«Ser campeão do mundo não me mudou, as pessoas é que mudaram comigo»

Já retirado da seleção argentina, Ángel Di María recordou esta quarta-feira a vitória da albiceleste no Mundial 2022, a propósito da participação numa conferência promovida pelo jornal Olé, da Argentina.

O antigo jogador do Benfica destacou a forma como as pessoas o passaram a tratar depois do triunfo no Qatar, e que faz valer a pena todo o esforço feito pelo grupo às ordens de Lionel Scaloni, o selecionador argentino.

«Ser campeão do mundo não me mudou. As pessoas é que mudaram comigo. Deram-me amor. Só ouvir um ‘obrigado’ é algo que nos enche a alma e nos faz pensar que todo o esforço que fizemos desde pequenos valeu a pena», começou por dizer.

«Hoje, sou reconhecido por qualquer argentino em qualquer parte do mundo, e agradecem-me. Isso fica para toda a vida», acrescentou o agora jogador do Rosario Central.

Di María foi depois 'provocado' no sentido de regressar à seleção, algo que descarta. «Há novas gerações», respondeu, antes de recordar uma conversa entre Leandro Paredes e Javier Mascherano, depois desse Mundial.

«Quando ganhámos a Copa América [em 2021], eu disse: ‘Isto foi graças a Mascherano, a Gago, a Pocho Lavezzi… Eles também carregaram esse fardo, fizeram parte deste percurso», começou por dizer.

«Depois de sermos campeões [do mundo], estive na festa que o Leo [Messi] deu em Rosário. O Mascherano agradecia ao Leo [Paredes], e ele respondia: ‘Obrigado a ti por me ensinares como se defende a camisola da seleção’. Deixaram um legado, e isso é o mais bonito que pode acontecer a um jogador. Ouvir aquela conversa entre os dois foi algo muito especial.»

«A primeira imagem que me veio à cabeça foi a minha família. Saber que estavam a celebrar comigo assim que o Montiel marcou o penálti. Foi a primeira coisa em que pensei, juntamente com a alegria. E o sacrifício dos meus pais, da minha mulher, das minhas filhas, por aguentarem a minha má disposição, as minhas lesões e os meus piores momentos», lembrou ainda, sobre o momento em que a final frente à França terminou.

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