Ruben Amorim explica qual foi a maior lição que obteve após um ano em Manchester
Ruben Amorim, treinador do Manchester United, deu uma entrevista aos ingleses da Men in Blazers em que abordou o momento de forma positivo da equipa e o último ano ao comando dos red devils. O português explicou o impacto dos reforços na equipa principal e garantiu que «vencer é felicidade».
«Às vezes, é um clique. A preparação é sempre a mesma, mas às vezes é preciso um pouco de sorte. Tivemos um pouco de sorte frente ao Liverpool, isso ajudou-nos a vencer. E vencer jogos ajuda a pensar de forma positiva. Tudo é mais fácil, dentro e fora de campo. Sabemos que a equipa tem muito talento, temos de ser positivos e confiantes», explicou o treinador, falando do momento positivo de forma que a equipa atravessa.
O poder dos reforços
O Manchester United reforçou-se com quatro jogadores que foram, nos últimos dois jogos, titulares. Matheus Cunha marcou pela primeira vez na temporada na vitória frente ao Brighton e Mbeumo leva já cinco golos em 11 partidas disputadas, sendo, para já, o melhor marcador do conjunto inglês em 2025/26. «Não é só o que dão à equipa em termos físicos, mas também a mentalidade destes dois jogadores. O Matheus Cunha é um rebelde. Faz coisas que são difíceis de encontrar. Joga com a bola mas tem aquela aura de quem pode condicionar o pensamento dos adversários. O Bryan [Mbeumo] é muito direto, sentimos falta disso na época passada. Quando a bola vai para o nosso defesa, já ele está a pôr-se em posição. Estas pequenas coisas são enormes para tornarem a nossa equipa mais perigosa», explicou o português.
Na baliza, Senne Lammens assumiu o lugar de titular e, em quatro jogos disputados, leva três vitórias e um empate. Bom trabalho por parte do guarda-redes mas, para Amorim, tal também se deve à forma como o resto da equipa tem ajudado a defender. «A forma como temos defendido ajuda o Senne a ser confiante. Tudo está conectado. Não deixa de ser uma surpresa. Conhecíamos o jogador, mas ficámos surpreendidos com a compostura dele. Coloca bolas longas com muita qualidade, com ambos os pés, e isso é um detalhe que pode mudar a forma como jogamos», afirmou, dando, em seguida, destaque a mais um reforço: «Mais uma vez: tudo está ligado. Agora temos um jogador como o Benjamin Sesko, que toca na bola sempre que ela está no ar. Todos os detalhes de todos os jogadores podem ajudar.»
A redenção de Maguire
Um dos temas abordados foi a recuperação de Harry Maguire. O central, muitas vezes tido como o patinho feio desta equipa do Manchester United, foi decisivo ao marcar o golo da vitória frente ao Liverpool. «Tem muita força mental, precisou para lidar com todas estas questões, especialmente com os adeptos de Inglaterra. Gostava de começar pela qualidade dele como jogador. É muito bom jogador e, como todos os outros jogadores, precisa de confiança. Depois, é muito bom com a bola. Na nossa liga, neste momento, as bolas paradas são muito decisivas e ele é muito forte nesse aspeto, a defender e a atacar», começou por elogiar Amorim.
«Depois há a outra parte», prosseguiu. «Quando cresces e precisas de ser forte, ajudas os outros a compreenderem que as coisas vão mudar e que eles vão sobreviver. É possível ultrapassar qualquer situação. Isso é muito importante, especialmente no momento que o clube vive. Tento usar o futebolista Maguire da melhor maneira, mas também a mentalidade que ele mostrou ao longo dos anos para ultrapassar momentos muito difíceis», completou.
A lição de um ano de Manchester United
Um ano de Manchester United passou depressa ou devagar? «Depende», respondeu Ruben Amorim. «Hoje, como estamos num bom momento, parece que passou muito rápido. Mas tive dias que passaram muito devagar. É isso que é a vida, bons momentos e maus momentos. É tudo tão rápido e tudo tão lento. Tem sido uma jornada, isso posso dizer», acrescentou.
Para explicar qual foi a maior lição que aprendeu no último ano, Amorim relembrou o passado vitorioso que o levou até Manchester. «Tive alguns momentos maus na minha carreira de treinador, mas sempre ganhei e vivi bons momentos. Agora, percebo que, nos maus momentos, as minhas convicções são as mesmas. Consigo manter-me fiel ao que penso quando estou sob pressão. Não sabia disso enquanto treinador. Isso dá-me força para o futuro. Vamos ter maus momentos outra vez, mas sei que vou estar preparado para eles», disse o técnico.
«É difícil estar aliviado enquanto treinador, porque há sempre o próximo jogo. Mas ganhar é, claramente, felicidade. Vencer é felicidade. Não só vencer, mas quando vejo a minha equipa a jogar como jogou com o Liverpool ou com o Brighton, quando vejo o que treinámos durante a semana no jogo, isso é o melhor sentimento do Mundo para mim», completou.
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