Talvez seja preciso algo mais do que agressividade (crónica)
Falta de agressividade. Depois de perder o jogo da jornada inaugural da Liga por 3-1 frente ao Arouca, o plantel do Aves SAD analisou o jogo e detetou aquilo que faltara para ter sido mais feliz: agressividade.
Foi isso mesmo que disse Rafael Barbosa, porta-voz da equipa minhota na antevisão à partida frente ao Casa Pia. «A nossa agressividade não foi à imagem do que somos e do que é o nosso treinador», disse o extremo.
Ora, se a agressividade se medisse em cartões amarelos, aos 21 minutos os jogadores do Aves já tinham mostrado claramente melhorias. Foram três cartões entre os 16’ e os 21’. Talvez, motivados pela irritação de ter desperdiçado um penálti aos 15’.
E também aí o protagonista foi Rafael Barbosa, que atirou ao lado dos onze metros, depois de Algobia ter sido derrubado na área. E percebe-se a irritação geral da equipa do Aves. É que há oportunidades que têm mesmo de se agarrar. Com toda a força. Ou agressividade, se lhe preferirmos chamar assim.
É que depois desse penálti, a equipa que voltou a ter José Mota na bancada, ainda a cumprir castigo, só voltou a aproximar-se da baliza adversária aos 84’. E nessa altura, já corria agressivamente atrás do prejuízo que se traduzia em dois golos de desvantagem.
Porque do outro lado estava uma equipa com uma identidade bem vincada e a saber o que fazer em todos os momentos do jogo. O Casa Pia soube aproveitar o desnorte do adversário após o penálti desperdiçado, chegou à vantagem aos 31’ num lance bem construído apesar de ter acabado com um remate meio atabalhoado de Osundina, e soube sempre para onde devia levar o jogo.
Os gansos não só tiveram mais posse de bola, mas mostraram saber o que fazer quando a tinham. E por isso ameaçaram amiúde a baliza adversária e, mais importante do que isso, mantiveram a bola sempre longe da deles.
Aos 56’, Larrazabal surpreendeu com um remate forte de muito longe num livre do qual se esperava um cruzamento, Bertelli afastou de recurso, mas a bola acabou no pé esquerdo de Tchamba que fez o 2-0.
E se o jogo disputado sob intenso calor já não estava muito vivo, praticamente morreu nesse momento, com os gansos a controlarem e o Aves a afundar-se numa busca pouco esclarecida por mostrar ideias.
Perto do final Sequeira ainda fez duas defesas apertadas, mas a imagem que fica é a de que falta a este Aves algo mais do que agressividade.
Notas dos jogadores do Casa Pia: Sequeira (7); Goulart (6), José Fonte (6) e Duplexe Tchamba (7); Larrazabal (7), Oukili (6), Iyad (6) e Benaissa (6); Livolant (7), Cassiano (6) e Osundina (7); Rafael Brito (6), Svenson (6), Tiago Morais (6), André Geraldes (-) e Seba Pérez (-).
Notas dos jogadores do Aves SAD: Simão Bertelli (5); Molina (5), Aderllan (5), Devenish (5) e Kiki Afonso (5); Jaume Grau (5) e Algobia (5); Tunde (4), Pedro Lima (5) e Rafael Barbosa (4); Jordi Escobar (5); Nené (5), Guilherme Neiva (5), Diego Duarte (5), Kodisang (-) e Galletto (-).
(em atualização)
Reação de Paulo Sousa, adjunto do Aves SAD
«Acusámos o lance do penálti e, depois do golo, num dos raros ataques, desencontrámo-nos um bocadinho. Dois jogos e duas derrotas, com cinco golos sofridos e apenas um marcado, deixa-nos atentos, Temos de ver, tentar corrigir e melhorar.»
Reação de João Pereira, treinador do Casa Pia
«Quando se ganha fora com a baliza a zeros, pode dizer-se que foi uma grande resposta, frente a um adversário difícil e muito combativo. O grupo está em crescendo e neste jogo conseguimos ser superiores.»