Ambos estão perto de chegarem aos 100 km nesta edição da Liga dos Campeões
O Sporting não é a equipa portuguesa com mais jogos nesta época (é o SC Braga), não é também aquela com menor intervalo de tempo entre jogos (SC Braga e Benfica), nem sequer a que, nos últimos dois meses, mais minutos realizou (Benfica). É, porém, a que parece mais cansada. Sobretudo quando nos recordamos do esfuziante período entre agosto e meados de novembro.
Treinador do Benfica esteve em conferência de imprensa, antevendo o duelo deste sábado nos Açores. Lamentou o pouco tempo de descanso da equipa e falou sobre as soluções que tem de encontrar para colmatar as ausências
Não é fácil, pelo menos para quem está de fora, identificar quais os motivos para a falência física, sobretudo nas segundas partes, dos últimos três meses, apesar dos bons resultados práticos. Porém, para começar, podemos falar das diversas ausências prolongadas de jogadores-chave.
Pedro Gonçalves, por exemplo, não joga desde 10 de novembro (SC Braga-Sporting, último jogo de Ruben Amorim nos leões). A paragem vai já em mais de três meses, o 8 de Alvalade perdeu os últimos 19 jogos e deverá perder ainda mais alguns.
Nuno Santos lesionou-se duas semanas antes de Pedro Gonçalves, a 26 de outubro, em Famalicão. Perdeu já 23 jogos e falhará, pelo menos, mais 15, se se confirmar a indisponibilidade até final de 2024/2025. Morita esteve apenas em 360 dos 990 minutos que o Sporting disputou com Rui Borges. Ou seja, 37 por cento.
Gonçalo Inácio esteve em campo apenas em 630 dos últimos 1560 minutos do Sporting. Pouco acima da participação de Morita: 40 por cento. Geny Catamo, embora menos, também perdeu muitos jogos. Entrou apenas em 529’ dos últimos 900’. Ou seja, 59 por cento.
Treinador do Sporting fez a antevisão do jogo com o Arouca, garantiu que Gyokeres está apto para ir a jogo e realçou que a ambição de ser campeão tem se sobrepor a tudo
Por fim, Gyokeres. A última vez em que jogou os 90 minutos foi na final da Taça da Liga, com o Benfica, a 11 de janeiro. Daí para cá, o Sporting esteve 630 minutos em campo e apenas em 187 com o sueco: 29 por cento.
Rui Borges comentou suspensões resultantes do clássico
Tal como realçou Rui Borges esta sexta-feira, em conferência de imprensa, jogar sem Nuno Santos, Pedro Gonçalves, Morita, Gonçalo Inácio, Catamo, Gyokeres e, frente ao Dortmund, sem o castigado Hjulmand, é jogar sem seis dos dez jogadores mais utilizados em 2023/2024 (Coates, Trincão, Diomande e Matheus Reis estiveram no top-10 da época passada).
Frente aos alemães, o capitão não completou os 90 minutos pela primeira vez nos últimos 15 jogos. Tal este sábado, com o Arouca, será a primeira vez nos últimos 12 jogos que Diomande não jogará o tempo todo. Nem sequer qualquer minutos, pois está castigado.
Se olharmos para os jogadores com mais minutos nas pernas em 2024/2025, entre clube e respetiva seleção, o Sporting apresenta três entre os quatro com mais minutos: Otamendi lidera com 3408, seguindo-se Gyokeres com 3373, Hjulmand com 3289 e Trincão com 3236.
Os números apresentados pela UEFA relativos aos primeiros nove jogos da presente edição da Liga dos Campeões são bem interessantes. Francisco Trincão soma 96,9 km nas pernas (9.º entre os jogadores das 32 equipas), Hjulmand tem 91 km, Quenda vai em 77,5 km e Gyokeres totaliza 71,4 km. Os números do sueco, porém, estariam ao nível dos de Trincão e Hjulmand se não tem estado parado, pois jogou apenas 606 minutos.
Não admira, pois, que Gyokeres tenha, de algum modo, colapsado fisicamente, sobretudo também pela forma com joga: grande parte destes mais de 70 km são corridos em altíssima velocidade (pico de 34,5 km/hora), ao contrário, por exemplo, de Hjulmand, bem mais homogéneo na velocidade ao longo dos 90 minutos (pico: 31,4 km/hora).
Tal como não parece demasiado estranho que Francisco Trincão, por exemplo, apesar de ser um dos jogadores que mais se cuidam fora das quatro linhas, atravesse momento menos fulgurante do ponto de vista físico. Estranho mesmo continuarem sem qualquer problema grave. Trincão é, se olharmos apenas para os jogos do Sporting e já não os da Seleção, o leão com mais minutos nas pernas: 3201. Hjulmand vai em 2899.
Leões têm jogado a cada 5,27 dias. Tottenham é o recordista. Joga a cada 4,59 dias...