Os destaques do Benfica: Os meninos à volta da magia de um argentino
Di María em ação frente ao Aves SAD (Foto: Miguel Nunes/ASF)

Os destaques do Benfica: Os meninos à volta da magia de um argentino

NACIONAL22.12.202300:02

Di María deu aula: marcou e fez a equipa jogar com passes longos que só ele é capaz de fazer; João Neves, controlo absoluto; Tiago Gouveia mostrou-se a Schmidt com muita classe

O melhor em campo: Di María (nota 8)

Às vezes é melhor começar pelo fim. Apesar de ter outras opções de passe, Di María procurou muitas vezes Arthur Cabral na tentativa de ajudar o brasileiro, que precisa de golos para crescer e vencer a desconfiança. A isto chama-se liderar em campo, mas é algo só possível a quem domina o jogo em toda a sua complexidade. Fez o empate com um remate colocado e de primeira, mas foi na construção em que mais se evidenciou, exibindo o melhor que o seu pé esquerdo tem, colocando a bola onde quis, para quem quis, nem um metro a menos nem um metro a mais, e tantas vezes de primeira. Processos simples de quem já tem toda a jogada na cabeça antes de tocar na bola.

6 Trubin — Nem com asas seria capaz de parar aquele remate de Mercado no golo que abriu o marcador na Luz. Uma única defesa durante o jogo (80’), mas reveladora do bom momento de forma que vive: colocação perfeita e mãos de aço.

6 Aursnes — Deu espaço nas costas numa transição defensiva e Mercado teve espaço para o 1-0. Mas é por causa de estar sempre de olhos virados para a frente e não para trás que conseguiu a devida compensação, surgindo no momento certo para assistir João Mário para o 2-1 numa jogada de contra-ataque de compêndio. 

6 António Silva — Foi ele a começar a jogada do 2-1, abrindo o jogo todo para a direita quando o Aves SAD_estava todo posicionado para o lado contrário. Mas teve algumas hesitações desnecessárias quando estava em posse de bola que poderiam ter outro tipo de consequências frente a um adversário com qualidade superior.     

7 Tomás Araújo — Jogo de grande personalidade e confiança, principalmente nos momentos de saída com bola. Seguro nos duelos individuais e quase sempre sem necessitar de recorrer à falta. Bom teste antes da deslocação a Famalicão, onde também será titular face ao castigo de Otamendi.

5 Morato — Se há momentos em que o brasileiro nos recordou que é um central adaptado a lateral e não um defesa com escola e apetências ofensivas foi aquele lance em que recebeu um passe extraordinário de Di María (37’) e ficou indeciso: remato de primeira ou domino? Nem uma coisa nem outra e o lance morreu nas mãos de Trigueira. 

7 Kokçu — Foi dele o primeiro grande momento do jogo, com um remate à trave fora da área (13’). Esteve  novamente perto de marcar aos 20’e é seu o fantástico passe longo a isolar Tiago Gouveia para o extremo fazer o 3-1. Mas fica sempre a sensação de que o turco ainda procura o melhor enquadramento na equipa. Quando o encontrar... 

8 João Neves — Podia escrever-se muita coisa sobre o que é João Neves enquanto jogador, mas basta pegar naqueles segundos que antecederam o golo do empate do Benfica: garra no roubo de bola, depois um domínio perfeito do espaço, capacidade técnica para tirar dois adversários da frente e visão periférica para libertar a bola para o colega certo e momento mais adequado. Mais um jogo de controlo absoluto do meio-campo. 

6 Rafa — Recebeu o passe de João Neves e de pronto colocou a bola para o remate de Di María no 1-1. Um jogo muito marcado pelo altrutísmo, procurando sempre o colega em melhor posição para marcar. 

6 João Mário — Apareceu no momento certo para assinar a reviravolta, aparecendo ao segundo poste no cruzamento de Aursnes. Mantém boa relação com o golo.

4 Tengstedt — Fez muitos movimentos de rotura, mas raramente teve uma bola para marcar. Jogou muito sem bola mas não se sentiu confortável nos lances de um para um.   

5 Arthur Cabral — Sinais  positivos. Estava no local certo para responder ao passe de Gonçalo Guedes (Anthony fez autogolo, mas se não o fizesse seria o brasileiro do Benfica a alcançá-lo) e teve momentos interessantes em aspetos até agora pouco vistos: arrancadas em velocidade com o melhor timing e agressividade no ataque ao espaço. 

5 Gonçalo Guedes — Decisivo no 4-1, mas perdulário: isolado por Di María, preferiu driblar o guarda-redes em vez do remate. 

6 Tiago Gouveia — Estreia a marcar no Estádio da Luz e com um daqueles golos para memória futura: chapéu à saída do guarda-redes. Isolou Gonçalo Guedes com um passe adociado que merecia outro desfecho. Nem o erro que podia ter dado em golo do Aves SAD_apaga uma exibição a pedir mais. 

4 Florentino — Algumas dificuldades na construção, perdendo bolas em zona proibida.

- Jurásek — Um passe errado sem estar pressionado.