Artur Jorge: «Nacional é adversário complicado»
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Artur Jorge: «Nacional é adversário complicado»

NACIONAL20.12.202319:36

A antevisão de Artur Jorge ao jogo com o Nacional, para a Taça da Liga, na sexta-feira

- Que dificuldades espera, num jogo em que tem de ganhar por dois golos, frente a um adversário complicado?

Perspectivamos um jogo que possa ser equilibrado e haja também equilíbrio na ambição de cada uma das equipas. No nosso caso passa por ganhar e podermos disputar a final four, temos um adversário que já não tem essa possibilidade, mas que quer provar o seu valor. Um adversário complicado que está nos primeiros lugares da Liga 2, a lutar para voltar à 1.ª Liga e temos de fazer tudo para podermos ganhar.

- Al Musrati está disponível? O que se tem passado com o jogador? Em termos ofensivos a equipa está bem e o que preparou para um jogo em que precisa de marcar?

O Al Musrati tem tido um ano mais difícil, porque é um dos bons valores que temos e não temos tido a oportunidade de contar com ele. É baixa, porque lesionou-se em Nápoles, um problema nada a ver com a anterior, mas está em recuperação. Todos reconhecemos o valor do Al Musrati e lamentamos não poder contar com ele mais vezes. Temos uma missão muito clara, tenho dito aos jogadores e fi-lo contra o Casa Pia. Temos de estar na final four. Sabemos que há alguns cenários, com uma vantagem de dois golos ou mínima ao marcar três. Mas, mais do que isso, é um jogo complicado. Não vai ter nada a ver com o jogo do ano passado para a Taça de Portugal. Temos de ser conscientes do que temos de fazer para estarmos na final four, o que também pretendo a nível pessoal, pois em dois anos consigo estar em todas as competições possíveis. Precisamos de ganhar e com isso apuramo-nos.

- Al Musrati estar de fora não o faz pensar em ir ao mercado, já em janeiro, para reforçar o meio-campo?

Não, de todo. Médios centro até temos excedente. Podemos considerar as diferentes posições (6 e 8), mas não passa pela ideia reforçar essa zona, pois temos vários jogadores e alguns que têm tido pouco tempo de utilização. São dois os que normalmente jogam e, nesta altura, temos seis. Mais do que suficientes.

- Tem sofrido alguns golos e com o mercado de janeiro aí à porta, tem a mesma ideia em relação à defesa?

Tenho pena que estejamos sempre agarrados a alguns dados irrelevantes. Os resultados que temos, na perspetiva do que fazemos enquanto em equipa, têm sido bons. Quando marcamos e ganhamos e quando sofremos e perdemos, é igual para todos. É como equipa. O que temos feito, pois somos a equipa com melhor diferença entre golos marcados e sofridos da Liga, tem sido bem feito. Fala-se muito do futebol ofensivo e atrativo e depois pega-se em dados isolados. Quando houver erros individuais, a culpa será sempre minha. Temos tido uma época boa e sim podemos fazer melhor. Não tenciono reforçar algum setor. Estou muito satisfeito com os jogadores que tenho.

- Como geriu o Zalazar após o erro que acabou por dar golo ao adversário e o facto de o ter retirado à meia-hora de jogo frente ao Benfica. Mereceu alguma atenção especial?

Foi fácil perceber que ele próprio esteva sentido com o que aconteceu e não foi por ter saído aos 30 minutos. Temos de ser exigentes e temos grande parte dos atletas a pensar assim. O Zalazar é assim e percebeu isso. A substituição já o fiz no passado e não se pode ligar uma coisa à outra. Claro que ele podia ter feito melhor nesses 30 minutos que esteve em campo. Temos de ser todos solidários quando as coisas não nos correm tão bem.

Nesta fase decisiva da temporada sofreu duas derrotas e agora vem mais um jogo decisivo que o pode colocar numa final four. Estes desaires deixam-no mais cauteloso?

Nem mesmo os insucessos nos tiram a ambição. Temos de ter a capacidade para lutarmos sempre por estarmos nas decisões. Dois jogos em que não conseguimos os resultados que pretendíamos, mas que não retiram ambição, não podemos estar condicionados. Temos essa vontade de estar na final four e temos de demonstrar isso, tal como nas partidas anteriores. É tentativa erro e faz parte de um caminho, em que sabemos que não somos imbatíveis e em que temos de errar cada vez menos.

- É comum dizer-se que os ataques ganham jogos e as defesas campeonatos. Concorda?

Não é assim tão fechado. O que quero dizer é que custa-me ser questionado se sofremos golos por erros. É um jogo em que temos de marcar mais que o adversário. Se queria ser mais equilibrado quanto aos golos sofridos? Claro que sim. Não é oportuno estarmos sempre a agarrarmo-nos aos golos sofridos. Não adianta nada a ninguém. O jogo é para ser bonito e podermos fazer mais golos que os adversários. Há erros individuais, mas também fizemos golos por erros dos adversários. Não nos podemos agarrar ao se ou ao erro. Há muitos aspetos positivos e é bom olharmos para equipas que produzem bons espetáculos e que trazem público aos estádios. Isto é o que entendo que o futebol deve ser. Não quero estar remetido à defesa para ganhar 1-0.