FC Porto: que plantel tem (e terá) Farioli?

Baralhar e voltar a dar. Será sempre assim cada vez que um clube inicie uma época com uma nova liderança. Realidade que vai ser vivida pelo FC Porto em 2025/2026 depois da mudança no comando técnico. Martín Anselmi já saiu - continua a não haver acordo entre os dragões e o argentino, mas o emblema da Invicta já informou a CMVM que decorrem negociações para a rescisão do contrato - e Francesco Farioli chegou ontem à Invicta.

Há, naturalmente, muito trabalho a ser feito e algum está já adiantado. SAD e Farioli estão no terreno para tratar de vários processos e o principal diz respeito, claro está, à construção do plantel. Que não será (absolutamente) novo, mas que carecerá de bastantes modificações.

Desde logo, porque será necessário enquadrar o leque de jogadores à ideia de Farioli. O transalpino, de 36 anos, tem no 4x3x3 o seu esquema tático predileto, sendo um líder que faz questão de assentar a base na solidez defensiva, privilegiando, também, um jogo de posse e de organização ofensiva. Além disso, Farioli é adepto da rotatividade. É um comandante de um plantel e não apenas de uma equipa. Assim será também no Dragão.

Um dos pontos absolutamente líquidos nesta altura é que o FC Porto já está no mercado para dotar o grupo de mais e melhores soluções para que o nível exibido na temporada passada possa subir. A pique, espera a massa associativa. As contratações dependerão da liquidez financeira, mas também das vendas que vierem a ser concretizadas neste defeso.

Olhando aos nomes grandes do atual grupo, Diogo Costa e Rodrigo Mora, pela expressão que ambos têm no mercado, serão, incomparavelmente, os elementos que poderão rechear de forma bastante considerável os cofres da SAD. Numa segunda linha, há atletas que, por razões várias, têm também a porta de saída aberta e que também podem significar encaixes interessantes.

Falamos, neste caso, de jogadores como Pepê, Otávio (desejado pelo Paris FC) ou Gonçalo Borges, sem esquecer Zaidu, Grujic, André Franco, Deniz Gul e Namaso. Se por eles aparecerem propostas consideradas interessantes, o FC Porto está recetivo a negociar. Mas antes de qualquer venda, é importante fazer um raio-x ao plantel e pensar no que espera (e no que terá de fazer) Farioli para construir uma equipa à sua imagem. De acordo com os seus princípios táticos e estratégicos.

Se Diogo Costa não sair, com a permanência de Cláudio Ramos e uma vez que João Costa está garantido, a baliza está fechada.

No quarteto defensivo, é certo que chegarão dois centrais. Um deles, Dominik Prpic, do Hadjuk Split, está a caminho para suprir a vaga de Marcano. Otávio, reforçamos, é tido como vendável e Gabriel Brás vai tentar a sua sorte no estágio de pré-temporada. Sobram Nehuén Pérez e Zé Pedro, e mesmo na direita do eixo Farioli quer um nome forte.

Se na lateral direita parece tudo tranquilo - com Martim Fernandes e João Mário -, a esquerda, onde Zaidu não permanecerá, pede um concorrente para Francisco Moura.

Olhando à intermediária, e com Grujic e André Franco no mercado, há janela aberta para a aquisição de dois ou três médios. Kenneth Taylor, 23 anos, do Ajax, é o escolhido por Farioli, mas custa 30 milhões. Há que tentar negociar.

Na frente de ataque os problemas são ainda maiores. Apenas Samu, Mora e William Gomes parecem intocáveis e prevê-se a chegada de mais dois avançados e dois extremos.