Quem vai cantar o hino nacional?
Quatro dias após os Nacionais de Leiria em piscina curta, onde os melhores nadadores portugueses estiveram em ação, dez vindos do 23.º Europeu Lublin-2025, começa amanhã, no Algarve, o sempre aguardado Campeonato de clubes da I Divisão.
Competição mais colectiva da modalidade e que cria nas piscinas onde se realiza uma atmosfera eletrizante. Afinal, todos contam para o sucesso da equipa e cada ponto conquistado, ou perdido, numa prova pode revelar-se determinante.
Uma desqualificação então (zero), pode tornar-se um desastre na contabilização das 19 provas do programa, divididas por quatro sessões em dois dias e nas quais se nada diretamente, sem finais e pódios individuais.
Pelo terceiro ano, depois de oito em piscina longa, não contando com dois em que não se realizou devido à pandemia, o evento será em tanque de 25m, com os 16 primodivisionários a apresentarem o máximo de 12 elementos, em que cada um só pode nadar três provas individuais, mas sem limite nas estafetas.
Após, no início do mês, o campeonato ter sido transferido de Albufeira para Quarteira devido na piscina municipal da primeira ter tido um surto de legionella, Benfica, nos masculinos, e Sporting, nos femininos, defendem os títulos conquistados há um ano, em Albufeira.
Se nos homens será difícil alguém fazer frente aos tricampeões na caminhada para o tetra — feito até hoje apenas alcançado pelo Algés, por duas vezes (1994/95-1997/98 e 1999/00-2002/03), e Sporting (2011/12-2018/19) —, é no sector feminino onde existe grande incerteza.
Não só devido ao equilíbrio existente e que, em 2024/25, fez com que o Sporting impedisse o rival da Luz de repetir a dobradinha de 2023/24 nos dois sexos, feito inédito na história do clube, e por Algés e SC Braga se terem reforçado no defeso, mas sobretudo devido à quantidade de nadadoras estrangeiras inscritas que não treinam em Portugal. Contratadas apenas apontando a esta competição. Algo que, nas últimas épocas, passou a ser transversal, quer em masculinos como femininos, mas que nesta 46.ª edição deve atingir número recorde.
Longe vai a temporada de 2009/10, em que, no Jamor, os principais clubes se colocaram em redor da piscina, depois das cerimónias do pódio, para cantarem A Portuguesa, em desafio ao Fluvial Vilacondense por este ter trazido estrangeiros para tentar chegar ao título masculino – foi parar às mãos do Natação da Amadora. Desde então passou a ser tradição cantar o hino.
Nas últimas décadas o número de estrangeiros tem crescido, não há limite para a sua inscrição, desde que tenham disputado duas provas até ao momento na época — chegam e, num fim de semana, nadam no sábado num local e no domingo noutro —, e com isso existem clubes que têm mascarado a manutenção na I Divisão e lugares no pódio ou próximo deste.
Benfica e Sporting, nas mulheres, e FC Porto estão entre os que também fazem agora essa aposta, se bem que no caso dos dragões já têm sido habitual. Espanhóis e franceses são dos mais requisitados, tal como os portugueses também costumam ir competir por outros clubes nesses países.
Vai ser curioso assistir quem, no final, vai cantar o hino nacional. Agora que a federação até passou a dar suporte de música.