O 'mister de A BOLA' do Boavista-FC Porto: Pantera fez pela vida

O 'mister de A BOLA' do Boavista-FC Porto: Pantera fez pela vida

NACIONAL06.01.202416:26

Álvaro Magalhães analisa os momentos mais importantes do dérbi tripeiro de sexta-feira

Golo e erro incrível

O Boavista, com Ricardo Paiva no comando, utilizou o seu habitual 4x3x3, assim como o FC Porto se compactou no mais rotinado 4x4x2. Sistemas diferentes, mas com ideias semelhantes, com ambas as equipas impulsionadas por um apoio magnífico vindo das bancadas. Entrou melhor o FC Porto, com mais iniciativa e mais disponível para resolver cedo o dérbi, procurando desbloquear o sistema defensivo do adversário, bem unido e compacto, o que fez com que os dragões não chegassem ao golo tão depressa quanto queriam. Quando finalmente Toni Martínez feriu o Boavista e abriu o ativo, com justiça naquela fase da partida, o FC Porto acaba traído por um erro defensivo primário, num livre batido por Tiago Morais, com Bruno Lourenço, solto no coração da área, a finalizar de cabeça. Sérgio Conceição ficou estupefacto e com razão erros dessa natureza todas as equipas cometem, mas raramente acontece no FC Porto, que trabalha bem os momentos defensivos em bolas paradas. Ao empatar, o Boavista empolgou-se e podia mesmo ter feito o 2-1, num remate incrível de Bozenik, a que Diogo Costa correspondeu, também, com defesa extraordinária.

Sem eficácia

O segundo tempo foi diferente e o FC Porto aparece melhor, mais pressionante, a criar muitas oportunidades, mas o Boavista, com o mesmo empenho e disciplina, foi sendo capaz de fechar bem os caminhos da sua baliza e a verdade é que os atacantes dos azuis e brancos pecaram, uma vez mais, na eficácia e até em situações gritantes podiam e deviam ter finalizado. Com um bloco solidário e um guarda-redes, João Gonçalves, também em bom plano, o Boavista fez pela vida, o seu objetivo no jogo era claro, não perder, mas mesmo assim, aqui e ali, os axadrezados não deixaram de espreitar a oportunidade de sair em contra-ataque. Isso, até Ibrahima Camará ser expulso.

Dragão arriscou tudo

Camará, que entrou para ajudar a equipa a fechar espaços ao FC Porto, viu o vermelho aos 88 minutos, mas quando havia ainda muito tempo para jogar, por força das muitas paragens que o jogo conheceu. Por esse motivo, o árbitro concedeu 11 minutos de compensação, muito tempo para provocar estragos na pantera e a verdade é que Sérgio Conceição apostou tudo na vitória, que fez, diga-se, por merecer. O FC Porto passou a jogar com apenas três defesas, abriu os flancos à velocidade de Galeno e Francisco Conceição e teve, nesse período final, ocasiões soberanas para fazer o segundo golo. Ficou-me na retina o magnífico remate de Nico González, mas o FC Porto teve outros lances na área passíveis de golo.

Boavista premiado

O empate acabou por ser um prémio para o Boavista pela entrega, abnegação, rigor tático (mesmo quando reduzido a 10 unidades) e vontade dos seus jogadores, que lutaram até à exaustão pelo melhor resultado. Nesse capítulo, o empate acaba por ser justo, mas somando o domínio e as oportunidades criadas, obviamente que o FC Porto seria um justo vencedor. Destaque para as exibições de Pepê e Diogo Costa do lado portista. O Boavista valorizou-se pelo seu todo, mas teve em Seba Pérez e Makouta dois dínamos impressionantes.