Equipa masculina do Benfica que, há um ano, em Albufeira, conquistou pela primeira vez no seu historial um tri

Quem vai cantar o hino nacional?

Começa sábado, o 46.º Nacional de clubes da I Divisão. Benfica, nos homens, e Sporting, nas mulheres, defendem título conquistado há um ano e dificilmente as águias não serão tetra. Número de estrangeiros que não treinam em Portugal aumentam entre os clubes, sobretudo no sector feminino

Quatro dias após os Nacionais de Leiria em piscina curta, onde os melhores nadadores portugueses estiveram em ação, dez vindos do 23.º Europeu Lublin-2025, começa amanhã, no Algarve, o sempre aguardado Campeonato de clubes da I Divisão.

Competição mais colectiva da modalidade e que cria nas piscinas onde se realiza uma atmosfera eletrizante. Afinal, todos contam para o sucesso da equipa e cada ponto conquistado, ou perdido, numa prova pode revelar-se determinante.

Uma desqualificação então (zero), pode tornar-se um desastre na contabilização das 19 provas do programa, divididas por quatro sessões em dois dias e nas quais se nada diretamente, sem finais e pódios individuais.

Pelo terceiro ano, depois de oito em piscina longa, não contando com dois em que não se realizou devido à pandemia, o evento será em tanque de 25m, com os 16 primodivisionários a apresentarem o máximo de 12 elementos, em que cada um só pode nadar três provas individuais, mas sem limite nas estafetas.

Após, no início do mês, o campeonato ter sido transferido de Albufeira para Quarteira devido na piscina municipal da primeira ter tido um surto de legionella, Benfica, nos masculinos, e Sporting, nos femininos, defendem os títulos conquistados há um ano, em Albufeira.

Se nos homens será difícil alguém fazer frente aos tricampeões na caminhada para o tetra — feito até hoje apenas alcançado pelo Algés, por duas vezes (1994/95-1997/98 e 1999/00-2002/03), e Sporting (2011/12-2018/19) —, é no sector feminino onde existe grande incerteza.

Não só devido ao equilíbrio existente e que, em 2024/25, fez com que o Sporting impedisse o rival da Luz de repetir a dobradinha de 2023/24 nos dois sexos, feito inédito na história do clube, e por Algés e SC Braga se terem reforçado no defeso, mas sobretudo devido à quantidade de nadadoras estrangeiras inscritas que não treinam em Portugal. Contratadas apenas apontando a esta competição. Algo que, nas últimas épocas, passou a ser transversal, quer em masculinos como femininos, mas que nesta 46.ª edição deve atingir número recorde.

Longe vai a temporada de 2009/10, em que, no Jamor, os principais clubes se colocaram em redor da piscina, depois das cerimónias do pódio, para cantarem A Portuguesa, em desafio ao Fluvial Vilacondense por este ter trazido estrangeiros para tentar chegar ao título masculino – foi parar às mãos do Natação da Amadora. Desde então passou a ser tradição cantar o hino.

Nas últimas décadas o número de estrangeiros tem crescido, não há limite para a sua inscrição, desde que tenham disputado duas provas até ao momento na época — chegam e, num fim de semana, nadam no sábado num local e no domingo noutro —, e com isso existem clubes que têm mascarado a manutenção na I Divisão e lugares no pódio ou próximo deste.

Benfica e Sporting, nas mulheres, e FC Porto estão entre os que também fazem agora essa aposta, se bem que no caso dos dragões já têm sido habitual. Espanhóis e franceses são dos mais requisitados, tal como os portugueses também costumam ir competir por outros clubes nesses países.

Vai ser curioso assistir quem, no final, vai cantar o hino nacional. Agora que a federação até passou a dar suporte de música.