Patrão da Pramac já revelou quem decide futuro de Miguel Oliveira
Miguel Oliveira continua sem saber, oficialmente, qual o seu futuro na próxima época. Apesar do contrato por mais um ano, o português sabe que está sob avaliação e que uma cláusula de desempenho poderá colocar em risco a sua continuidade na Pramac Racing. O australiano Jack Miller, por seu lado, acaba contrato mas os seus resultados são mais consistentes.
El director deportivo del #PramacRacing, Gino Borsoi, le puso presión a Jack Miller y Miguel Oliveira. 👀
— ESPN MotoGP (@MotoGP_ESPN) July 12, 2025
Dentro de muy poco habrá novedades… 🔥 pic.twitter.com/yNaZxjsuzX
Nos últimos dias, surgem com mais frequência notícias que apontam Miguel Oliveira como um forte candidato a ocupar uma possível vaga como piloto de testes de uma das equipas de fábrica na grelha do MotoGP. O português corre pela Prima Pramac com material de fábrica da Yamaha e pode suceder ao britânico Cal Crutchlow, piloto de testes da Yamaha desde 2021 e que acaba contrato no final da temporada. Outra das hipóteses levantada é o português seguir como reforço para o programa de testes da Aprilia ou até uma mudança para o Campeonato do Mundo de Superbikes (WSBK) dada a possível saída Jonathan Rea da equipa oficial da Yamaha.
OFFICIAL: Miguel Oliveira will join Pramac Yamaha for 2025 and 2026. Contract directly with Yamaha. pic.twitter.com/z4L6A8Wdbr
— Simon Patterson (@denkmit) September 5, 2024
A realidade, porém, é que a decisão ainda não foi anunciada e, o diretor da Pramac Gino Borsoi, explicou numa entrevista à Speedweek.com como está a lidar com a situação deixando vários elogios a Miguel Oliveira.
A lesão de Miguel Oliveira na Argentina, que o obrigou a perder três Grandes Prémios, terá sido prejudicial nesta avaliação. «Foi muito prejudicial para ele e, claro, para a equipa e para a Yamaha. Porque o Miguel não é apenas um ótimo profissional e uma ótima pessoa, eu também gosto muito de trabalhar com ele. Podemos falar abertamente sobre qualquer coisa; ele é muito educado, sabe como se comportar na boxe e consegue conversar com os técnicos. Não há muitos pilotos como ele», elogiou.
«É uma pena o acidente na Argentina, que não foi culpa dele, pois impediu-o de mostrar a sua verdadeira velocidade e contribuir com a sua experiência técnica para a Yamaha. Como piloto, ele é um piloto muito bom e era um dos pilotos de que a Yamaha precisava para desenvolver ainda mais esta moto. Mas as coisas não saíram como esperávamos para nenhum dos lados», explicou Borsoi. «Ele só conseguiu retomar o trabalho após a lesão, está a ficar mais rápido e recuperou o ritmo, mas infelizmente só na metade da temporada», lamentou.
Questionado se Miguel é um piloto que supera os problemas da moto ou se é um piloto que precisa de uma moto bem ajustada para ser rápido, o diretor respondeu: «Eu diria que ele precisa de uma moto bem ajustada para ser rápido.»
Quanto à decisão mais esperada, sobre quem vai ficar na Pramac em 2026, Gino Borsoi explica que a decisão não é simples, mas vai ser tomada em breve. «Neste momento, a coisa mais fácil empurrar a culpa de uns para os outros. Eu digo que a Yamaha decide, e a Yamaha diz que a Pramac decide, e assim continuamos», disse. «É uma decisão conjunta, como era antes, mas existem contratos. Atualmente, existem contratos com os nossos pilotos, e temos um prazo, e até que esse prazo expire, não podemos tomar nenhuma decisão. Por enquanto, temos de esperar para ver o que acontece.»
No paddock, a ideia de que a Yamaha prefere o australiano Jack Miller porque a sua «personalidade» pode obrigar Fabio Quartararo (Yamaha Racing) a sair da sua zona de conforto, tem ganho algum lastro, mas Borsoi não confirma. «Claro, existem outros critérios. Mas não acho que devamos explicar as nossas ideias e as avaliações dos nossos pilotos dessa forma. Isso é algo que precisa ser tratado internamente. Saõ o oposto, e é justamente por essa abordagem diferenciada que Oliveira e Miller foram escolhidos como pilotos para o projeto. Porque queremos uma moto que todos possam pilotar. Se observarmos o desenvolvimento da Ducati, veremos que ela começou como uma moto um tanto desafiadora, que poucos pilotos conseguiam pilotar. Agora, qualquer um que pilote esta moto pode ir rápido. Essa é a filosofia que implementamos desde o início neste projeto com a Yamaha. Duas personalidades completamente diferentes, nem parecidas em caráter nem em estilo de pilotagem. Se ambas conseguem ir rápido, temos uma moto que qualquer um pode pilotar rápido. Yin e yang, pode-se dizer assim», rematou.
A decisão, segundo o próprio, deverá ser anunciada depois das férias de verão que terminam no dia 17 de agosto com o GP da Áustria.