Sporting-Famalicão: a análise aos jogadores dos leões
Não há muralha que resista ao coração de aço de Paulinho
Mas também ao gelo de Gyokeres, que voltou a estar em grande plano; Inteligência de Morita, (boa) estreia de Hjulmand e influência de Nuno Santos e Coates; E um... banco com crédito
A FIGURA - Paulinho (nota 8)
Renovado. Bem... quase. Faz tudo aquilo que fazia na última época, a trabalhar para a equipa, a ser o primeiro a defender, a dar o exemplo, a criar espaços, mas agora decide. Com golos. E vão quatro neste arranque de época, desta vez com golpe de cabeça, determinado (a ganhar sobre Otávio) quando o leão entrava em momentos de enorme ansiedade pela ausência do golo. Marcou um, o único do jogo, mas poderia ter feito mais (enorme defesa de Luiz Júnior, 19’). Com uma confiança inabalável, coração de aço, foi a frieza do internacional português decisiva para manter o leão invencível. Com Gyokeres a Alvalade, todos ganharam: o seu parceiro do ataque, a equipa e... Rúben Amorim.
Notas e análise aos jogadores do Sporting
6 Adán - Frio. Sim... 90 minutos de pouca ação. Primeira (e quase única vez...) em que se aplicou - remate de livre de Zaydou (62’) - cumpriu. Boas saídas, sempre atento entre os postes.
6 Diomande - Confiante. A forma como aborda alguns lances, sobretudo pela tranquilidade com bola, impressiona. Somou alguns passes mal medidos, é certo, mas destacou-se pelo excelente posicionamento. A crescer.
7 Coates - Produtivo. Mais uma vez. Muito seguro e consistente na marcação a Cádiz e decisivo naquilo que o diferencia: o jogo aéreo. Foi (mais) uma vez determinante pois foi após um desvio de cabeça do capitão uruguaio que Paulinho aproveitou para marcar.
6 Gonçalo Inácio - Maduro. Está diferente. Para melhor. Com maior critério no passe, determinado a fechar os espaços - excelente corte a Cádiz (46) que poderia ser fatal - mais uma exibição positiva em Alvalade.
5 Esgaio - Ameaçado. Com Fresneda na bancada, o lateral terá de subir o rendimento para se manter no onze. Nada a que não esteja habituado... mas ontem, apesar de não comprometer, somou vários cruzamentos mal medidos e decisões precipitadas...
6 Hjulmand - Estreante. A titular, claro. E se a nível defensivo pouco trabalho teve - dada a escassa produtividade ofensiva dos minhotos - mostrou que sabe ler o jogo, com critério no passe, sem se esconder da bola. Joga de cabeça levantada, boa dinâmica. Na sua primeira aparição no onze mostrou que veio para... ficar.
7 Morita - Inteligente. Quando está bem... toda a equipa está bem. E com a chegada de Hjulmand vai ganhar asas (e liberdade...) para o que melhor sabe fazer. Conduzir, gerir a bola, proteger, pautar os ritmos do jogo, com uma inteligência fantástica na forma se movimenta. Com e sem bola.
7 Nuno Santos - Inflexível. Nunca quebra. Com profundidade no corredor, cruzamentos bem medidos, visão alargada do campo, um ala que é muito mais do que isso. Por aquilo que entrega à equipa e por aparecer sempre em momentos decisivos. Sim... foi de um livre seu que nasceu o golo do leão.
6 Pedro Gonçalves - Ansioso. Não era a noite dele. Mesmo não tendo uma exibição apagada - enviou bola ao ferro (49’) e falhou de forma clara golo que parecia certo aos (90+4’) - o avançado (sim... voltou a subir no terreno) pareceu sempre muito intranquilo na decisão. E isso em Pedro Gonçalves é algo muito raro...
7 Gyokeres - Temível. Em tudo. Na objetividade, verticalidade e intencionalidade em todo o seu jogo. Poderoso nos duelos (escaldantes com Otávio), vários remates perigosos (19’, 36’ 45+3’ e 65’) e esteve ligado ao golo de forma indireta, pois foi ele que ganhou a falta (após uma recuperação na área dos leões!) após impressionante lance de poder, técnica e profundidade ofensiva.
6 Geny Catamo - Inventivo. Eis a surpresa da época, carregada de motivação e crença das bancadas. Destemido no 1x1, corajoso, criativo, entrou e mexeu com o jogo a ponto de poder ter sido ainda mais decisivo, pois aos 60’ ganhou livre após lance magistral perto da área minhota e ao 90+4, após uma famosa vírgula a Moura ofereceu o golo a Pedro Gonçalves que acabaria por não aproveitar uma oferta com classe.
5 Matheus Reis - Regular. Deu maior rotação numa etapa em que era necessário segurar preciosa vantagem. E cumpriu, com segurança, anulando as peças mais ameaçadoras do Famalicão. Aposta correta. Mais uma.
6 Daniel Bragança - Alegre. O futebol com ele em campo. Foi aposta para dar mais dinâmica à equipa e a tarefa foi cumprida. Com várias boas ações ofensivas e ainda a tempo de poder voltar a festejar um golo com a camisola dos leões. Não fosse Luiz Júnior a brilhar (85’) com enorme defesa.
5 Trincão - Comedido. Entrou numa fase em que se pedia menor risco. Era necessário ter bola e o extremo cumpriu a função (sem aqueles lances capazes de empolgar as bancadas) mas com critério e decisões acertadas dado o momento do jogo. Uma aposta que, tal como todo o banco leonino, se revelou acertada e decisiva para a conquista de mais três preciosos pontos para o leão.