Benfica: Os bastidores da ascensão de Morato

Schmidt bateu o pé para o brasileiro ficar; Treinou-se a lateral bem antes do dérbi; Rui Costa prometeu-lhe aumento de salário

Morato foi a solução encontrada por Roger Schmidt para dar resposta aos maus resultados e más exibições. Primeiro como defesa-central numa linha de três, depois, no dérbi com o Sporting, como lateral-esquerdo improvisado, apesar de no banco de suplentes estar o reforço David Jurásek, pelo qual o Benfica pagou €14 milhões. O brasileiro de 22 anos emergiu para a recuperação da equipa no campeonato. A ascensão de Morato dá-se em circunstâncias de dificuldade da equipa e A BOLA levanta o véu sobre o que se passou nos bastidores. 

O Benfica esteve perto de transferir Morato no último verão. O Fulham foi o clube mais interessado, apresentou cinco propostas, a última das quais de €25 milhões. A todas o Benfica disse não. Como a uma do Nottingham Forest, já perto do fim do mercado de transferências de verão, de €30 milhões. Ofertas formais que foram avaliadas pela SAD, que chegou a considerar a transferência de um jogador com o estatuto de suplente. 

Roger Schmidt, porém, bateu sempre o pé à saída. Insistiu na continuidade do defesa-central. O treinador alemão falou com o brasileiro, transmitindo-lhe que confiava nele, pedindo-lhe paciência e prometendo-lhe que a oportunidade chegaria. 

Rui Costa também gosta das características e perfil social de Morato, valorizando a aposta desportiva em detrimento de um negócio atrativo. 

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Quando tomou conhecimento de que Morato tinha recebido uma oferta com um salário mais de quatro vezes superior ao atual, o presidente dos encarnados prometeu recompensar o brasileiro. 

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E foi, aliás, Rui Costa que tomou a iniciativa. Esse aumento, no entanto, ainda não se verificou. É possível que possa acontecer nos próximos meses, com efeitos retroativos, como aconteceu noutros casos. E Morato, no que diz respeito a este assunto, está tranquilo. 

Primeira vez a lateral

Morato manteve-se na equipa, no dérbi, apesar do regresso de Schmidt ao 4x2x3x1. Jogou pela primeira na carreira como lateral-esquerdo. Essa utilização começou a ser prepara ainda antes da semana do dérbi com o Sporting. Schmidt encontra em Morato características que o distinguem para lá de jogar com o pé esquerdo, nomeadamente a capacidade em sair a jogar e, por isso, participar na primeira fase de construção de ataque com qualidade. 

Morato sabe que jogando a lateral está fora da zona de conforto e prefere, naturalmente, atuar a central. Prevalece, porém, um desejo maior: simplesmente jogar. E vai à luta. Quem o conhece, conhece bem a competitividade dele.