Rafael Leão é utopia num Barcelona ainda de corda na garganta
O Barcelona queria responder à contratação de Mbappé pelo Real Madrid com a aquisição de um grande nome, mas depois de falharem Nico Williams, que rejeitou sair do Athletic Bilbao, o sonho Rafael Leão é virtualmente impossível.
Os catalães continuam muito mal de finanças, limitados pelas regras de fair-play financeiro da liga espanhola, culpa de um orçamento desequilibrado, em que uma massa salarial altíssima (inflacionada durante a pandemia, quando muitos jogadores renovaram para diferir os ordenados no tempo) ultrapassa as receitas correntes. E se não teria sido fácil reunir os 62 milhões de euros da cláusula de rescisão de Nico Williams, sobretudo depois da contratação de Dani Olmo (o RB Leipzig recebeu 55 milhões de euros pela transferência), então chegar aos números de Rafael Leão — o jornal Mundo Deportivo falou em abordagem de 90 milhões, mas segundo a imprensa italiana o Milan não deixaria sair o português por menos de 120 — é uma utopia.
Sem Nico e Leão, o reforço pretendido por Hansi Flick para as alas deve chegar de Itália, mas a preço de saldo. Fora dos planos da Juventus, Federico Chiesa já terá dado o sim ao Barcelona, mostrando-se disponível para baixar o salário para 4,5 milhões de euros anuais. Falta, porém, o acordo com a Juve, e mesmo os 15 milhões de euros que o clube italiano pede (os catalães terão oferecido 10) obrigam o Barça a vender.
Vender é preciso
Para já, não está fácil. Vítor Roque ruma ao Bétis mas por empréstimo e Gundogan acertou o regresso ao Manchester City mas a custo zero — uma operação que permite ao Barcelona reduzir a massa salarial em 15 milhões de euros brutos por ano, mas só 70 por cento desse valor poderá ser utilizado para o ordenado de jogadores a inscrever na liga.
Ainda não chega, por exemplo, para registar o contrato de Dani Olmo. Para isso, será preciso efetivar as saídas dos centrais Lenglet (pretendido pelo Atlético de Madrid e por clubes sauditas) ou Mika Faye (foi alvo do FC Porto mas terá propostas concretas, na ordem dos 11 milhões de euros, de Lille, Rennes e PSV) — dificilmente essas saídas acontecerão antes do fim de semana, pelo que o único reforço do Barça desta época até ao momento não deverá poder estrear-se na segunda jornada.
Só depois, e provavelmente com alguma venda adicional (o desejo era transferir Raphinha, mas o interesse saudita esmoreceu), poderá o Barça chegar a Chiesa. Na melhor das hipóteses...