouco dentro do possível. Só tivemos um treino completo com os jogadores aptos a correr um bocadinho. Preparámos ao máximo taticamente este jogo contra um treinador que ganhou cá no ano passado. Jogam muito bem, com três jogadores muito rápidos na frente, que depende também do avançado e as características da equipa mudam um bocadinho. Têm médios-centros que jogam muito bem, muito bons com a bola, e isso pode criar-nos problemas quando não temos bola. Portanto, um jogo complicado, mas queremos e precisamos de voltar às vitórias para seguirmos o nosso caminho. 

- Depois do jogo com a Atalanta disse que faz parte da identidade do Sporting complicar um bocadinho as coisas. Há algo mais profundo a fazer para mudar isso? A equipa sente-se mais pressionada? 

- Foram jogos onde fomos a melhor equipa. Não ganhámos os jogos, mas falei da mentalidade porque as equipas que ganham mais títulos são aquelas em que, mesmo não jogando bem, e nós provamos isso no primeiro ano, arranjam sempre maneira de ganhar. Disse anteriormente que há coisas que não se explicam. A bola quando bate em dois postes não se explica., não tem muito a ver com a mentalidade. Já disse mil vezes aqui que às vezes temos o jogo controlado e deixamos correr um bocadinho e no fim sofremos. Faz parte da identidade desta equipa. Somos muito competitivos, no ano passado não fomos no campeonato porque perdemos muitos pontos no início e quando conseguimos manter a estabilidade já não fomos a tempo. Este ano, estamos bem no campeonato, podíamos ter ganho no último jogo, tanto na Liga Europa como na Liga.

- Nos jogos de maior dificuldade o Sporting não ganhou nenhum, nomeadamente Benfica, SC Braga e os dois com a Atalanta. Falta estofo antes dos jogos de maior pressão?  

- Temos tido estofo para todos. Fomos a melhor equipa, volto a dizer, principalmente nos últimos dois jogos. Perdemos um jogo na Luz no primeiro ano e fomos campeões e, quanto a mim, não tínhamos nem de perto nem de longe o estofo que temos hoje. Há coisas que não se explicam. Penso que há dez clássicos que não conseguimos ganhar e isso é culpa do treinador, claramente. Mas o treinador quando começou ganhou cinco clássicos, quase sem saber ler nem escrever. Quando olho para a equipa, a forma como dominamos os jogos, mas não temos vindo a finalizar... esse é um problema que temos. Temos muito mais estofo do que há dois ou três anos. Cabe-me a mim não olhar só para os resultados. No primeiro ano, quando ganhámos no Dragão, saí com uma sensação de que o FC Porto dominou o jogo tivemos alguma sorte. Penso agora o mesmo na Luz... Não é tudo azar, mas falta qualquer coisa, mas quanto mim estamos mais preparados para ganhar jogos grandes do que antigamente. 

- Vem aí o FC Porto, amanhã se tiver o jogo controlado vai pedir ao Gonçalo Inácio, Coates e Hjulmand para forçarem amarelos e limparem frente ao V. Guimarães?

- Obviamente que não vamos fazer isso, porque são três pontos que estão em jogo. Substituições é uma coisa, num jogo em que tínhamos mais um elemento e dois golos de vantagem, isso é claramente diferente. Eu não vou pedir aos meus jogadores para levarem amarelos, não sabemos qual é o jogo mais importante.

- Pedro Gonçalves falhou dois golos praticamente feitos frente à Atalanta. Teve alguma conversa com ele?  

- Não falei nada com ele. São fases que acontecem. Já teve fases muito boas. Acho que o problema é ser um jovem que teve sempre fases muito boas e está a passar uma fase em que não marca os golos que devia. Tem uma exigência muito grande, as pessoas olham para ele e cinco golos num médio - que ele joga às vezes a médio - mais três assistências é pouco... Quanto melhores os jogadores são, maior é a exigência. Manter isso ano a ano é muito difícil. Volto a dizer, gosto muito de tudo o que o Pote faz. Neste jogo falhou duas oportunidades que não costuma falhar eportanto, ele está a sofrer com o sucesso que teve. Tem de apanhar o comboio outra vez, e vai apanhar. Não tive nenhuma conversa específica com ele, apenas tática para este jogo porque vai voltar a jogar.

- O jogador tem a mesma expressão que Paulinho tinha no ano passado quando falhava golos. Como é que se trabalha este tipo de situações? 

- A única forma de trabalhar é criar as situações no treino e voltar a fazer. Não temos tido muito tempo para treinar, simplesmente mostramos as imagens, por exemplo do momento em que remate, o que poderia ter feiro melhor, que lado pode escolher. O que não fazemos em campo tentamos fazemos através de imagens, com toda a equipa técnica. Quando a primeira entrar, eu dizia o mesmo do Paulinho, tudo começa a ser mais fácil. É uma fase em que temos de ter atenção aos aspetos técnico e tático e não mais que isso. O psicológico melhora com a bola a entrar. 

- Em 2024 o ano abre com a CAN, o Sporting provavelmente perde três jogadores. Vai colmatar essas ausências com uma ida ao mercado? Ousmane Diao, central do Mafra, tem sido um nome associado ao clube. 

- Em relação ao mercado não vamos olhar para colmatar um mês de ausência do Morita, do Diomande ou do Geny. Não temos essa capacidade. Em relação a nomes não podemos falar porque não sei se vai acontecer algo. 

- E o que pode dizer sobre o eventual interesse em Fujimoto, jogador do Gil Vicente

- As histórias do Fujimoto não são verdade. É um grande jogador, mas falou-se que podia interessar ao Sporting. Devido ao jogo que se aproxima, convém desmentir. 

- Qual o ponto de situação clínica do plantel?

- O Viktor [Gyokeres] esteve em dúvida, mas vai ser convocado, vamos ver se joga a titular porque saiu com uma queixa num joelho. O Bragança continua a fazer o seu tratamento e o Fresneda recupera da operação.

- O Diomande, que amanhã faz 20 anos, está a ser alvo de cobiça em Inglaterra. O que é que o treinador tem de fazer nestes processos quando se aproxima o mercado de inverno? 

- Já tivemos vários casos aqui, depende muito das características dos jogadores, as pessoas que estão à volta dele têm mais influência do que o treinador, foco-me muito na equipa, com o futuro da equipa e não tanto com o que se está a passar com os jogadores. Somos muito claros com eles. Só pela cláusula de rescisão e, portanto, não foge muito disso. Eles também sabem que, por exemplo o Ousmane [Diomande], com o número de centrais que temos de qualidade, se ele se distrair, pode perder o lugar na equipa... Isso é a melhor maneira de os manter sempre na linha. Mas fazemos um excelente trabalho nesse  departamento, conhecemos bem os jogadores que vamos buscar. O Ousmane está muito contente no Sporting, é jogador do Sporting e espero que assim continue por muitos anos. 

- Edwards teve alguma atenção especial nestes dias, após ter sofrido um acidente de viação?

-  Os jovens de hoje em dia exageram as coisas [risos]... A única coisa que lhe disse foi que lhe oferecia o meu carro para ter outro acidente, porque a forma como ele entrou, desbloqueou o jogo. Não falei de nada com ele, não mexi em nada e deixei-o na vida dele. Ele estava feliz com o seu aniversário, mas está bem. O acidente foi um susto que ele apanhou e está apto para amanhã.