Tadej Pogaçar conquista a Fleche Wallone
Habituado a ataques mortíferos de longa distância, desta vez o esloveno Tadej Pogaçar (Emirates), de 24 anos, triunfou neste dia na Fleche Wallone, Clássica das Ardenas disputada na Valónia (Bélgica).
Pogaçar foi mais pragmático e deixou que a expetativa fosse alimentada ao longo do Muro de Huy, para, a 200 metros da meta, dissipar todas as dúvidas e explodir para colocar mais uma vitória no seu impressionante palmarés.
Os ciclistas mais explosivos neste tipo de chegadas não tiveram força e nem sequer se atreveram a tomar o pulso ao esloveno, que, bem posicionado na cabeça da corrida, controlou a situação.
Quando entendeu, Tadej aumentou o ritmo de pedalada, ganhou espaço, olhou para trás e sobre a meta levantou os braços. registando a 12.ª vitória da temporada e a sua quarta em clássica neste ano de 2023 – já vencera a Jaén Paraíso Interior, Volta a Flandres e Amstel Gold Race.
O esloveno perfila-se como o mais forte candidato a vencer a Liége-Bastogne-Liége no próximo domingo, dia 23, também na Bélgica. Se o conseguir, igualará o feito de Davide Rebellin em 2004 e de Philippe Gilbert em 2011, os únicos que venceram as três clássicas das Ardenas no mesmo ano.
Da fuga de oito ciclistas que se isolaram aos 20 km, Zimmermann (Intermarché) foi o único resistente que abdicou na Côte de Cherave, a 7 km da meta, quando tinha a companhia de Kragh Andersen (Alpecin), Battistella (Astana) e Vervaeck ( Soudal).
O pelotão, com cerca de 80 ciclistas - e depois de ter ‘engolido’ Vervaeck - iniciou a subida do Muro de Huy devorando as rampas sem que ninguém tentasse arriscar. Romain Bardet (DSM) ainda esboçou ataque a 300 metros, mas não conseguiu distanciar-se.
Os mais fortes tinham os olhos em Pogaçar, que, perante tantas hesitações, decidiu arrancar nos últimos 200 metros e confirmar o estatuto de favorito, com Mattias Skjelmose (Trek) e Mikel Landa (Bahrain) a completarem os lugares do pódio, na menos emotiva clássica dos últimos anos.
«Enquanto puder e tiver boas pernas, vou aproveitando. A subida final é espetacular e o trabalho da equipa foi muito importante: os meus companheiros deram-me muita motivação. Nenhuma equipa nos ajudou, mas tudo correu como o planeado. Queríamos endurecer a corrida, mas os meus companheiros estavam um pouco cansados», afirmou Pogaçar no final.
«A Liége-Bastogne-Liége, domingo? É uma corrida diferente, com subidas mais longas. Toda a época me treinei em subidas curtas, mas estou em boa forma. Remco Evenepoel vai regressar em Liége num bom momento, assim como outros ciclistas… vai ser uma das corridas mais emocionantes da temporada», antevê o esloveno.
Com a missão de apoiar Enric Mas (Movistar), 17.º classificado, o português Ruben Guerreiro fez uma corrida de apoio ao chefe de fila, não entrou bem posicionado na ultima subida e terminou em 30.º.
CLASSIFICAÇÕES FLECHE WALLONE:
Classificação: 1.º Tadej Pogaçar (Slo/Emirates) 4.27,53 h à média de 43,519 km/h; 2.º Matthias Skjelmose (Din/Trek) mt; 3.º Mikel Landa (Esp/Bahrain) mt; 4.º Michael Woods (Can/Israel) a 3 s; 5.º Giulio Ciccone (Ita/Trek) a 7 s; 30.º Ruben Guerreiro (Por/EFE) a 22 segundos