Palhinha: «Quando a seleção não ganha cai tudo em cima do Cristiano Ronaldo»
João Palhinha e Cristiano Ronaldo no Portugal-Islândia (Imago)

Palhinha: «Quando a seleção não ganha cai tudo em cima do Cristiano Ronaldo»

SELEÇÃO19.03.202418:15

Médio do Fulham acredita que é possível ganhar o Euro 2024 e elogiou o selecionador, Roberto Martínez, e o capitão, CR7

Em entrevista a Pedro Pinto, no podcast 1 PARA 1, João Palhinha falou sobre a mudança que houve na seleção, com a chegada de Roberto Martínez.

O jogador do Fulham, de Marco Silva, afirma que é um privilegiado por poder ser treinado pelo espanhol, que considera ter sido uma das razões principais para que Portugal conseguisse um apuramento perfeito, para o Euro 2024: «Eu sinto o grupo muito motivado, muito feliz também com esta vinda do Mister Roberto Martínez. Acho que trouxe algo de novo e que estávamos sinceramente todos a precisar na Seleção. O mister tem uma mente bastante aberta no que diz respeito ao futebol, mesmo na ligação com o jogador. É um treinador que liga muito aos pormenores. Nunca pensámos que fosse assim tão pormenorizado em relação a certos detalhes, não só em relação ao jogo, mas extra futebol. Tenho sido um privilegiado também por trabalhar com ele e ter tido também o meu espaço na seleção. Sou grato também por isso e partilho a minha opinião, mas sei que os meus colegas também sentem o mesmo que eu e o resultado disso foi a fantástica qualificação que fizemos. Foi história, foi algo único.»

O português ainda elogiou o selecionador nacional a um nível pessoal, para além de profissional, explicando que isso ajudou muito a melhorar o ambiente na seleção: «Não o ouvi uma única vez a gritar, assim como já vimos outros treinadores a gritarem, a exaltarem-se, consoante certos momentos do jogo. Ele mantém sempre a postura. Pode não estar agradado com alguma coisa, mas mantém sempre aquela postura educada que ele tem e correta, na minha opinião. Acho que um treinador também tem sempre muito mais a ganhar se mantiver essa postura com um jogador e com a equipa do que se for o contrário. E é nesse tipo de mentalidade que eu também noto que foi muito positivo para a nossa seleção. Acho que os jogadores se sentem felizes. Sentem-se mais libertos dentro de campo e isso depois também transpareceu para as exibições e para os resultados que temos vindo a ter. E acho que isso reflete tudo o que o mister trouxe para a seleção.»

O médio acredita que é possível chegar à final do Campeonato da Europa e ganhar, mas também sabe das dificuldades que o grupo vai encontrar nessa competição: «Eu acho que agora as pessoas, depois de verem este trajeto que tivemos, e mesmo antes também já era assim, as pessoas têm sempre as expetativas mais altas, de podermos alcançar uma final. Isto também vai ser um Europeu muito difícil. As equipas vão estar muito bem preparadas, mas temos a consciência perfeita que temos mais que qualidade individual e coletiva para podermos alcançar esse objetivo, apesar de na realidade, ser sempre muito, muito difícil.»

Por fim, falou de Cristiano Ronaldo e a sua importância na equipa, até pelo seu estatuto, dentro e fora do balneário: «O papel do Cristiano na seleção é sempre o mesmo, não muda muito. É aquela liderança que ele também tem e a importância que tem. Quando vamos jogar a qualquer lado, é sempre: é o Cristiano, é o Cristiano! E isso também acaba por nos sacudir um bocado a pressão de cima de nós, porque o Cristiano é que acaba por levar com a pressão toda, mesmo quando a seleção não ganha cai tudo em cima do Cristiano.»

«Para o bem e o para o mal, é sempre assim, infelizmente, porque o futebol é um trabalho coletivo e se a equipa não estiver bem, o Cristiano também não vai estar. Mas o papel dele é um papel de extrema importância, sempre foi desde que ele entrou para a seleção e a liderança que ele tem dentro do balneário é algo que é muito importante para nós. É continuarmos a ajudá-lo a quebrar recordes e, se possível, conseguimos conquistar mais coisas juntos», finalizou.