OPINIÃO Dia dos namorados
30 reflexões soltas sobre o meu percurso de três décadas de A BOLA. Eu sou o Jorge Pessoa e Silva e esta é crónica semanal do meu Libro do Desassossego
Entrei em A BOLA a 14 de fevereiro de 1995. Dia dos Namorados. Talvez por isso se tenha tornado num casamento que faz amanhã 30 anos. É com profundo sentido de gratidão que partilho 30 aprendizagens que A BOLA me proporcionou. Sem ordem especial, sem preocupação de dizer tudo. Até por ser impossível.
1 – Não é porque o sonho parece impossível que é… impossível. Entreguei em mãos dezenas de currículos e deixei A BOLA para o fim porque não acreditava que me aceitassem. Aceitaram!
2 – As cinco letras de A BOLA têm todo o peso dos mestres, da história e da tradição. Do jornalismo.
3 – Ouvir e seguir os conselhos dos mais velhos é um ato de profunda sabedoria.
4 – Cada novo serviço é uma oportunidade de fazer melhor.
5 – As vitórias e as derrotas num serviço não duram mais do que 24 horas.
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6 – Ninguém é suficientemente bom para subir na carreira sem a ajuda dos que estão abaixo. E serão eles que estarão lá cada vez que cairmos...
7 – Uma coisa é ter sucesso, outra é ser sucesso. O primeiro qualquer jovem jornalista pode ter, o segundo chama-se carreira e demora décadas.
8 – O nome é o maior património de um jornalista, trabalhando para que a assinatura se transforme num autógrafo.
9 – Credibilidade e seriedade são um património inegociável.
10 – Uma crítica dita com autoridade é uma lição que devemos agradecer.
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11 – Não há super-heróis. Todos nós temos momentos de dúvida, de fraqueza, de derrota. Quando ganhamos, ganhamos; quando não ganhamos… aprendemos.
12 – Uma guitarra, noites de fado e umas imperiais bebidas entre companheiros de A BOLA fez milagres para o espírito de grupo.
13 – Na redação de A BOLA, preciso mais de cúmplices do que de competidores.
14 – Nenhum chefe é perfeito. Mas aprendi a separar feitio de caráter.
15 – Quem faz depender o seu esforço de acordo com o ordenado que recebe… recebe mais do que merece.
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16 –Trabalhamos por nós e pela valorização pessoal antes de trabalharmos pela empresa.
17 – A curiosidade é o combustível de um jornalista.
18 – No jornalismo, cada serviço começa com uma folha em branco. Depois, é saber ouvir, fazer as perguntas certas, colocar-me na pele do outro e passar tudo para o papel sem ideias pré-concebidas.
19 – Abraçar o desconforto é essencial para o sucesso.
20 – Percorri mundo ao serviço de A BOLA. Viajar é o melhor antídoto para o preconceito.
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21 – A BOLA abriu-me as portas de África. E África nem é um local. É uma maneira de viver. Estamos juntos.
22 – Todos os dias penso no que Cândido de Oliveira, Ribeiro dos Reis e Vicente de Melo, fundadores de A BOLA, pensariam de mim.
23 – Que me perdoem os outros grandes mestres de A BOLA, que admiro, Carlos Pinhão era o meu favorito pela envolvência da escrita e capacidade de contar uma boa história.
24 Peço perdão aos grandes mestres e aos leitores e telespetadores cada vez que não estou à altura das exigências de A BOLA.
25 – A melhor forma de alcançar a imortalidade como jornalista é ajudar sem reservas os jovens jornalistas.
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26 – Nunca estarei entre os melhores 30 jornalistas da história de A BOLA, mas estou entre os 10 que mais amam A BOLA.
27 – Seria uma honra se conseguir que A BOLA seja o meu primeiro e último local de missão.
28 – A BOLA mudou imenso nos últimos 30 anos e entrou numa era muito diferente. Só não muda a paixão de comunicar e essa dura há 80 anos
29 – A BOLA dá-me a felicidade de fazer o que quero e onde quero.
30 – Não tenho palavras para expressar a gratidão por quem me lê e quem me vê. Obrigado a si.