Patrícia Sampaio: «Paris é a minha cidade, é especial»
Desde sempre que a página pessoal de Patrícia Sampaio no Instagram se chama sampaiolovesjudo, Sampaio ama judo, como demostração da sua paixão pela modalidade. No entanto, a olímpica do Gualdim Pais deverá seriamente pensar em, sempre que chegar o momento de ir competir à capital francesa, deve alterá-la para sampaiolovesparis. Isto porque, Paris certamente que a ama.
195 dias depois de ali ter conquistado a medalha de bronze nos Jogos de Paris-2024, Patrícia (5.ª do ranking), de 25 anos, voltou a deixar a sua marca na cidade luz ao arrebatar o ouro no grand slam gaulês com vitórias por ippon nos três combates efetuados.
«Estava tão contente quando cheguei a Paris. Senti-me como quando vim para os Jogos, estava feliz de cá estar e entusiasmada por voltar à cidade onde fui mais feliz na minha carreira. Paris é a minha cidade. Espero que, agora, todas as cidades o sejam, mas Paris é especial», declarou Patrícia.
Na final, frente à israelita Inbar Lanir (3.ª), a judoca resolveu tudo com uma decisiva projeção a 1.43m do fim e quando a adversária — prata nos Jogos parisienses e campeã mundial em Doha 2023 — já somava dois castigos por falta de combatividade. O confronto entre as duas é claramente favorável à judoca nacional (5-2), mas havia perdido nas duas últimas ocasiões.
Sampaio somou assim o 12.º pódio no Circuito Mundial (2+1+9), mas a primeira vitória num grand slam, onde tem oito medalhas. Até ontem apenas vencera o Grand Prix de Portugal em 2023.
Em dezembro, na última prova da temporada de 2023/24, em vez de ficar a gozar as férias mais algum tempo e o êxito olímpico, a duas vezes campeã europeia júnior, não quis esperar tantos meses por Paris para o começo da nova época e foi ao Japão garantir um bronze no Grand Slam de Tóquio.
Valeu a pena. Agora surgiu imparável e contabilizou a 18.ª medalha de um português no Grand Slam de Paris, num total de 11 judocas que subiram ao pódio naquela que é considerada uma das mais difíceis e prestigiantes provas do Circuito. Porém, apenas Pedro Soares (1998), Telma Monteiro (2012, 2015), Bárbara Timo (2021) e agora Patrícia o fizeram para fazer soar A Portuguesa, que cantou com a mão sob no coração.
Até chegar à final, Patrícia, que ficou isenta da ronda inaugural, superar a neerlandesa Lieke Derks (29.ª) nos quatros de final, com uma imobilização, para depois, na semifinal, ultrapassar a veterana campeã francesa Audrey Tcheumeo (9.ª), duas vezes pódio olímpico (Londres-2012, Rio-2016) e quatro em Mundiais, o último prata em 2023. Tcheumeo viu-se eliminada com três castigos.
A uma vitória do pódio terminou o ex-bicampeão mundial dos -100 kg Jorge Fonseca (12.º) ao perder o combate para 3.º lugar, por imobilização a 49s do fim, ante o russo Arman Adamian (14.º).