A crença no título, as dores de Pote e o que se pode esperar de Alisson: tudo o que disse Rui Borges

NACIONAL17.04.202514:35

Treinador do Sporting fez a antevisão ao encontro com o Moreirense

— Vêm aí cinco finais para o Sporting. O que espera tendo em conta a onda verde que os adeptos têm criado?

— Sim, é muito importante.  Fiz questão no final do jogo de Santa Clara  de frisar isso.  Portanto, todos os adeptos foram importantes,  desde a saída de Alvalade, no aeroporto,  mesmo à chegada aos Açores. Depois já no estádio também,  mesmo aqueles que não puderam estar presentes acredito que estariam a torcer por nós muito e bem porque tem sido assim desde que chegámos,  pelo menos, desde que nós estamos aqui enquanto equipa técnica, tem sido esse apoio massivo de nos fazerem, acima de tudo,  acreditar e é isso que nós queremos. É que todos eles acreditem,  acreditem tanto como nós, porque nós acreditamos mesmo muito, desde o primeiro dia.  Acreditamos mesmo muito.  Os jogadores passam isso para campo independentemente de, às vezes, ser com mais qualidade, menos qualidade. Mais ou menos difícil.  Eles têm dado sempre uma demonstração de acreditar imensa, de uma ambição enorme de querer ser primeiros, de querer  voltar a ser campeões. Por isso,  o que apelo é aos nossos adeptos que acreditem tanto como nós, que compareçam e eles têm feito, seja em casa, seja fora.  Eles têm estado sempre, têm criado uma onda verde fantástica e que assim continue, que seja maior nestas últimas cinco rondas, porque serão muito importantes para aquilo que será levar de vencida, neste caso o Moreirense, que é o próximo e é isso que temos que nos focar.

— No último jogo já pôde contar com o Pedro Gonçalves alguns minutos, ele treinou mais esta semana, pergunto-lhe se já está mais perto de poder ser titular. Ainda relacionado com as questões físicas, pode esclarecer como é que está a questão do Morita e se acredita que ainda pode contar com o jogador esta temporada?

— Sim, o Morita está fora do jogo ainda, mas claramente sim. Fará parte e será muito importante também nesta reta final e fará parte do grupo em campo a dar contributo, porque  também tem sido um jogador importante,  apesar de todos os problemas que tem tido, precisamos dele, quer muito ajudar muito,  vai ajudar, penso que brevemente. Por isso, acreditamos nesse sentido que voltará muito em breve.  Em relação ao Pote,  já disse isso várias vezes, tomara poder contar com ele a 100%. Mas esteve cinco meses parado. Dói-lhe tudo menos, se calhar, a zona da lesão, porque está numa pré-época, digamos. Por isso estará aqui a correr contra o tempo, mas sempre com algum cuidado,  porque esteve muito tempo parado,  requer aqui esse cuidado em termos de trabalho individual da parte dele, na componente física. Por isso, é um jogador que ainda está longe daquilo que é puder ser titular. Acredito que vamos empurrar e andar, lá está,  um bocadinho contra esse tempo,  e aos poucos vai melhorar. Acredito, como já disse, que ainda será ainda muito importante para aquilo que será o final do campeonato.

— Na última semana falou-se muito de arbitragem. Isso deixa o treinador do Sporting apreensivo nestas últimas jornadas? 

— Não, o treinador do Sporting está focado e concentrado naquilo que controla, que é o jogo.  Por isso, agora  é o Moreirense,  que é uma equipa que em sua casa venceu o Sporting,  o FC Porto, empatou com o Benfica e perdeu por um golo no Estádio da Luz e fez um belíssimo jogo. Se calhar, o seu melhor jogo  da época. É uma equipa muito competitiva, muito bem organizada,  que já vem com muito com rotinas de há dois/três anos;  rotinas muito próprias, muito patentes.  É  uma equipa muito tranquila no momento defensivo, com bons jogadores depois para sair em termos ofensivos. E um conjunto que trabalha muito bem as bolas paradas. O seu treinador é muito bom nesse sentido. Temos de estar preparados para eles. O resto é ruído.

— Em relação ao Pedro Gonçalves, ele tem a valência de também poder jogar no meio-campo. Face às ausências nesse setor, podemos vê-lo nessa posição?

