Portugal está na final do Mundial sub-17!

Está feita a história! Pela primeira vez, Portugal chega à final do Mundial de sub-17, após uma vitória cheia de nervos no desempate por grandes penalidades sobre o Brasil, tetracampeão mundial deste escalão! No jogo de todas as decisões, a equipa de Bino Maçães vai jogar com a Áustria na próxima quinta-feira, dia 27, às 16.00 horas portuguesas.

Numa 1.ª parte muito dividida, com qualidade de jogo e muita vontade de ganhar dos dois lados, o primeiro aviso (10’) foi português. Anísio Cabral recolheu um cruzamento na área, dançou com a bola nos pés e disparou contra o corpo de Zé Lucas, que voou para cortar o perigoso remate.

Respondeu Dell (19’) com uma dupla-oportunidade assustadora para os lusos: o avançado soltou-se na área e atirou para uma grande defesa de Romário Cunha; na recarga, bateu o guardião português, mas não Martim Chelmik, que fez um corte fantástico quase em cima da linha de golo.

Entre nervos e alguns despiques, as equipas ficaram mais preocupadas em defenderem do que em atacarem. O Brasil controlou mais a bola, enquanto Portugal caiu demasiadas vezes no vício de lançar Aníso Cabral na profundidade, estratégia que trouxe poucos frutos.

As substituições de Bino Maçães deram nova vida a Portugal, que voltou a controlar o jogo após Santiago Verdi (62’) ameaçar de fora da área.

Houve depois polémica com o árbitro grego Vassilis Fotias. Luís Pacheco acertou com os pitons da chuteira no tornozelo de Duarte Cunha, Bino Maçães pediu ao árbitro para rever o lance, mas o juiz decidiu ficar-se pelo cartão amarelo, para incredulidade do banco português.

Anísio Cabral desperdiçou depois uma grande oportunidade, para desespero dos colegas de equipa. João Aragão (também entrou muito bem, vindo do banco) rodopiou sobre um adversário, ganhou metros e lançou Anísio na direita, mas o avançado do Benfica fez um cruzamento-remate que saiu pela linha de fundo.

Um remate acrobático de Zé Lucas (87’) disfarçou as dificuldades que o Brasil sentiu nos minutos finais, que foram de domínio português, ao qual escassearam oportunidades de golo.

O Brasil já tinha vencido por duas vezes, neste Mundial, no desempate por grandes penalidades: nos dezasseis avos (com o Paraguai, 5-4) e nos quartos de final (com a França, 4-3). E isso viu-se nas primeiras quatro cobranças que fez, todas elas perfeitas, tais como as de Portugal.

Até que no quinto penálti de Portugal (que bateu primeiro no desempate), o guarda-redes Romário Cunha quis fazer de Ricardo, mas atirou a bola para as nuvens - e por pouco que não fez o mesmo com o sonho português. Isto porque logo a seguir, com o apuramento canarinho nos pés, Ruan Pablo acertou no poste!

João Aragão fez o 5-4 na série de penáltis, Gabriel Mec repôs a igualdade e José Neto voltou a colocar a equipa das quinas na frente. E no penálti decisivo, Ângelo disparou por cima da baliza de Romário Cunha, que sentiu o peso do mundo sair-lhe dos ombros, enquanto os portugueses gritavam de alegria por um apuramento inédito.

A melhor participação de Portugal num Mundial desta categoria era o 3.º lugar alcançado em 1989, uma equipa que tinha Bino Maçães no plantel! Agora no papel de selecionador, o técnico pode fazer história frente à Áustria. Na próxima quinta-feira, Portugal poderá gritar pela primeira vez neste escalão, que é campeão do mundo!

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