Kvaratskhelia inaugurou o marcador no Qatar
Kvaratskhelia inaugurou o marcador no Qatar

PSG ainda frágil, mas fiel a si mesmo e... conquistador (crónica)

Campeão europeu e finalista vencido do último Mundial de Clubes precisou dos penáltis para confirmar superioridade, diante de um Flamengo que trocou o 'joga bonito' por uma estratégia à Diego Simeone

O PSG confirmou apenas nos penáltis uma justa vitória na Taça Intercontinental. Vitinha, João Neves e Nuno Mendes não perderam um único minuto, já Gonçalo Ramos só entrou para festa, depois de ter assistido a tudo desde o banco de suplentes. Safonov foi decisivo e defendeu quatro dos cinco tiros no desempate dos 11 metros.

Perante um Flamengo excessivamente defensivo, e a apostar no erro adversário — muito à Cholo Simeone, uma das muitas costelas de Filipe Luís, que ao longo da carreira bebeu de inúmeras influências —, os franceses — com alguns jogadores nitidamente fora de forma como o Bola de Ouro e Best Ousmane Dembélé — dominaram praticamente todo o encontro, ainda que sem criar muitas oportunidades até ao prolongamento.

Já os brasileiros não aproveitaram em três jogadas seguidas, dos 85 aos 87 minutos, o pouco que o campeão europeu lhes concedeu. Pedro e o ex-Sporting Gonzalo Plata desperdiçaram o melhor que o joga bonito, transformado em joga fechado, conseguiu criar. Para trás, aos 62 minutos, o empate tinha caído do céu, em forma de penálti. Um erro de abordagem de Marquinhos, que derrubou De Arrascaeta quando este se afastava da baliza.

DE ROSSI A SAFONOV

A tendência foi clara desde o primeiro minuto. Os de Luis Enrique, como se esperava, queriam a bola e o mais longe possível da sua baliza, todavia, os cariocas, quando esta sobrava para os seus pés, não a aguentavam muito tempo e raramente com qualidade.

Depois de um primeiro erro, salvo pelo VAR, aos nove minutos, Agustín Rossi ficou mal novamente na fotografia do 1-0, aos 38. Não foi a primeira vez que o guarda-redes argentino deu sinais de fragilidade esta temporada e, desta vez, não conseguiu travar um cruzamento de Doué para Kvaratskhelia, que emendaria ao segundo poste. Veio depois o intervalo, o penálti marcado por Jorginho, e os franceses voltariam a carregar.

Dembélé, aos 81, três minutos depois de entrar, mostrou que ainda não está bem. Mostrá-lo-ia no prolongamento e até nos penáltis, ao ser o único da sua equipa a falhar. Contudo, não foi o único a mostrar-se perdulário. Aos 90'+6, Marquinhos não conseguiu emendar perto da linha de golo, sem Rossi na baliza, e no tempo-extra, além do Bola de Ouro (116'), também Barcola (118') e Nuno Mendes (119') estiveram perto de evitar a lotaria, porém não acertaram no alvo. Rossi, reconheça-se, ainda se redimiu um pouco também com boa intervenção na última jogada.

Como não há só uma única forma de vencer, Matvei Safonov vestiu a camisola de super-herói para os pontapés dos 11 metros. Defendeu quatro — Vitinha e Mendes converteram — e o PSG conquistou a sua primeira Intercontinental, uma consolação pela final do Mundial de Clubes perdida no verão para o Chelsea.