Final do Euro 2025 Feminino: duas formas de assumir o trono de rainha da Europa
A campeã europeia em título frente à campeã do mundo na final de hoje do Europeu de futebol feminino. Melhor cartaz seria impossível: de um lado, a Inglaterra que passou por muito sofrimento para chegar a Basileia, do outro uma Espanha que mostrou um futebol perfurmado, made in Barcelona, o clube mais representado em La Roja (10 jogadoras).
É a estreia das espanholas na final de um Euro, mas é possível que esta seja a primeira de muitas. O Mundial conquistado em 2023 (que acabaria abafado pelo caso Luis Rubiales-Jennifer Hermoso) foi um marco que faz adivinhar uma continuidade, bem patente em praticamente todos os jogos do Europeu: começou com uma goleada frente a Portugal (5-0) e um triunfo suado (o mais difícil de todos) diante da Alemanha, historicamente a rainha da competição (oito títulos).
A diferença no percurso das duas seleções na Suíça pode servir de referência: de um lado uma equipa que muitas vezes passeou a sua superioridade diante de uma Inglaterra que fez da capacidade de superação para ultrapassar barreiras: na mente dos adeptos das três leoas (permitam a adaptação) ainda está o jogo dos quartos de final frente à Suécia, no qual aos 79 minutos a Inglaterra perdia por 0-2, tendo marcado dois golos em dois minutos e vencendo no desempate por penáltis; ou o ainda mais dramático encontro com a Itália, cujo empate foi conseguido aos 90+6’ – e o golo do triunfo apontado de penálti (na recarga), no prolongamento.
As estrelas
Ambas têm 27 anos e são as estrelas das duas equipas, embora com estatutos diferentes. Chloe Kelly costuma sair do banco, mas parece ter nascido para os grandes momentos. Marcou o golo da vitória da Inglaterra na final do Euro 2022 frente à Alemanha, apontou o penálti decisivo no desempate frente ao Brasil na Finalíssima de 2023 e no Euro 2025 foi a autora do golo da vitória dramática com a Itália nas meias-finais.
No lado espanhol ressalta o futebol tricotado da Bola de Ouro Aitana Bonmatí, que esteve em dúvida para a competição devido a uma meningite. Recuperou e deixou para a última partida, diante da Alemanha, o seu primeiro golo no Europeu, cuja execução é o espelho do seu futebol: o engano à defesa com uma finta de corpo e o engano à guarda-redes com o remate sem ângulo quando a guardiã estava à espera do cruzamento.
De Basileia sairão as novas rainhas da Europa: as que sabem mais sofrer ou as que sabem mais jogar?