Maria Corina Machado vence Prémio Nobel da Paz 

Anúncio feito em Oslo

A venezuelana Maria Corina Machado é a vencedora do Prémio Nobel da Paz 2025, segundo anunciado pelo Comité Nobel Norueguês, em Oslo. 

O comité - uma equipa independente composta por cinco pessoas – justificou a atribuição à professora e política, considerada líder da oposição no país, «pelo incansável trabalho na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e pela luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia».

«O Prémio Nobel da Paz de 2025 vai para uma defensora corajosa e determinada da paz – para uma mulher que mantém viva a chama da democracia em meio a uma escuridão crescente. A laureada da paz, Maria Corina Machado, demonstrou que as ferramentas da democracia são também ferramentas de paz. Ela personifica a esperança de um futuro diferente, onde os direitos fundamentais dos cidadãos são protegidos e as suas vozes ouvidas», justificou Jorgen Watne Frydnes, presidente do Comité Nobel Norueguês, que sublinhou que Maria Corina vive há algum tempo na clandestinidade.

«No último ano, a laureada com o Prémio Nobel da Paz, Maria Corina Machado, foi forçada a viver na clandestinidade. Apesar de enfrentar sérias ameaças à sua vida, permaneceu no país — uma escolha que inspirou milhões de pessoas. Quando os autoritários tomam o poder, é crucial reconhecer os defensores corajosos da liberdade que se erguem e resistem. A democracia depende de pessoas que se recusam a ficar em silêncio, que ousam avançar apesar dos graves riscos, e que nos lembram de que a liberdade nunca deve ser dada como garantida, mas sim constantemente defendida — com palavras, com coragem e com determinação», sublinhou.

Maria Corina Machado em campanha em Caracas em janeiro de 2024

«O regime autoritário da Venezuela torna o trabalho político extremamente difícil. Como fundadora da Súmate, uma organização dedicada ao desenvolvimento democrático, Maria Corina Machado defendeu eleições livres e justas há mais de 20 anos. Como ela própria afirmou: 'Foi uma escolha pelas urnas em vez das balas.' No exercício de cargos políticos e no seu serviço a organizações desde então, Maria Corina tem-se pronunciado a favor da independência judicial, dos direitos humanos e da representação popular. Passou anos a trabalhar pela liberdade do povo venezuelano», acrescentou.

O presidente disse ainda que Machado cumpre todos os critérios deixados no testamento de Alfred Nobel, já que «deve ser concedido «à pessoa que tiver realizado o maior ou o melhor trabalho em prol da fraternidade entre as nações, da abolição ou redução dos exércitos permanentes e da promoção e difusão da paz.»

Frydnes afirmou que não tem a certeza se a laureada poderá comparecer à cerimónia de entrega do Prémio da Paz na Noruega, em dezembro. «É uma questão de segurança. Ainda é cedo para dizer. Esperamos sempre poder contar com a presença do laureado em Oslo, mas esta é uma situação de segurança grave que precisa de ser analisada», comentou.

Momento em que a laureada foi avisada:

O Instituto Nobel da Noruega registou um total de 338 candidatos ao Prémio da Paz de 2025, dos quais 244 são indivíduos e 94 são organizações. Em comparação, o Instituto Nobel recebeu no ano passado nomeações válidas para 286 candidatos, distribuídos por 197 indivíduos e 89 organizações. O número mais elevado de sempre foi registado em 2016, com 376 candidatos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tinha apresentado a própria candidatura nas últimas semanas.

(atualizado às 10h40)

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