O MISTER DE A BOLA Leão vitorioso

Vítor Vinha analisa o triunfo sportinguista (3-0) diante do Sturm Graz

1. Gestão

Já qualificado para a próxima fase da Liga Europa e em véspera de clássico frente ao Futebol Clube do Porto, o Sporting fez uma gestão criteriosa dos seus jogadores. Mantendo o sistema táctico, 3x4x3, deu minutos a Israel, Neto, Bragança, Trincão e Paulinho. Não facilitou ao colocar Coates, Hjulmand (45’) e Gyokeres (45’). E continuou a dar competição a Esgaio, Matheus Reis (45’) e Nuno Santos. Ao intervalo, entraram Morita, Edwards e Gonçalo Inácio. Pouco tempo depois, Essugo substituiu Esgaio a lateral direito e, posteriormente, Pote entrou para a ala esquerda, para o lugar de Nuno Santos. O foco foi a vitória, mas este foi, também, um Sporting a testar alternativas, quer nos intervenientes, quer nas nuances táticas.


2. Ajuste tático

O Sturm Graz povoou a zona central do terreno, defendendo em 4x3x2x1. Fez uma marcação apertada nos dois médios, Bragança e Hjulmand, com o avançado, Seedy Jatta, a pressionar Coates, impedindo a circulação à largura entre os três centrais. Desta forma, convidaram o Sporting a jogar pelas laterais, onde, posteriormente, travavam a progressão verde e branca. A equipa leonina teve dificuldades em assentar o seu jogo, perdendo algumas bolas na circulação e nas tentativas de jogo mais direto. Na falta de soluções para ferir o adversário, Ruben Amorim ajustou taticamente a equipa. Matheus Reis deu mais largura, passando a construir com uma linha de 4 + 2. O Sporting ganhou espaço para construir e progredir, chegando logo a seguir ao golo. Bela iniciativa de Matheus Reis pelo corredor esquerdo, assistindo Gyokeres para desbloquear o jogo. Minutos depois, o avançado sueco cabeceou ao poste, após cruzamento de Paulinho. Na sequência, com tudo para fazer o segundo, Trincão e Bragança atrapalharam-se na hora de rematar.
Na segunda parte, desta vez com Inácio a abrir mais no corredor, a toada manteve-se e os lances de perigo foram-se sucedendo. Com naturalidade, o volume de jogo ofensivo leonino ganhou expressão, com os dois golos de Gonçalo Inácio, premiando o Sporting pela capacidade tática em adaptar-se às adversidades.



3. Expectante

Apesar da boa organização defensiva, o Sturm Graz foi sempre um adversário na expectativa, pouco acutilante e que, praticamente, não causou desequilíbrios. Apenas por uma vez, ainda na primeira parte, devido a uma desatenção da defesa leonina na sequência de um livre lateral, Israel fez uma boa defesa, a corresponder a um cabeceamento do central, Lavalee.



 

4. Destaques

Gyokeres é um avançado temível. Enérgico, robusto e rápido a atacar o espaço, mostrou-se à Europa com mais um golo e com outra oportunidade que esbarrou no ferro. É, claramente, uma mais-valia.
Apesar de só ter jogado a segunda parte, Gonçalo Inácio entrou com a lição bem estudada. Ajudou o Sporting a ter uma construção mais limpa e ainda foi a tempo de bisar na partida. Dois golos em dois lances de bola parada.