«Rui Costa não serve e não tem condições para continuar»
O Movimento Servir o Benfica, liderado por Francisco Benitez, candidato derrotado por Rui Costa nas eleições presidenciais do clube da Luz de 2021, emitiu, esta segunda-feira, dia da ressaca da derrota na final da Taça de Portugal (1-3, após prolongamento), diante do Sporting, no qual aponta várias críticas à gestão de Rui Costa e pede a saída imediata do presidente das águias, que conquistou apenas três títulos (uma Liga, uma Supertaça e uma Taça da Liga) neste mandato.
O Benfica perdeu relevância no desporto nacional e internacional
«O Benfica não é isto. E Rui Costa (há muito) já não serve. O que se passa no Lisboa e Benfica há muito deixou de ser apenas má gestão. É desnorte. É capitulação. É uma traição aos valores que fizeram do Lisboa e Benfica uma referência no desporto mundial. O presidente Rui Costa não tem condições para continuar à frente do clube. Prometeu um mandato desportivo. Entregou um vazio. Prometeu exigência. Entregou desculpas. Prometeu devolver o Benfica aos benfiquistas. Entregou o clube ao silêncio, à resignação e à subserviência. O Benfica perdeu em campo e nos pavilhões. Perdeu nas bancadas. Perdeu espaço na Liga. Perdeu voz na Federação. Perdeu relevância no desporto nacional e internacional. Perdeu, sobretudo, a sua identidade», começa por se ler na nota oficial, que, revelou Francisco Benitez, será entregue, em mãos, a Rui Costa, na Assembleia Geral ordinária marcada para 7 de junho.
«A arbitragem erra contra o Benfica e nada se diz. Ou apenas quando tudo já se encontra hipotecado. As instituições desportivas escolhem novos líderes e o presidente Rui Costa apoia quem sempre prejudicou e atacou o Benfica. Os rivais estão enfraquecidos e o Benfica nada ganha. Isto não é mera incompetência. É omissão. É cumplicidade. A cada temporada, os jogadores duram menos. Os ídolos e aqueles que poderiam carregar a mística e transmiti-la aos que chegam são empurrados para fora do clube, pois não se lhes pode cortar as pernas. O ambiente no estádio tornou-se artificial. A paixão desintegra-se. Os adeptos deixaram de se sentir representados e ouvidos. O Benfica tornou-se um produto. Um produto caro, previsível e sem alma. A propaganda tomou o lugar da ambição. As vitórias morais substituíram a cultura de vitória. E quando os benfiquistas finalmente gritam, ninguém nos ouve, ninguém responde», continua o comunicado, que não fica por aqui.
O Benfica precisa de uma rutura real
«O que hoje vivemos não é só mediocridade. É um modelo de sobrevivência disfarçado de gestão. Um clube em piloto automático, conduzido por um homem que já não arrisca, já não inspira, já não acredita. Um clube que perdeu o respeito dos adversários, das instituições e de muitos dos seus próprios adeptos. É preciso dizer basta. Não podemos esperar até outubro, altura onde 3 meses da época 2025/2026 já estarão consumidos. Mas aquilo que está em causa não é apenas eleitoral. É estrutural. É ético. É identitário. O Benfica precisa de uma rutura real, não de cosmética. Não fingiremos que tudo se resolve mudando nomes à frente da mesma lógica. Não equacionamos qualquer candidatura à Direcção, a não ser que, tal como nas últimas eleições, mais ninguém tenha coragem de afrontar os responsáveis pelo declínio do clube, aparecendo com os seus rostos reciclados mas com os métodos de sempre», lê-se ainda na publicação, que conclui da seguinte forma.
«Se isso acontecer, estaremos onde sempre estivemos: do lado certo da história. Para travar, para limpar, para reconstruir. Se houver eleições com cadernos eleitorais auditados por entidades externas independentes e um regulamento eleitoral transparente e justo, ponderaremos uma candidatura à Mesa da Assembleia Geral. Não por ambição pessoal. Mas porque o momento assim o exige. Porque este não é o Benfica que conhecemos. E se não o defendermos agora, arriscamo-nos a perdê-lo. Rui Costa e o que resta da sua equipa já não têm margem. Nem desculpa. Nem legitimidade moral. Está na hora de dar lugar a quem queira verdadeiramente servir o Benfica, com coragem, competência e alma. O Benfica exige mais. E merece muito mais. Viva o Benfica. Viva o Glorioso.»