«Quantos treinadores negros há nas principais ligas? Espero inverter a tendência»
Retirado desde a época 2018/19, Júlio Baptista assume que gostava de seguir a carreira de treinador e inverter a tendência da falta de técnicos negros nos cinco principais campeonatos da Europa – Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália.
«É um facto», começou por dizer o antigo internacional brasileiro, numa entrevista concedida à Gazzetta dello Sport, ele que está a tirar o curso de treinador em Madrid.
«Quantos treinadores negros se vê nas cinco principais ligas? Eu não vejo muitos. Gostava de pensar que é apenas uma coincidência, mas, infelizmente, não acredito que seja. Há menos oportunidades. Espero ser eu a inverter esta tendência, nunca se sabe...», acrescentou.
Na mesma ocasião, o ex-avançado, agora com 44 anos, recordou a passagem pela Roma, nomeadamente a forma como saiu do clube.
«Às vezes, parece que em Roma só se lembram dos erros e não dos pontapés de bicicleta. (...) Senti-me traído. Estava bem, jogava pela seleção do Brasil, mas em Roma não contava. Ele [Claudio Ranieri] nunca me deu qualquer explicação. Saí porque precisava de me sentir novamente futebolista. Disseram-se muitas coisas estúpidas sobre mim. Muita gente falou sem saber. Foi um momento difícil e, em vez de apoio, recebi gozo», lembrou.
Baptista, que passou ainda por clubes como o Real Madrid, o Sevilha e o Arsenal, revelou que esteve perto do Inter de Milão quando José Mourinho treinada os nerazzurri.
«Cheguei a conversar com o clube, o Mourinho gostava muito de mim. Mas não deu em nada, a Roma queria muito dinheiro. O Inter acabou por contratar o Sneijder.»