Benfica promoveu almoço de homenagem a Eusébio
Rui Costa abraçado a Flora Ferreira e Vítor Martins, com Toni ao lado. Foto: SL Benfica

Benfica promoveu almoço de homenagem a Eusébio

NACIONAL05.01.202419:45

Tributo desenrolou-se na Tribuna Presidencial do Estádio da Luz, e contou com familiares do 'King' e antigos atletas do clube

Assinalam-se dez anos, esta sexta-feira, desde que a maior figura da história do Benfica faleceu. Ao longo do dia, entidades, jogadores, treinadores e outras personalidades desdobraram-se em elogios, tributos e dedicações ao Pantera Negra. O Benfica, claro, não foi exceção, e promoveu um almoço de homenagem a Eusébio, onde se reuniram familiares da lenda benfiquista e antigos atletas do clube, com Rui Costa a ser o anfitrião.

Saudade foi o tónico que uniu e pautou o encontro. José Augusto, Mário João, Artur Santos, Toni, Vítor Martins, João Alves, Shéu Han, Raul Águas e José Rachão foram alguns dos que se juntaram a Flora Ferreira, esposa de Eusébio, e à filha Sandra Ferreira, para relembrar o legado e a amizade de um homem que conquistou o respeito aquém e além-mar. No desenrolar do encontro, foram várias as vozes que manifestaram saudade, respeito e amizade pelo maior símbolo das águias.

Fotografia: SL Benfica

Rui Costa

«As homenagens serão sempre de menos por tudo aquilo que Eusébio nos deu, ao país, ao mundo do futebol» disse Rui Costa, dirigindo palavras sentidas à lenda das águias. «Já lá vão dez anos. Passou rápido e as saudades são sempre muitas. Justifica-se tudo aquilo que se faz em prol de Eusébio. Não podíamos deixar de assinalar os 10 anos da sua partida fisicamente, porque ele está sempre connosco. Posso dizer que, durante os jogos, apelamos quase sempre a que ele nos dê um empurrãozinho. Tenho a certeza que ele está lá em cima sempre a olhar pelo Benfica», garantiu o presidente do clube.

Eusébio a confortar Rui Costa, após Portugal perder a final no Euro 2004. Foto: ASF/ANDRE ALVES

Rui Costa fez questão de homenagear todos os presentes, relembrando o papel e a importância de cada um para a história do Benfica: «Diria que são uns privilegiados, porque conviveram e viveram com Eusébio, e, ao mesmo tempo, não posso deixar de realçar quanta história de Benfica está presente nesta mesa. Todos eles marcaram parte da história do Clube e, de facto, foram privilegiados por terem convivido com o nosso Rei e, quase todos eles, por jogarem ao lado dele, algo que qualquer jogador de futebol gostaria de ter feito. É um prémio e uma homenagem justa também para esta gente. Se foram beneficiados por jogar ao lado do nosso grande senhor e terem vivido com ele, acredito ter sido um prazer para Eusébio conviver com esta gente. Muito Benfica aqui para homenagear aquela pessoa cujo próprio nome se confunde com o nome Benfica. É uma homenagem muito bonita.»

O antigo 10 do Benfica confessou sentir-se honrado por, embora mais novo, poder presenciar a história de perto, com funções na estrutura benfiquista e com ligação a tantos ex-jogadores, sem nunca perder o sentimento que é representar o Benfica em campo: «É um privilégio para mim, que sou mais novo... São todos jogadores do Benfica, nós crescemos a ver os outros. Estar aqui no meio deles [antigos jogadores] como Presidente... Naquela mesa não deixo de ser mais um jogador do Benfica. Inclusive, está o Shéu, que foi meu diretor, Toni, que foi meu treinador, muitas destas pessoas convivem semanalmente pela história do Benfica. É o que nos une a todos. Isto passa de geração para geração, vamos aprendendo uns com os outros. Eu fui aprendendo com muitos deles, dos que estão aqui sentados. No fundo, quando nos encontramos, não há o presidente, o treinador... há os jogadores do Benfica. Para mim é um orgulho enorme poder estar nesta mesa, conviver com tanta história do Benfica. Não é de estranhar que o almoço seja a recordar aquele jogo, aquela geração, o fulano tal... É nestas coisas que se aprende muito de Benfica, que se bebe Benfica. Tive esse privilégio desde há muitos anos e isso torna-se muito mais fácil para encarnar aquilo que é a Família Benfiquista.»

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Sandra Ferreira

Também Sandra Ferreira, filha de Eusébio, teve palavras para o pai e para a homenagem prestada pelo clube: «O Benfica está a perpetuar a memória do meu falecido pai. É uma honra estar com pessoas que coabitaram com ele quando chegou a Portugal, a Lisboa. Há pessoas que não conhecia, outros que conviveram comigo também quando era pequena. É gratificante.»

Sandra partilhou ainda, emocionada, que «Cada vez mais, os mais novos, até por existir uma carta dele no jogo FIFA 2024 que vale imenso, acabam por conhecê-lo bem. É sempre bom.»

José Augusto

José Augusto, bicampeão europeu pelo Benfica, proclamou que «Eusébio está na eternidade», e que «faz falta». O antigo atacante fez questão de relembrar tempos gloriosos: «A qualquer um de nós que viveu aquelas competições europeias, em que ganhámos duas e perdemos três [finais]. Será sempre lembrado. Está sempre connosco. Foi realmente um paradigma de tudo aquilo que de bom tinha dentro de si. Todos o sentíamos. A saudade vai continuar. O Benfica vai connosco no dia em que tivermos de partir. As gerações mais novas têm conhecimento de Eusébio, os mais velhos lembram Eusébio. Nós nunca esqueceremos que o Benfica não esquece as pessoas.»

Toni

«Há uma saudade muito grande, de toda a Família Benfiquista» disse Toni, acrescentando que «É o maior símbolo da história do Benfica, daí que esteja sempre no coração dos Benfiquistas. O universo benfiquista sabe reconhecer quem fez, o que fez, para colocar o Benfica nos patamares que atingiu, que a Eusébio muito se deve».

Vítor Martins e Shéu. Foto: SL Benfica

Shéu Han

«É uma data que recordamos», chutou Shéu Han, concordando com Toni: «Eusébio foi o símbolo máximo deste clube, revivê-lo é ir atrás daquilo que é a mística do Benfica. É uma recordação triste, mas também é de alguma exaltação. Eusébio foi a figura que nos guiou a esta grandeza. Estes momentos de exaltação são fundamentais para manter viva a chama dos responsáveis por isto tudo. O Benfica é um clube enorme, como foi o Eusébio».

João Alves

Por fim, João Alves relembrou o Rei como um ídolo: «Recordamos o grande símbolo do Benfica, aquele que me ajudou a gostar muito do Clube. Quando era miúdo víamos os jogos pela televisão, em função da grande equipa que o Benfica tinha, o grande futebol que praticava, e as estrelas que tinha, como o Eusébio: o expoente máximo. Fez crescer em nós o amor benfiquista. Relembramos o grande Eusébio, o nosso grande ídolo.»