— O Pote dá essas soluções, eu não fujo delas. Tanto faz de médio, como joga por dentro ou por fora. Agora, fisicamente, não estará ainda preparado porque a exigência, principalmente nesta estrutura de dois médios,  a exigência para os médios é grande.  E ele, em termos físicos, está longe. Como acabei de dizer, esteve cinco meses fora, está numa pré-época. Brinco com ele e ele diz, claro, que lhe dói tudo menos a zona da lesão, porque está cansado. Está a ganhar preparo. Agora ele sabe que tem de andar, temos de acelerar um bocadinho. Tem-se entregado ao máximo, está focado,  quer ajudar muito, quer voltar. Está na mesma onda de acreditar que a equipa vai ser feliz no final e quer ajudar seja com o que for. Mais do que tudo é olhar para ele e senti-lo focado e disponível para ajudar,  independentemente do tempo que for. Ele sabe o tempo que esteve parado e o que isso implica. Acima de tudo, quer é ajudar e é isso que me deixa feliz. 

— Tem-se dito muito que o campeão desta época não será o melhor mas sim o menos mau. Como olha para isso? Como olha para o castigo de Harder?

 — Em relação a Harder, não vou me alongar muito, mas o atleta apenas festejou a vitória, sem provocar ninguém,  muito sinceramente. E o árbitro tomou a decisão que tomou, acredito que será revertida e contamos muito que assim o seja,  porque tudo é claro;  as imagens são claras sobre tudo o que se passou no jogo foi claro em relação a esse assunto. Em relação aos comentadores isso vai bater um bocadinho às vezes na mentalidade da nossa sociedade. Quando as coisas não correm sempre como queremos, damos sempre demérito aos outros.  Por isso, eu estou muito concentrado no objetivo, quero muito ser campeão; queremos muito ser campeões, os atletas querem muito ser campeões e vão festejar com todo o mérito se assim acontecer, pois é mais do que merecido por tudo que passou, por tudo que o grupo foi capaz, tem sido e será capaz até ao final do campeonato de ultrapassar todos os obstáculos, sem desvios nos caminhos. Eles têm tido essa capacidade. Por isso, merecem muito ser felizes e acredito muito que isso vai acontecer. 

— Nesta reta final de campeonato em que o Sporting está na luta pelo título com o Benfica, 'comprava' cinco resultados iguais aos obtidos pelas duas equipas na primeira volta? Acha que o Sporting, assim, seria campeão? 

—Não estou muito focado com aquilo que é o passado. Estou focado no presente é no que aí vem.

— Mas ‘comprava’ esse cenário de repetir as ultimas cinco jornadas?

— Não, até porque se eu entrei é porque essas jornadas não correram assim tão bem quanto isso. Foi no momento em que os resultados não foram assim tão bons. Não estou preocupado com o Benfica, estou preocupado com aquilo que nós controlamos, com os nossos jogos e estou focado só no Moreirense. Vamos a um jogo de cada vez, não há futurologia, não há jogos fáceis e isso está bem explícito para todas as equipas, não só para nós. Desta forma,  é focar-nos naquilo que controlamos e ir com o querer, com o acreditar, com a vontade que têm tido, com a ambição que têm tido. Mas perceber que vamos ter sempre dificuldades, porque do outro lado as equipas cada vez mais são competitivas e querem roubar pontos aos grandes. 

— Ruben Amorim criou o 'slogan' de onde vai um vão todos na época 2020/21. Tem algum 'slogan' para esta reta final do campeonato; acredita na estrelinha?

— A estrelinha dá trabalho, a sorte dá trabalho. Por isso é estava a falar há pouco um bocadinho em relação a isso do mérito ou demérito. Já disse isso várias vezes, quem for mais  competente até ao final  será campeão. Por isso nós queremos muito ser competentes, queremos ser campeões.  Sabemos todas as dificuldades que vamos ter pela frente, agora a ambição que temos e o acreditar… A equipa tem demonstrado sempre, apesar de, às vezes, os jogos não correrem como desejamos e queríamos, mas a ambição dos jogadores está lá sempre. O querer e o acreditar está lá sempre, o compromisso está lá sempre. Por isso, já disse isso várias vezes, sou muito feliz por poder ser líder deste grupo de trabalho que tem sido fantástico e incrível.  Já disse isso no fim do jogo do Santa Clara,  que eles são incríveis e são mesmo são um grupo incrível. Por isso, merece muito ser feliz. Em relação ao slogan, os adeptos têm falado por nós, têm acreditado tanto como nós, como eu disse.  Por isso não precisamos de slogan esta reta final. Precisamos, isso sim, que os adeptos acreditem tanto como nós, é isso que nós queremos, que criem essa onda verde cada vez maior,  porque as ondas às vezes são maiores, vão ganhando metros. E nós queremos isso, queremos que cada vez  acreditem mais porque é sempre possível sermos melhores e maiores. É essa sempre a nossa luta diária, com treinadores, jogadores. É isso que queremos também em relação aos adeptos, que estejam ligados connosco de exatamente da mesma forma.

— Que Moreirense espera amanhã? E sem Morita, estará de novo Debast no meio-campo?

