A caminhada europeia dos ‘Conquistadores’ segue sem derrotas. Após 13 jogos! Começou com Rui Borges na brilhante fase de liga, continua com Luís Freire, que ontem alcançou resultado histórico em Espanha
Tudo começou com Rui Borges, numa caminhada notável e sem derrotas nas pré-eliminatórias e na fase de liga da UEFA Conference League (10V e 2 E), números só superados pelo... Chelsea; e continua, agora, com Luís Freire que, ontem, em Sevilha, por conta do emocionante 2-2 alcançado na visita ao Betis, escreveu página de ouro na história do Vitória de Guimarães.
Em seis deslocações a Espanha, nunca os Conquistadores tinham conseguido marcar dois golos (tinham, aliás, somente um no seu histórico de visitas ao país vizinho. E perderam sempre, e sempre em jogos da Taça UEFA/Liga Europa: 0-1, com o Atlético Madrid, em 1986; 0-2, com a Real Sociedad, em 1992; 0-3, com o Barcelona, em 1995; 1-3, com o Sevilha, em 2005; 0-2, de novo com o Atleti, em 2011; e, por fim, 0-1, com o Betis, em 2013.
Enorme exibição dos vimaranenses em Sevilha leva a decisão para o D. Afonso Henriques. Vitorianos estiveram em desvantagem por duas vezes, mas continuam campanha histórica na Europa, ainda sem conhecer o sabor da derrota na UEFA Conference League. Já lá vão 13 (!) jogos
Depois da derrota do Benfica na véspera com o Barcelona (0-1), o Vitória SC, único representante luso, além das águias, ainda nas competições europeias, procurava salvar a honra portuguesa na Europa e conseguiu-o com exibição de garra, de sangue, suor e lágrimas, perante milhares de adeptos que, como se esperava, viajaram desde a Cidade Berço, trazendo para casa a legítima esperança de conseguir o apuramento para os quartos de final.
É verdade que ainda falta a segunda mão dos oitavos de final, que se disputará já na próxima quinta-feira, mas a exibição neste primeiro jogo com o Betis torna possível acreditar no apuramento. E, depois, se olharmos ao caminho já desenhado até à final, o regresso de uma equipa portuguesa a uma grande decisão não se vislumbra de todo impossível...
Luís Freire realça exibição dos vimaranenses no Benito Villamarín (Foto: IMAGO)
Vamos aos ses: se o Vitória se apurar, defrontará nos quartos de final ou Jagiellonia, ou Cercle Brugge; e se ultrapassar essa etapa, nas meias-finais terá de enfrentar uma de quatro equipas... Celje, Lugano, Panathinaikos (de Rui Vitória) ou Fiorentina. Que tal? Do outro lado, o Chelsea tem tudo para também chegar à final de 28 de maio, em Wroclaw, na Polónia. Chelsea-Vitória? É permitido sonhar.
Nota final para voltar aos técnicos que desenharam este sonho: Rui Borges e Luís Freire, dois treinadores com percursos semelhantes, de subida a pulso na carreira, o primeiro, com 43 anos, passando por Mirandela, Académico Viseu, Académica, Nacional, Vilafranquense, Mafra e Moreirense, antes de chegar a Guimarães e, agora, ao Sporting; o segundo, com 39 anos, orientando Ericeirense, Pêro Pinheiro, Mafra, Estoril, Nacional, Rio Ave e, agora, Vitória.
Também a ele se prevê futuro risonho. Para já, sorriu, e muito, em Sevilha. Foram enormes os Conquistadores!
Milhares de adeptos do Vitória SC em Sevilha (foto: Vitória SC)