Amir Ibragimov: o talento do Manchester United que faz lembrar Wayne Rooney

Jogador russo de apenas 15 anos já jogou pelos sub-18 dos 'red devils' e, frente ao Newcastle, fez os quatro golos da sua equipa

Nas escolas de Carrington, a formação de talento - sobretudo atacante - é uma das imagens de marca. Marcus Rashford é, possivelmente, o maior nome da escola de jogadores do United a jogar pelo clube atualmente e, numa altura em que correm tempos de instabilidade no lado vermelho de Manchester, o prestígio do clube é, muitas vezes, o principal atrativo para os jovens (e para as suas famílias) na busca pelo sonho de chegar a profissional. E a próxima grande figura pode estar já «em casa».

Amir Ibragimov é atacante, inglês mas nascido na Rússia, e tem apenas 15 anos. Na passada temporada, jogou cinco vezes pelos sub-18 que, note-se, tinham, na altura, mais três a quatro anos do que ele. Na última semana, voltou a chamar a atenção pelos sub-16, ao marcar os quatro golos da vitória sobre o Newcastle. Mas como surgiu este talento, que até já foi apelidado, por muitos adeptos, como «o próximo Rooney»? 

As origens e a família de desportistas

Amir Ibragimov é o segundo de quatro irmãos. Nascidos na República do Daguestão, província do sudoeste da Rússia, cedo se apercebeu que a sua vida seria no mundo do desporto. O mais velho, Ibragim, é lutador de MMA e leva seis vitórias noutros tantos combates enquanto profissional. Os mais novos, Gazik e Muhammad, jogam, respetivamente, nos sub-13 e sub-11 do Manchester United.

Apesar de nascer na Rússia, Amir tem nacionalidade inglesa e já jogou pelos sub-15 da seleção. Isto porque desde os seus 11 anos que vive em Inglaterra. As dificuldades financeiras vividas na Rússia levaram a que os seus pais se mudassem para a Europa e, à chegada, a escolha foi o Sheffield United.

A mudança para Manchester

Poucos dados há sobre como foi a sua passagem pelos blades, mas sabe-se que, desde muito novo, a sua criatividade e maturidade já se destacavam. Após três épocas, o Manchester United apareceu para o levar para a academia de Carrington e, desde então, a sua subida tem sido «a pulso». 

Na passada temporada, apesar da idade, já jogou mais de 200 minutos pela equipa sub-18 dos red devils, partilhando relvado e balneário com jogadores como Kobbie Mainoo ou Willy Kambwala, a quem Erik ten Hag já deu minutos durante esta época. A sua ascensão também já valeu contrato de patrocínio com a Adidas e, até, um encontro com Sir Alex Ferguson...

O jogador e a época 2023/24

Esta não tem sido, até agora, uma época de fortuna para Amir Ibragimov. O seu talento levou a uma sobreutilização durante a passada temporada e, desde o verão, tem estado lesionado, tendo voltado há apenas dois jogos. Estes dados tornam ainda mais impressionantes os números do regresso: dois jogos, cinco golos e duas assistências, incluindo quatro tentos no passado encontro, frente ao Newcastle. 

Durante este regresso, faseado, as suas características não parecem ter sido afetadas. A partir da linha, ou atrás do ponta de lança, gosta de pisar terrenos interiores, com inteligência sem bola mas, sobretudo, com maturidade com a bola nos pés. É ágil, forte fisicamente e a sua tomada de decisão é, quase sempre, a correta. Raducio King, treinador de Amir, vê parecenças com uma das estrelas de Old Trafford: «Não vi muitos a fazerem o que ele faz. Vejo-o a pisar a posição de nº10, com o mesmo papel de Wayne Rooney.» Uma comparação, no mínimo, forte...

O futuro de Amir Ibragimov

Em abril, Amir Ibragimov fará 16 anos. Nesse mesmo mês, fará um ano da primeira vez que treinou com o plantel principal do Manchester United. Numa altura em que a clarividência do esquadrão sénior é um dos principais problemas, quem sabe se, tal como Mainoo ou Kambwala, o jovem russo, naturalizado inglês, não terá, num futuro breve, um papel preponderante nas opções de Erik ten Hag. Para já, o mais importante será ganhar capacidade física para o futebol profissional. O fator da utilização excessiva também deve ser tido em conta: não faltam casos de jovens prodígios que, devido ao sobrecarregamento de minutos em fases recentes, não alcançaram todo o seu potencial. Certo é que, pelo menos, o talento para alcançar o topo está presente.