Yolanda Hopkins pode fazer história no surf português: «Estou bastante confiante»
Yolanda Hopkins mostrou-se confiante com a possibilidade de se tornar na primeira mulher portuguesa a qualificar-se para a elite mundial em 2026, algo que está «muito perto» de ser realidade.
Após ter sido eliminada pela australiana India Robinson nas meias-finais do Ericeira Pro, prova das Challenger Series que terminou no domingo na Praia de Ribeira d'Ilhas, ficando no terceiro lugar, a portuguesa só pensa em «fazer ainda melhor» na próxima etapa, em Saquarema, no Brasil, que arranca dentro de quatro dias.
«Demonstrei o que sou capaz e que pertenço ao Championship Tour [o principal circuito mundial]. É isso que estou a apontar, o terceiro lugar é um grande lugar para fazer em casa e espero ir para o Brasil e fazer ainda melhor», referiu, em declarações à Lusa.
«Falei com meu treinador hoje de manhã, estávamos a ver os pontos do ano passado e, se fosse no ano passado, já estaria qualificada, mas este campeonato é um bocado diferente. Estou bastante confiante, sempre quis ser a primeira portuguesa a qualificar-me e está muito perto de ser realidade», disse a atual segunda posicionada (23,375 pontos) do ranking de qualificação para a elite do surf mundial.
Segundo Yolanda Hopkins, quando faltam três campeonatos das Challenger Series, «os rankings estão um bocadinho ainda em aberto».
A atleta, de 27 anos, garante estar «pronta há muito tempo» e falou dos «percalços pelo caminho» que lhe impossibilitaram de atingir o topo do surf no passado, nomeadamente a pandemia de Covid-19 e a morte do pai.
«Acontecia sempre alguma coisa. Acho que fui roubada na minha juventude quando foi a covid-19. Nesse ano estava bastante perto de qualificar-se para o CT, pararam o ano a meio e ficámos um ano e meio sem competir. Voltámos, refizeram os rankings, mudaram e tive de voltar a batalhar. Há dois ou três anos estive muito perto, mas o meu pai acabou por falecer e isso deu cabo da minha performance mental», afirmou.
Yolanda Hopkins deixou ainda um comentário sobre o momento do surf feminino em Portugal.
«Foi uma virada completa. Antigamente tínhamos os homens em força. Hoje em dia, este ano especialmente, temos a feminino muito mais em força. Não sei o que se passou, mas tínhamos umas batalhas muito boas nos nacionais, fomos para os Europeus e estamos sempre a puxar uma pela outra, não só eu, a Kika [Veselko] e a Teresa [Bonvalot], mas também as gerações mais novas. Acho que é o que está e elevar o nível feminino em Portugal», atirou.