Benfica: Celtic quer ficar com Paulo Bernardo
Paulo Bernardo, médio que joga no Celtic de Glasgow por empréstimo do Benfica (IMAGO /Andrew Milligan)

Benfica: Celtic quer ficar com Paulo Bernardo

NACIONAL20.03.202421:00

Clube escocês já entrou em contacto pelo médio; existe uma cláusula de compra de €7,5 milhões

O empréstimo de Paulo Bernardo ao Celtic está a correr bem, o clube escocês está muito satisfeito com o rendimento do médio centro de 22 anos e, segundo apurou A BOLA, já deu sinais ao Benfica de que está a pensar seriamente em avançar para a compra do passe do jogador em definitivo.

O contrato de empréstimo assinado com a SAD dos encarnados, até final desta temporada, tem uma opção de compra de €7,5 milhões por 70 por cento do passe, mas é provável que o Celtic atire o assunto mais para o final da época para tentar renegociar o valor.

Mas o interesse dos escoceses ganha cada vez mais consistência e num cenário muito parecido com aquele montado há duas épocas para Jota, jovem avançado (igualmente da formação das águias) que saiu da Luz para o Celtic nos mesmos parâmetros e com semelhante valor de opção de compra estipulado, e que depois acabou por assinar em definitivo pelo emblema britânico — Jota saiu para a Arábia Saudita no início desta temporada, joga no Al Ittihad.

Paulo Bernardo tem três golos e duas assistências em 25 jogos pelo Celtic, um total de 1.315 minutos de competição; esteve nos seis jogos da Liga dos Campeões realizados pela equipa e foi titular em 15 desafios.

Nos últimos três foi substituído relativamente cedo (aos intervalo, 61’ e 63’) e baixou um pouco de rendimento, mas a qualidade, também o grau de profissionalismo demonstrado e a margem de progressão que tem, convencem o Celtic e os adeptos escoceses e manter Paulo Bernardo pode tornar-se brevemente uma prioridade para o treinador, Brendan Rodgers, que, segundo apurámos, gosta muito da disciplina e da qualidade do português.

Paulo Bernardo fez toda a sua formação no Benfica e era encarado como um dos jovens mais promissores da sua geração, mas a transição da equipa B para a equipa principal não correu bem.

Em 2021/2022, primeiro com Jorge Jesus e depois com Nélson Veríssimo, o médio foi utilizado em 24 desafios, mas na época seguinte, com a entrada do treinador alemão Roger Schmidt e a chegada de vários reforços, perdeu espaço no plantel. Paulo Bernardo ainda jogou um minuto frente aos ucranianos do Dínamo Kiev, na Luz, no play-off para a Champions (3-0) e 13 minutos na Taça da Liga contra o Penafiel (2-0), mas alternou sempre entre o grupo principal e a equipa B e acabaria por ser emprestado, em janeiro de 2023, ao Paços de Ferreira.

Em Paços, o médio voltou a exibir-se num bom nível. Em meia temporada, marcou dois golos e fez duas assistências em 13 jogos e tornou-se numa peça importante para César Peixoto. «Era um jogador muito profissional, cumpridor, sempre o primeiro a chegar e o último a sair, mas vinha também habituado ao futebol de equipa grande, de um clube dominador. Era já um jogador inteligente, evoluído taticamente, tecnicamente muito forte, mas era também um jogador sem aceleração e desaceleração, sem mudança de velocidade, sem a reação ideal à perda da bola. Falei com ele sobre isso e mostrou logo disponibilidade para trabalhar, percebeu que era importante e evoluiu porque também quis evoluir. E mudou de velocidade, mudou para melhor na reação à perda, jogando com muito mais agressividade nos duelos», recordou o então treinador dos pacenses, numa entrevista a A BOLA, em fevereiro.

Paulo Bernardo fez a pré-época com Schmidt, mas não ficou e foi, então, para Glasgow, onde deverá manter-se em definitivo.

No clube dos €100 milhões

Paulo Bernardo desde cedo foi encarado como grande talento e a aposta da SAD correspondeu à expectativa com renovação de contrato em março de 2020 — até 2027 e com uma cláusula de rescisão de €100 milhões.

Não se afirmou com Schmidt, mas Paulo Bernardo mantém-se no radar. O treinador alemão, em recente conferência de imprensa, falou sobre o tema dos emprestados, sobre Martim Neto (cedido ao Gil Vicente) e também sobre o rendimento de Paulo Bernardo no Celtic: «Todos os jogadores que emprestamos é para lhes dar prática e oportunidades para se desenvolverem, ganharem confiança e serem cada vez mais responsáveis. Essa é a nossa ideia, de termos uma boa visão geral. Depois, no final da época, teremos de tomar decisões difíceis, porque temos de respeitar também o desejo do jogador.»