 — O Debast tem estado muito bem, tem feito um campeonato muito bom fora de uma posição que não era a dele, tem correspondido. Claro que não é o Morita, são jogadores diferentes, mas tem sido bastante competente e acreditamos muito. Em relação ao Moreirense, é uma equipa competitiva, já tive a felicidade de os orientar e agradeço-lhes muito, porque foi o clube que me abriu as portas da I liga. Tenho um carinho muito grande, conheço grande parte dos atletas, pois  trabalharam connosco. É uma muito competitiva,  muito bem organizada, com dinâmicas muito bem trabalhadas em termos defensivos. E é um conjunto que, no último terço com jogadores que podem surgir em transições,  contra-ataques, com boas tomadas de decisão. Além disso, tem as bolas paradas muito bem trabalhadas pelo seu treinador. Temos de estar preparados para isso e é nisso que temos de estar focados, para os momentos de transição principalmente, e para os momentos de bolas paradas, se assim existirem a favor do adversário. Em termos de organização defensiva,  temos de perceber alguns espaços  que dão e algumas coisas que podemos explorar dentro daquilo que é a nossa qualidade individual e coletiva.

— Disse há pouco que tinha a esperança de que o castigo de Harder fosse revertido. Preparou esse cenário? Quanto ao Morita, já se passou quase um mês desde que se lesionou pela seleção do Japão. Ainda é um problema traumático ou é outro problema? Tem a ver com a parte mental?

— Não, a parte mental do atleta está boa naquilo que é querer ajudar a equipa e trabalhar e recuperar o mais rapidamente possível para poder dar contributo à equipa; o problema é o que trouxe da seleção, não vou estar aqui a especificar qual é. Já disse que muito brevemente acredito que dará  contributo à equipa e ele está motivadíssimo para poder ajudar nestes jogos que faltam. É um jogador, como eu disse já, muito importante para a equipa também, é um jogador que, pessoalmente, admiro muito; já o admirava antes.  Por isso logo por aí acredito  que ele em termos mentais está muito focado em querer ajudar e em voltar o mais rapidamente possível. Em relação ao Harder,  é o momento do jogo,  não posso responder por aquilo que se passou, posso responder, isso sim por aquilo que o atleta fez ou não, e é explícito aquilo que ele não nada fez. Apenas festejou uma vitória com os nossos adeptos,  nunca a provocar em momento algum, pelo menos aquilo que nós conseguimos ver pelas  imagens, em momento algum provocou o adversário. Por isso, é algo que é natural:  festejarmos. Às vezes,  o futebol é ficar apático e não se pode fazer nada.  Estamos preparados para as duas situações: para o ter ou para não o ter. Mal seria se não estivéssemos preparados para jogar com ou sem Harder.

— O Alisson tem treinado com a equipa principal? Como avalia o jogador?

— O Alisson tem treinado bastante com a equipa principal,  é um miúdo que está a crescer,  está também a adaptar-se àquilo que é a exigência do Sporting. A perceber, aos poucos, também, a dinâmica onde está inserido. É um miúdo em que nós acreditamos muito, tem um potencial muito grande, tem características de que gostamos muito, tanto a equipa técnica como o clube. Estava identificado, conseguimos trazê-lo antes um pouco para ele também ganhar esse tempo de adaptação; conhecer os colegas, perceber a dimensão do clube que representa agora, tem dado uma resposta muito boa, na parte da interação e daquilo que cria também para os colegas tem sido muito positiva. É irreverente, um miúdo muito do último terço,  de criar muitas acelerações, de um-para-um,  de ganhar muitos duelos. É muito potente. Por isso é um jogador em que acreditamos muito. Vai ter o seu processo de crescimento, mas não tenho dúvidas de que no futuro será um jogador de quem se irá ouvir falar,  porque tenho convicções para isso.

— Tem-se de falado muito de Vagiannidis. É um jogador que encaixa naquilo que pretende, Bendter disse que via Hjulmand a jogar em várias equipas de renome na Europa. Está preparado para o perder no verão? A contratação de Kochorashvili é para colmatar uma eventual saída do capitão?

— Uma coisa não implica a outra, em relação à saída ou não, os jogadores têm cláusulas, isso já me ultrapassa a mim. É um jogador em que acreditamos. Agora, em relação à qualidade do Hjulmand,  pode jogar em qualquer campeonato, por a qualidade individual que ele tem,  pela capacidade que ele tem de liderança, por aquilo que é caráter e personalidade. Por isso é um jogador muito, muito bom e é natural é aparecer rumores de muitas equipas em todos campeonatos da Europa e não só a querem o Morten. Em relação ao Vagiannidis, não vou estar a comentar um jogador que não é do Sporting. Se fosse a comentar todos os jogadores que ligam ao Sporting estaríamos aqui todas as conferências a falar dos jogadores que não pertencem aos quadros do clube.

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