O presidente do Estrela da Amadora, Paulo Lopo. Foto: Roberto Correia/Estrela da Amadora SAD

Paulo Lopo: Supertaça em modelo de «campeão de verão», entre outras possibilidades

Presidente do Estrela da Amadora abordou, junto de A BOLA, várias das ideias que defende para a reformulação das competições profissionais, entre elas Supertaça em formato 'final four', manutenção do número de participantes na Liga e Liga 2 e multiclubes

Paulo Lopo preside ao Estrela da Amadora, procurando defender os interesses dos tricolores na Liga, e em simultâneo propõe-se a liderar uma reforma nos modelos competitivos nas competições profissionais, como defendeu, de forma pública, na Cimeira de Presidentes e na apresentação do seu livro, Reformar para Vencer, na última semana.

Algumas das ideias englobam uma reformulação da Taça da Liga, que voltaria a contar com todos os emblemas que disputam a Liga e a Liga 2 e incluiria as equipas B de Benfica, Sporting e FC Porto em substituição das principais, evitando que a sobrecarga de jogos possa ser um problema a apresentar pelos grandes, mas o líder estrelista vai mais longe e, em conversa com A BOLA, incluiu a Supertaça nesse rol.

«Da mesma forma que a Taça da Liga criou o conceito de campeão de inverno, Supertaça devia ser o campeão de verão»

«Da mesma forma que a Taça da Liga criou o conceito do campeão de inverno, acho que essa competição devia ser o campeão de verão. E qual é a grande diferença? Ao campeão nacional e ao vencedor da Taça de Portugal, se introduzirmos os campeões da Liga 2 e Liga 3 – no fundo o campeão da Liga 3 nesse ano já é uma equipa de escalão profissional –, estamos a fazer uma competição entre todos os campeões dos competições portuguesas que estão no futebol profissional», explica.

Paulo Lopo propõe, por isso, tornar a Supertaça numa final four entre quatro campeões de modo a que, acrescenta, «possa ser um pouco mais alargado que um jogo só».

«Redução de clubes na Liga e Liga 2 seria boa para os grandes, mas não para o futebol»

O líder dos amadorenses mostra-se também totalmente contrário à ideia de uma possível redução de participantes nos quadros profissionais. «Parte das equipas grandes, por exemplo, o FC Porto, manifestou-se sobre isso na última Cimeira de Presidentes e gostaria de ver reduzidos os quadros competitivos da primeira e segunda Ligas», recordou, defendendo precisamente o oposto do que foi sugerido pelos dragões.

«Essa pode ser uma solução boa para eles, mas não é boa nem para os clubes de menor dimensão nem para o futebol no seu todo, porque a introdução das equipas B na Liga 2 foi benéfica e mantém-se há alguns anos. Chegaram a ser 24 equipas na Liga 2», lembrou.

«Na maior parte dos países da Europa é igual ou superior àquilo que temos hoje, não há nenhum exemplo de um campeonato de média/grande dimensão que tenha menos equipas que a nossa e ter menos equipas implica depois ter mais espaços sem jogos, o que do ponto de vista financeiro e desportivo é mau para as equipas», defendeu o presidente do Estrela.

«Se fosse presidente do Benfica, compraria menos jogadores e iria comprar clubes»

Por fim, Lopo defende que o futuro não muito distante do futebol nacional pode passar pelos multiclubes e não mostra dúvidas: «O primeiro clube português a fazer isso, naturalmente, vai tirar partido», assinalou, categórico.

«Eu, se fosse presidente de um clube grande, do Benfica, por exemplo, certamente eles iriam comprar menos jogadores por ano e iriam comprar clubes nos sítios importantes e onde há portugueses: nos EUA, Brasil, Luxemburgo, Suíça, França ou Alemanha, onde existe imigração», projetou.

«Se fosse o presidente do Benfica, teria essa estratégia de internacionalização da marca, naturalmente. Não havendo, para já, em Portugal, esse pensamento, o que vemos, se calhar, é uma visão contrária», lamentou, por fim, o presidente estrelista.

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