Francisco Moura: «Tenho feito o meu trabalho para ir à Seleção»
Francisco Moura

Francisco Moura: «Tenho feito o meu trabalho para ir à Seleção»

NACIONAL12.06.202512:00

O recordista de assistências na Liga falou à Betano Mag sobre os seus números impressionantes, do reencontro com Abel Ferreira e do impacto de jogar contra Messi

Francisco Moura concedeu uma entrevista à Betano Mag, que foi esta quinta-feira transmitida integralmente. Nela, o lateral fala do sonho de chegar à Seleção, de Messi e do reencontro com Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, com o qual se cruzou nas camadas jovens do SC Braga. Recordista de assistências na Liga, acredita que pode fazer muito mais. Por agora, é tempo de desfrutar do Mundial de Clubes e o coração já palpita.

Conheço muito bem o Mister Abel. Tive-o várias vezes na equipa B do SC Braga. É um treinador com muita personalidade, que exige muito da equipa

«Posso dizer que estou ansioso. Quero muito jogar e estar lá. Sei que é uma oportunidade que poucos têm e quero aproveitar essa oportunidade. Sinto que a equipa tem-se preparado bem. Sabemos que podemos ter uma fase de grupos difícil, a começar já no primeiro jogo. A equipa tem-se preparado bem e estamos motivados para isso», destacou, lembrando que na sua passagem pela formação do SC Braga cruzou-se com Abel Ferreira: «Eu também conheço muito bem o Mister Abel. Tive-o várias vezes na equipa B do SC Braga. É um treinador com muita personalidade, que exige muito da equipa. Vamos apanhar um Palmeiras com uma boa equipa. Bem organizado, bem defensivamente, também a procurar muitos ataques rápidos, com jogadores de qualidade. É um jogo muito difícil, mas é sempre muito bom começar a ganhar. É isso que queremos. Vamos para ganhar.»

Liga das Nações: «Não fiquei desiludido»

Depois do Palmeiras, segue-se o Inter de Miami e Messi. «Acaba por ser impactante. É bom estar no mesmo palco com um dos melhores jogadores da história. É sempre bom e é bom desfrutar disso também», entusiasma-se o defesa, que falou sobre os dois títulos intercontinentais conquistados pelo clube e o prestígio que isso traz. «O FC Porto é um clube com muitos títulos se já mostrou que é muito capaz. E cabe-nos continuar esse legado e tentar fazer o melhor possível.»

A competição continental poderá ser mais um passo para chegar à Seleção Nacional. «Não é só este Mundial de Clubes. Tenho feito o meu trabalho e estou feliz e orgulhoso por isso. As decisões não dependem de mim, mas sim, é um objetivo que tenho. Seria um orgulho muito grande. Sei e sinto que posso estar cada vez mais próximo», revelando não ter ficado «desiludido» por ter saltado fora da lista para a Liga das Nações, quando estava pré-convocado: «De forma alguma, não me sinto desiludido, porque sei que tenho feito as coisas bem. Como já disse, as decisões não são eu que posso tomar. Posso focar-me naquilo que tenho que fazer e é isso que vou continuar a fazer.»

Francisco Moura foi o jogador com mais assistências na Liga, 11, e ainda marcou quatro golos. Sente que pode chegar mais longe. «Individualmente sinto que fiz uma boa época, com bons números, mas sinto que também posso fazer mais», afirma, não se recostando ao que já alcançou e aos elogios que recebeu: «Não, de maneira alguma sinto que algo esteja cumprido. Acho que ainda há muito por fazer. Sinto que tenho muito para melhorar, para evoluir e continuar a crescer e sinto que posso fazer mais. Para ser sincero, não ligo muito ao que os outros dizem, nem costumo ver muito. É óbvio que é uma satisfação, não vou mentir. Na minha primeira época conseguir fazer isso, são números bons, mas acredito que posso fazer mais. Acho que não nos podemos manter naquilo que foi feito e se não fosse para pensar em fazer mais, acho que não valia a pena.»

Desde novo que sou assim, principalmente nas camadas jovens, joguei a extremo. Só a partir de sub-17 é que passei para lateral-esquerdo. Por isso, já gostava de fazer golos

A filosofia tática de Anselmi representa uma vantagem. «Essa é uma das realidades porque apareço mais vezes na área. Acabo por estar mais perto de zonas de finalização e acabo por ter mais números», concorda. Lembrando que no SC Braga era extremo e tinha apetite pelo golo: «Desde novo que sou assim, principalmente nas camadas jovens, joguei a extremo. Só a partir de sub-17 é que passei para lateral-esquerdo. Por isso, já gostava de fazer golos. Agora é um papel diferente, mas tenho sempre os olhos na frente.»

Ter uma ligação direta com um goleador como Samu também ajuda. «É um jogador que dentro de área é uma mais-valia, é muito forte. Ainda é um jogador muito jovem, vai ter uma evolução maior e acredito que ainda pode fazer mais», elogiando também o talento de Rodrigo Mora: «Acho que está à vista de todos a qualidade que ele tem. Acho que é um miúdo com uma boa personalidade, é um bom menino e acredito que se continuar a manter o foco que tem vai chegar a patamares muito altos.»

A troca do SC Braga pelo Famalicão não foi vista como um passo atrás: «Pelo contrário, vi como um passo à frente. Sabia que no SC Braga ia ter poucas oportunidades, não estava a passar um bom momento», também devido a uma grave lesão que plantou medos e muita «desconfiança». «Na altura, o André Vilas-Boas [diretor desportivo do Famalicão] e o Miguel Ribeiro [Presidente do Famalicão] falaram comigo. Gostei da confiança que me transmitiram e sabia que podia ser uma mais-valia tanto para o clube, tanto para mim, que ia melhorar e ter tempo de jogo, que era o que eu necessitava. É um clube que adorei. Adorei mesmo muito estar lá. Tanto os adeptos, como o clube. A envolvência com as pessoas que também trabalham no clube, foi tudo muito bom. E fico com muita satisfação de ter passado por um clube tão importante em Portugal», sublinha.

Natural de Braga, gosta do Porto, mas não hesita sobre qual das cidades prefere: «O Porto é uma cidade fantástica, mas Braga é a minha cidade e é a cidade que eu gosto de estar.»

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