VÍDEO: quis filmar descida de onda gigante na Nazaré e acabou no hospital

Brasileiro Carlos Burle assume risco desnecessário e agradece à equipa de resgate: «Salvaram-me a vida»

O brasileiro Carlos Burle viveu, na última quarta-feira, um daqueles sustos que se levam para a vida.

O experiente surfista, de 58 anos, caiu quando surfava uma onda gigante na Nazaré, foi arrastado pelo mar e salvo depois pela equipa de resgate depois ter sido atingido por algumas ondas. Foi transportado para o hospital e já nesta quinta-feira partilhou que estava bem e deu alguns detalhes sobre o que aconteceu.

E assumiu-se como culpado e negligente pela situação. É que a queda foi provocada, de acordo com Burle, pelo facto de ter levado uma câmara para filmar o momento, algo que o atrapalhou num momento tão arriscado.

«Estava a sentir-me muito bem fisicamente e emocionalmente, muito confortável. Então, resolvi fazer umas imagens com a câmara. Desde a primeira onda estava a filmar. E, na terceira onda, quis fazer uma imagem diferente e tentei filmar de frente. Antes eu estava filmando de trás e passei a filmar de frente, para o meu rosto e a onda atrás. Não estava muito focado em outras coisas, estava a pensar mesmo em fazer boas imagens», assumiu, num vídeo publicado nas redes sociais, no qual questionou a sua própria opção.

«Até que ponto a gente chega nessa vida de querer fazer essas imagens? Eu sempre tive habilidade de conduzir e filmar com câmaras na mão. Só que nesta situação extrema, a câmara na mão atrapalhou-me muito. Então, quando eu levei com a onda, tive de segurar a câmara com as duas mãos. E fiquei muito tempo debaixo de água, à espera do momento certo para poder acionar o colete sem perder a câmara. E, quando isso aconteceu, já estava quase no limite», assumiu.

Agradecendo à equipa de resgate - «salvaram-me a vida!» - Carlos Burle assumiu que leva uma lição para a vida. «Ficou muito claro para mim que numa situação de risco como esta, temos de estar 100 por cento focados no processo de segurança. Não devia ter a câmara naquele momento. De forma alguma!», concluiu.