Bruno Lage, treinador do Benfica, em declarações na conferência de imprensa, após o triunfo sofrido sobre o V. Guimarães, que permite às águias encurtarem para dois pontos a desvantagem para o Sporting. Foi a oitava vitoria consecutiva no campeonato. Qual a importância disso?A importância resume-se aos três pontos e reduzir distâncias para o 1.º classificado. Esse era o objetivo. Assistiu-se a um grande jogo de futebol. Vitória justificou o que eu disse na antevisão. Foram muito competentes, mas nós também fomos. A estratégia hoje pedia-nos coisas diferentes e a prova disso é a forma como chegámos ao primeiro golo. Podíamos ter chegado ao intervalo a vencer por 2-0. Na segunda houve mais equilíbrio, mas conseguimos controlar o jogo, tanto defensivamente, pela forma como pressionámos, como com bola. Foi uma grande exibição do Vitória e três pontos muito importantes para nós. O Vitória criou mais perigo do que na maioria dos jogos anteriores do Benfica na Luz? Vai ser preciso saber sofrer mais com a proximidade ao 1.º lugar?Não foi tanto pelo perigo que criou, mas pela forma como nos condicionou, com a equipa subida e uma pressão forte. Tínhamos percebido que iam fazer pressão em 4-4-2, com pouco espaço entrelinhas e a nossa equipa tinha de ser inteligente a circular, e sair pelos centrais e se não tivéssemos espaço era preciso voltar a procurar o guarda-redes. Um bom exemplo disso, foi a jogada em que o Akturkoglu fez uma assistência muito boa para o Pavlidis. O Trubin jogou com o Tomás Araújo, que depois encontrou o Di María, que variou o jogo para o outro lado para o Akturkoglu. Em dois passes chegámos à área. A equipa percebeu bem o adversário que tinha pela frente e interpretou a forma como o Vitória ia condicionar o nosso jogo. O campeonato vai ser longo. Ninguém vence o campeonato em setembro ou dezembro, vence-se nas últimas jornadas. Concorda com Rui Borges que o Benfica é a equipa em melhor forma?Chegando a esta altura e olhando para a classificação, Benfica, Sporting e FC Porto têm condições para atingir os objetivos, e depois há outras equipas com enorme qualidade. O Vitória mostrou isso aqui. O SC Braga também joga muito bem e está nas competições europeias. Há ainda o Moreirense, o Famalicão… Sem querer esquecer alguns, há equipas muito competentes. Vai ser um campeonato muito competitivo, temos de continuar com a evolução, encontrar as melhores soluções quando temos jogadores castigados. Temos plantel com jogadores que têm ajudado a equipa quando saem do banco. Ouviram-se assobios dos adeptos à equipa, sobretudo na 2.ª parte. A equipa acusou a pressão de ter de ganhar para aproveitar o deslize do Sporting e de poder ir jogar a Alvalade já na liderança do campeonato?Faz parte da nossa natureza. Queremos sempre mais. Temos oito vitórias no campeonato, em casa temos marcado muitos golos e essa é a nossa exigência. A minha primeira promessa foi meter a equipa a jogar com qualidade e aumentar número de golos. Eu olho para a questão dos adeptos ao contrário: a partir dos 70 minutos começaram a apoiar a equipa, que voltou a crescer e teve uma oportunidade de golo. Temos de estar todos juntos e perceber que o adversário deste jogo era muito difícil. A estratégia tinha de passar por sair pelo homem livre, que era o Trubin. Tínhamos de esperar que o guarda-redes encontrasse outro homem livre, para podermos entrar nos espaços, algo que ele fez sempre muito bem. Desde que voltou ao Benfica, já iniciou um jogo a 11 pontos da liderança do campeonato, contra o FC Porto. Agora tem alguma margem de manobra…Não temos não. A nossa mentalidade não permite folgar em nada. Essa é a exigência dos adeptos. E a nossa exigência é no treino. Fizemos uma semana muito boa a preparar o que aí vem. Podemos crescer ainda, como no controlar o jogo com bola e saber acelerar. A última oportunidade, do Pavlidis, é o exemplo disso. Nem tinha ideia disso dos 11 pontos. O nosso compromisso é fazer crescer a equipa.
