Real Madrid-Man. City, 3-1 Em exibição de Galácticos, Mbappé foi Universal
'Hat trick' do francês catapultou Real Madrid para os oitavos de final. Manchester City foi uma sombra daquilo que pode, deve e costuma ser
Mbappé não esteve nas nuvens, esteve para lá disso. Esteve noutro planeta, quiçá até noutra galáxia diferente da dos Galácticos que, esta quarta-feira, engoliram num buraco negro o Manchester City de Pep Guardiola. A exibição coletiva foi de nível quase perfeito, banalizando um adversário que, à entrada para este jogo, lutava pela eliminatória e a do astro francês não deixou dúvidas: desfez os defesas adversários um por um e, com três golos — aliás, três golaços — deu a vitória ao Real Madrid.
Mas, se é difícil olhar para lá do mérito madrileno, também há que ver o lado inglês. A sucessão de más notícias começou para Guardiola ainda antes do jogo, com Haaland, lesionado, a ter de ficar no banco. Quatro minutos volvidos, um passe sensacional de Asensio encontrou Mbappé, que se antecipou a Stones e Rúben Dias e, com um chapéu perfeito, bateu Ederson. E logo a seguir, o central inglês saiu lesionado. Tudo corria mal aos citizens, mas isso não justifica a passividade com que o tetracampeão entrou em campo. Sem ideias, sem ligação de jogo, a dar espaço e, mais grave ainda, profundidade ao Real Madrid, que mostrou muita facilidade em sair da pressão e a chegar à frente.
Além do lado coletivo — Tchouaméni e Bellingham dominaram o miolo —, Khusanov terá, certamente, pesadelos com Vinícius Jr. e Mbappé, os dois que mais caíram sobre o seu lado. De bailados a disparos de velocidade, tudo aconteceu ao central uzbeque, que, como cereja no topo de uma exibição difícil, ainda viu Rodrygo receber de Vini, fazer-lhe um túnel para servir o francês e, com toda a frieza, o avançado deixou Gvardiol deslizar e disparou para bater Ederson outra vez.
O mais incomum no meio disto tudo é que... não houve reação. À hora de jogo, o Manchester City tinha um remate, que nem foi enquadrado. A baliza de Courtois quase não foi visada e, do outro lado, a vertigem dos avançados deixava os defesas adversários em estado de choque e pânico. A desconcentração era tal que, mesmo com todos estes indícios, Mbappé voltou a ficar sozinho, agora na direita. Recebeu, cortou para dentro e fez o 3-0 e o hat trick. A consagração de um Galáctico que fez o que quis ao longo do jogo e só não assistiu Vini para o quarto porque Rúben Dias evitou o remate do brasileiro.
Eis que, com o 3-0 no marcador, o Manchester City lá acordou e tentou pressionar o adversário. Mas era curto, vão e sem particular nexo. A ausência de Haaland não deu o toque finalizador que a equipa, se calhar, precisava. Mas, por outro lado, a verdade é que mesmo a ligação e o controlo da posse de bola, arma que o Manchester City usa de forma positiva, parecia mastigado, sem ideias e criatividade, que nem o 1 para 1 de Savinho conseguiu despoletar. Nico González ainda aproveitou um ressalto após um livre para marcar o tento de honra do City no Santiago Bernabéu.
Em noite galáctica do Real, a coroa caiu na cabeça de Mbappé, que saiu ao minuto 78 perante vénias dos adeptos e ovações de pé das bancadas. Não era para menos: uma exibição histórica merece reconhecimento universal.
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