Ninguém merecia perder, mas o Lusitano fez mais pela glória
Foi com espetáculo que encerrou a temporada oficial para as competições nacionais: faltava decidir o Campeonato de Portugal e esta prova decidiu-se de forma equilibrada, emotiva e… após grandes penalidades: 3-1 para o Lusitano de Évora depois de uma igualdade (1-1) ao fim do tempo regulamentar e também do prolongamento.
Entre Lusitano e Vitória de Guimarães B ninguém merecia perder mas, na verdade, o conjunto alentejano mereceu a glória mais um pedacinho em função de, no tempo extra, ter disposto de uma reserva de energia que lhe permitiu tentar o golo da vitória até ao apito final e, mais tarde, pelo sucesso no desempate, tendo contado com o guarda-redes Duarte Martins.
O herói eborense esteve na baliza e recebeu um prémio pela persistência: foi suplente até fevereiro, altura em que o habitual titular, Marcelo Valverde, se lesionou com gravidade, tendo ascendido à titularidade para manter a equipa na rota da subida e, na final, poder ter o seu momento de glória ao travar duas das grandes penalidades adversárias.
Desta forma, o Lusitano pôde celebrar de forma efusiva, com os milhares de adeptos que o acompanharam, a conquista de um título resgatado com alma - os comandados de Pedro Russiano perdiam ao intervalo após um primeiro tempo em que a equipa B do Vitória se revelava mais eficiente nas suas ações, tanto a pressionar, como a defender a sua baliza e, acima de tudo, na principal ocasião de que dispôs, num grande golo de Yuk, aos 16 minutos.
O sul-coreano arrancou pela esquerda e, com mestria, colocou a bola por cima de Duarte Martins e dava vantagem aos vimaranenses, que na segunda parte não conseguiram evitar a reação alentejana, que se materializou na igualdade aos 62 minutos num esforço coletivo distribuído pelos três homens da frente do Lusitano. Davou criou pela direita e Diogo David tabelou para Miguel Lopes, mais lesto e hábil no duelo com o seu marcador para atirar para o 1-1.
Uma igualdade de forças que se prolongaria até ao final do tempo regulamentar, com as duas equipas a desperdiçaram uma boa situação cada, já nos últimos dez minutos para evitar o tempo extra.
Os dois guardiões corresponderam e levaram a partida a um período de horas extraordinárias no qual o Lusitano terminou melhor, mas sem conseguir transpor Jota. E se este manteve os vitorianos vivos, com uma grande defesa a instantes do final, acabaria por ser o homólogo do Lusitano, Duarte Martins, a definir o vencedor da competição.
O guarda-redes de 23 anos defendeu duas grandes penalidades, assim garantindo o triunfo e o consequente título ao Lusitano, que segue para a Liga 3 com (mais) um troféu na sua vitrine - desde a II Divisão, há 73 anos, que não conquistava um título de cariz nacional.