Ríos tem as chaves de casa e convidou Ivanovic a entrar (as notas do Benfica)
Samuel Soares (6) — Saiu lesionado (queixou-se da coxa direita aos 38’) ao intervalo. Aos 3’ agarrou um cabeceamento de Ruben Fernandes na linha de golo, aos 7’ um remate de Rui Costa que ganhou efeito depois de tocar em Otamendi. De resto pouco mais trabalho. Sereno quando foi chamado a jogar com os pés, também não foram assim tantas vezes.
Tomás Araújo (6) — Desviado para lateral-direito, andou sempre num vaivém entre a defesa e o ataque. E foi sempre com os olhos na frente que jogou, combinando com Prestianni, arrancando cruzamentos, como aquele em que serviu Ivanovic para o golo (anulado por fora de jogo) aos 41’. Também soube pressionar no meio-campo adversário e ainda lá recuperou bolas.
António Silva (7) — Depois de uma publicação enigmática nas redes sociais que se prestou a diferentes interpretações e a um jogo no banco, com o Moreirense, voltou cheio de garra. Não deu o mínimo espaço a Rui Costa, esteve sempre perto dele, nunca o deixou virar-se para a baliza do Benfica, fortíssimo na marcação e na antecipação, concentradíssimo e carregado de vontade para mostrar que quer o lugar de volta. Muito bem.
Otamendi (6) — Aos 28’ voltou a desperdiçar um penálti (atirou para a direita e Tannader defendeu) depois de ter perdido semelhante oportunidade com o Atlético. Antes já tinha feito cortes pelo ar e pela relva, impondo a lei na área dele. E depois do penálti também não se foi abaixo. Jaiminho nunca teve oportunidade de criar perigo. Ao lado de Otamendi ninguém foi capaz de fazê-lo.
Dahl (7) — Está em boa forma física e, sem exigente trabalho defensivo, sentiu-se confortável e com força de início ao fim para participar no ataque e fazer marcações aos adversários bem adiantado no terreno. Aos 56’, depois de receber passe de Ivanovic, disparou forte e cruzado com o pé esquerdo, Tannander defendeu para a frente e o avançado croata encostou para o segundo golo. Aproveitou o espaço que Schjelderup abriu em diagonais para o interior para subir muitas vezes.
Manu (7) — Mais posicional que Ríos e ainda preso de movimentos (até na velocidade de pensamento) fez uma exibição em crescendo. Recuperou bolas, em antecipação ou a cortar linhas de passe, lançou contra-ataques, somou alguns passes longos, não só mostrou boa leitura do jogo como executou quase sempre bem, com uma exceção, aos 13’, quando perdeu a bola em zona proibida para Rafael Teixeira (sem consequências graves para a equipa). Mourinho deve estar a esfregar as mãos de contente por tê-lo de volta.
Prestianni (6) — Estava cheio de vontade para dar sequência ao grande momento que viveu com o Nacional, na Madeira, onde marcou grande golo. Agitado, procurou o espaço interior para combinações, participou em contra-ataques ameaçadores, perdeu uma boa oportunidade, num disparo por cima, quando estava em boa posição na área. Tentou várias vezes aquelas fintas curtinhas junto ao adversário, mas poucas vezes teve sucesso.
Sudakov (6) — Na marcação de livre, meteu a bola direitinha no pé direito de Ríos, que estava no poste mais afastado e marcou. Também serviu na área Schjelderup, que foi derrubado na área. Jogou no apoio a Ivanovic, onde as qualidades técnicas podem fazer ainda mais diferença, deu-se ao jogo, até algumas vezes recuando de mais, e teve também um bom lance individual aos 17’, no qual deixa dois adversários para trás, mas o centro foi desviado para canto. Saiu lesionado aos 36’.
Schjelderup (6) — Não foi assim tantas vezes feliz no momento da decisão — último passe ou remate. Aos 25’ rematou fraco e à figura de Tannader, aos 45+4, na marcação de livre direto, disparou ao lado do poste direito. Sofreu falta de D’Agrella para o penálti que Otamendi desperdiçou e aos 59’ recuperou a bola a Geovanny Almeida e iniciou um contra-ataque que só não foi mais perigoso porque Ivanovic não deu bom seguimento ao lance.
Ivanovic (7) — Na primeira parte, teve uma situação para finalizar e marcou, mas estava em posição de fora de jogo. A bola andou a fugir-lhe na primeira parte, às vezes procurou-a e saiu da posição para as faixas, deixando Sudakov no centro. Aos 46’, roubou a bola a Geovanny Almeida, correu com a bola controlada e foi derrubado à entrada da área por Romero. Dez minutos depois estava a marcar — estendeu, com passe bem medido, a passadeira a Dahl, que rematou forte, e foi finalizar na pequena área, numa recarga oportuna. Entregou-se ao máximo, participou em muitos lances na segunda parte, e justificou a aposta de Mourinho. Aí está mais um para as contas de Mourinho.
Aursnes (6) — Entrou aos 36’ para o lugar de Sudakov e foi desempenhar a mesma função, ao lado de Ivanovic. A equipa ganhou ainda mais no momento de pressionar a saída de bola do Farense. É daqueles que lideram por exemplo e, por isso, todos o seguiram para manter sempre a intensidade ao máximo.
Trubin (6) — Entrou após o intervalo e só aqueceu as mãos aos 90+5’ para travar um remate cruzado de Romero. Instantes depois, após um canto, sofreu um golo (bola entre as pernas), que foi anulado por falta sobre António Silva. Foi só um susto.
João Rego (6) — Entrou aos 82’ e foi jogar ao lado de Ivanovic. Participou em dois lances ofensivos — aos 87’ entrou na área e serviu Dahl, aos 89’ lançou Ivanovic num contra-ataque.
Banjaqui (-) — Estreia do lateral-direito de 17 anos, campeão do Mundo sub-17, na equipa principal. Entrou para o lugar de Prestianni aos 88’ e desempenhou as funções de médio/extremo direito. Ainda apareceu na área a tentar cruzar, mas Duarte Furtado não deixou e cortou para canto.