11 fevereiro 2025, 11:29
«Ruben Amorim tem a cabeça 'frita'»
Paul Scholes, lenda do Manchester United, comentou a forma dos red devils
Técnico tem mantido distanciamento com os jogadores do Man. United. Por falta de tempo para criar laços, mas porque também prepara revolução no verão. Obrigado a «preparar jogadores» para vendas
A tarefa de Ruben Amorim no Manchester United está a ser mais difícil do que provavelmente esperava. Além de todas as condicionantes relacionadas com a qualidade do plantel, lesões e futebolistas com perfis pouco talhados para o 3x4x3 que trouxe de Alvalade, o ex-técnico do Sporting ainda não terá o plantel todo com ele.
Segundo o Manchester Evening News e confirmado pelo Mirror e Daily Telegraph, entre outros, Amorim tem optado por manter um distanciamento com os jogadores, contrastando com o seu antecessor, Ten Hag, que promovia maior proximidade, e uma diferença com a própria forma de estar que teve nos leões.
11 fevereiro 2025, 11:29
Paul Scholes, lenda do Manchester United, comentou a forma dos red devils
O facto de ter entrado a meio da época é o principal motivo. «A pré-época é essencial para criar laços, são três semanas em que dá para conhecer os jogadores de maneira diferente e não dentro do stresse de uma preparação de jogos com pouco tempo de intervalo entre eles. Não há tempo para criar esses laços, que são o principal segredo para vencer», admitiu recentemente Ruben Amorim, embora o tema não tenha sido falado na conferência de imprensa de ontem para a antevisão da partida em casa do Tottenham, amanhã, para a 25.ª jornada da Premier League.
Ainda segundo os media, apenas os compatriotas Diogo Dalot e Bruno Fernandes têm maior proximidade com Amorim.
Mas haverá outra razão para este distanciamento: a revolução que terá de ser feita no verão. Não vale a pena criar muitos afetos com quem não entra nos planos futuros. Mas para que alguns cheguem, muitos terão de partir para assegurar o cumprimento das apertadas regras do controlo financeiro da Premier League. «É muito simples: para conseguirmos fazer alguma coisa na próxima época, teremos de vender jogadores. O meu foco está em preparar esses jogadores», disse ontem Amorim, confrontado com os problemas financeiros do clube, que poderá provocar uma segunda onda de despedimentos, na ordem dos 200 trabalhadores (juntando aos 250 da primeira) para ajudar a fazer face aos €360 milhões de prejuízos nos últimos três anos. «Tenho de compreender esses problemas mas isso já não é novo no nosso clube. Já conhecíamos as regras do fair play financeiro, mas isso não pode mudar a forma como treino a equipa», disse.
Apesar de ocupar o 13.º lugar na tabela, o discurso de Amorim não muda: o objetivo é «ser campeão» a médio prazo. «Mas ainda não temos uma base», justificou. «Até ao final da época cada jogo, para nós, será sempre um grande jogo. Precisamos de melhorar a forma como jogamos futebol, mas precisamos especialmente de vencer jogos. Não importa como, mas precisamos de ganhar partidas e isso só será possível se melhorarmos o nosso futebol.»
Por este motivo, e quando questionado sobre as semelhanças com o homólogo dos spurs, Ange Postecoglou, que também enfrente «problemas semelhantes» e com a mesma «pressão», Amorim sentiu a necessidade de pedir licença: «Com o devido respeito, estou num clube maior, com maior pressão. Um treinador deve seguir os seus princípios.»