Benfica-Moreirense, 3-2 Lage: promessa de chegar a 1.º, palavras de Aursnes e os jogadores que mereciam mais

Treinador reconhece que a equipa deveria ter gerido o jogo melhor depois do 3-1

— Que análise faz ao jogo e qual o papel dos adeptos, especialmente nos dois momentos das lesões de Bah e Manu na primeira parte? 

— Foi um bom jogo e o apoio dos adeptos foi fundamental. Quando a equipa jogou com qualidade os adeptos estiveram connosco, quando tivemos de sofrer sofremos todos juntos. Tínhamos dois objetivos: dar um passo para vencer e outro para os adeptos verem o que viram em Turim e na Amadora, a equipa está unida. Tivemos uma entrada muito boa, marcámos três golos bons, o Moreirense também marcou um golo bom. Ficámos condicionados na gestão do jogo a partir do banco com as duas substituições forçadas, na segunda parte tínhamos apenas um momento para fazer substituições. Ainda ponderámos fazer ao intervalo para dar frescura na pressão. A equipa acabou bem e aguentámos até perto dos 60/65 para fazer alterações. Crescemos, temos uma boa oportunidade, lembro-me de que poderíamos ter fechado o jogo com o Barreiro. Ainda sofremos um golo e fica uma vitória justa. Não merecíamos que fosse assim, mas fica três pontos e o apoio dos adeptos.

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 — Aursnes disse que espera muito mais deste Benfica. Percebe e concorda com a declaração de Aursnes, até porque o vimos muito irritado perto do fim do jogo com alguns erros, nomeadamente de Carreras? 

— Claro que sim. Toda a gente espera muito mais de nós. Vencemos aqui o Atlético Madrid por 4-0. Era o pior Atlético Madrid de todos os tempos. Desde essa altura ainda não perdeu e quando vinha para cá [sala de imprensa] estava a vencer no Bernabéu. A exigência aqui é tremenda. Dos adeptos para nós e dos jogadores para eles próprios. Os jogadores não merecem... o jogo que fizeram, a forma como entraram... não merecem sofrer estes golos em função do que fazem. A exigência tem de ser máxima de fora para dentro, mas sempre com este apoio fantástico. Por isso é que somos Benfica.

— Faz hoje uma volta que está à frente do Benfica. Chegou com o Benfica em sétimo e a cinco pontos do Sporting. Pode fazer esse balanço? 

— Já estivemos em primeiro lugar, chegámos rápido ao primeiro lugar, saímos do primeiro lugar, vamos chegar ao primeiro lugar.

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— No fim, com o Moreirense a atacar e o Trubin a agarrar a bola, os adeptos queriam que o Benfica fosse rapidamente para a frente. Pediu calma aos jogadores. Pensou no lance que deu o golo da vitória ao Barcelona? 

— Não. Pensei que por vezes queremos uma transição rápida. Como estava o jogo, tínhamos de estar juntos e compactos. Equipa soube fazê-lo a partir do 3-2. É importante perceber o momento do jogo, está a terminar. O fundamental é os jogadores chegarem às posições e depois sairmos a jogar. Explorámos pouco as capacidades do Bruma de ataque à profundidade e um contra um.

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— Nova vitória pela margem mínima e a equipa acaba desconfortável. Como poderia a equipa ter evitado isso e porque não conseguiu matar o jogo? 

— Temos uma oportunidade muito boa com o Barreiro e poderíamos ter feito o 4-1. Depois sofremos um golo. Nos últimos 10 minutos podíamos explorar mais a profundidade, com jogadores frescos. Tínhamos de vencer, os adeptos foram fantásticos a apoiar a equipa e viram que a equipa está unida.

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— Pavlidis tem sete golos nos últimos cinco jogos. O que mudou desde a noite com o Barcelona? O problema era mais mental que técnico? 

— Mental, não. É o jogador chegar a uma nova realidade, perceber o campeonato... Aconteceu com todos, com o Seferovic, Carlos Vinícius, com todos. A exigência é muito grande, as pessoas esperam muito de nós e nós esperamos muito dos jogadores. E os jogadores têm uma exigência muito grande entre eles. O Fredrik [Aursnes] já percebeu muito bem a cultura de clube. Quem vem de fora tem de perceber o mais rápido possível. Depois é o trabalho. Pavlidis fez sempre um trabalho muito bom, na forma como a equipa defende, como pressiona e condiciona o adversário a sair do guarda-redes. Teve sempre enorme qualidade a atacar, nos movimentos, assistências, tabelas e combinações. Faltava o golo. Está a viver um bom momento, o golo traz confiança, mas a confiança vem do trabalho sustentado desde o início da época.

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— Este é o terceiro jogo seguido na Liga em que o Benfica sofre golos a partir de saídas desde trás. Que justificação encontra para isso e como pode crescer a equipa neste aspeto? 

— Primeiro, é continuar a trabalhar. Depois, é importante tocar nesse ponto. É entendermos o momento do jogo. É fundamental entendermos o momento do jogo, perceber como está o adversário. Se o adversário dá passos em frente e está a condicionar-nos, temos de ser imprevisíveis na nossa construção. Naquele momento, a nossa intenção era tentar provocar uma bola em profundidade, uma bola na frente para segurar, jogar de apoio, ir para o corredor contrário. Com o resultado seguro de 3-1, poderíamos ter feito isso. Mas uma equipa grande, com a qualidade dos nossos jogadores, tem de continuar a sair por trás, a jogar bem, porque isso dá-nos segurança no jogo. Agora é perceber o momento do jogo, em função do resultado, do tempo que falta e da forma como o adversário nos pode pressionar e deixar situações e posicionamentos na linha defensiva de um contra um.