«Sinto-me um palhaço»: tenista retrata-se após ponto que levantou polémica
Corentin Moutet havia vencido o primeiro set diante de Raphael Collignon nos quartos de final da Taça Davis, e caminhava para um tiebreak no segundo parcial, quando decidiu... romantizar o jogo.
À rede e com tudo para fazer o 30-15 frente ao adversário belga, o tenista francês facilitou e tentou uma pancada artística. Acabou por falhar o ponto, foi quebrado e o duelo arrastou-se para um terceiro e decisivo set, onde Collignon voltou a ser mais forte.
Corentin Moutet attempted this completely unnecessary trick shot while up 6-2 5-6, 15-15 on Raphael Collignon of Belgium, leading to France, not just himself, losing the set and the match, and now being at risk of elimination in the Davis Cup Finals.
— Bastien Fachan (@BastienFachan) November 18, 2025
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Uma derrota que contribuiu para o afastamento da França nas finais da Taça Davis e que levantou alguma celeuma em França. Na conferência de imprensa, o atleta de 26 anos foi questionado sobre a situação.
«Naquele momento, havia muitas opções mais inteligentes, especialmente com a pressão que sentia. Mas a verdade é que fiz um mau jogo de serviço, não foi apenas aquela pancada. Cometi uma dupla falta, falhei um vólei que, mesmo não sendo complicado, errei. São esses pontos que também frustram. Quando estamos tensos, dominados pelas emoções, cada um reage de forma diferente. Uns fazem duplas faltas, outros tomam más decisões», começou por dizer.
Moutet não se inibiu de fazer uma autoreflexão crítica: «No passado, já tentei e acertei esta pancada, e as pessoas diziam que era incrível. Agora que falhei, é óbvio que vão dizer que sou um palhaço. É um pouco duro, mas é assim que também me sinto. Quando erro aquela pancada e, no final, perco o jogo, penso que sou um palhaço e que devia ter feito outra coisa. Especialmente com os colegas de equipa ao lado, que acreditam em mim e me dão confiança... É muito difícil ser lúcido perante a situação. Mas é certo que um vólei simples teria sido uma escolha mais sensata naquele momento.»
«Se fiquei a pensar no erro? «O que quer que lhe diga? É evidente que pensei nisso, tal como pensei no vólei que falhei e que nunca costumo falhar... É um momento de tensão, podemos reescrever a história toda. Infelizmente, já passou. As escolhas, boas ou más, foram feitas. Neste caso, foram más, mas está feito.»
«Arrependo-me imenso de ter executado aquela pancada, mas se tivesse acertado, talvez tudo tivesse sido diferente. Tento jogar de forma espontânea e, infelizmente, foi isso que me surgiu espontaneamente. Gostaria que tivesse sido algo mais simples, mas isto também faz parte do meu jogo, de quem sou, e tenho de o aceitar. Fui dominado pela emoção e não a consegui gerir», atirou.