«Passeio de domingo no carrossel encarnado», a crónica da Luz
João Neves marcou de trivela o segundo golo do 3-0 do Benfica ao Gil Vicente (Grafislab)

Benfica-Gil Vicente, 3-0 «Passeio de domingo no carrossel encarnado», a crónica da Luz

NACIONAL04.02.202421:26

O Benfica não fez exibição brilhante mas foi competente e apresentou dinâmica que lhe permitiu vencer naturalmente e subir provisoriamente à liderança da Liga; Gil Vicente sem ideias para discutir vitória neste jogo da 20.ª jornada

Roger Schmidt mudou algumas peças no onze titular e com isso a equipa pareceu ganhar competências novas e maior alegria

O Benfica recebeu e venceu o Gil Vicente, este domingo, num jogo que em nenhum momento transmitiu a sensação de poder terminar de forma diferente, tal a superioridade dos encarnados desde o início. 

Houve sempre Benfica mais do que suficiente para um Gil Vicente insuficiente, muito arrumadinho na sua ideia defensiva, mas sem capacidade para se soltar e lutar por outro resultado que não fosse um empate eventualmente caído do céu, limitando-se a aguentar soco atrás de soco até cair definitivamente no tapete. 

O Gil Vicente foi um adversário pouco audaz — apenas aos 85 minutos rematou com perigo e antes disso nem na baliza acertou —, é verdade, mas foi verdadeiramente o Benfica que ganhou o jogo, e merecidamente, pela forma determinada como o abordou. 

A equipa entrou muito forte e com uma dinâmica diferente e interessante, em consequência das alterações que Roger Schmidt fez no onze. O treinador alemão apostou em Bah para lateral-direito e com isso devolveu Aursnes à ala esquerda, onde o norueguês se exibiu em muito bom plano — não só deu profundidade ao jogo da equipa (foi assim, por exemplo, que assistiu Rafa para o terceiro golo), como teve uma ação muito abrangente, montando, com Rafa, Arthur Cabral e Di María, um carrossel que deixou enjoados os defesas do Gil

A troca de Kokçu por Florentino no meio-campo, pelas características de um e de outro, também parece tornar a equipa capaz para pressionar mais à frente e com maior eficácia na reação à perda da bola; ao mesmo tempo que João Neves (mais uma bela exibição e um belo golo!) deixa de ter o peso de ir a todos os duelos e pode organizar de forma mais desafogada. 

Foi, efetivamente, um Benfica que venceu de forma clara (e com Arthur Cabral outra vez em grande destaque), mas que pecou em algumas más decisões e, a determinada altura, porque partiu o jogo quando vencia tranquilamente por 2-0 e nem era necessário. Mas o Gil não soube tirar partido. 

Em duelo que poderia ter terminado com mais golos para o Benfica, a equipa encarnada acaba por também vencer com golos marcados na sequência de dois momentos de bola parada (cantos), onde nem vinha mostrando acerto. Mas ontem só o Benfica quis e mereceu vencer. E passa a liderar o campeonato.