O renascer de um goleador no 'calcio': Vardy é o jogador do mês da Serie A
38 anos de idade, a irreverência do costume e, agora, jogador do mês da Serie A. Jamie Vardy está a renascer para o futebol (ou será que nunca o havia deixado?) e, após já ter apontado dois golos no início deste mês, na vitória por 3-1 frente ao Bolonha, foi esta quinta-feira escolhido como o melhor de novembro no campeonato italiano.
La favola non è finita, ha solo trovato un nuovo capitolo. 🔥
— Lega Serie A (@SerieA) December 11, 2025
Jamie Vardy è il Player of the Month di novembre 👑
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Em quatro jogos entre as jornadas 10 e 13 (Vardy disputou esta última já em dezembro, mas ainda contou para a análise, como explica a página oficial da Serie A), o inglês apontou três golos, dois frente aos bolonheses e mais um frente à Juventus. É, aos 38 anos, o segundo melhor marcador da recém-promovida Cremonese na Serie A, com quatro golos marcados, menos um que Bonazzoli, e é figura de destaque numa das equipas-sensação da liga: está em 9.º lugar, a quatro pontos de lugar europeu.
500 jogos pelo Leicester City ao longo de 13 anos e 200 golos marcados. Pelo meio, dois Championships, uma Taça de Inglaterra, uma Supertaça, um prémio de melhor marcador da liga inglesa e, claro, à frente de todos esses, a lendária conquista da Premier League, em 2015/16. A carreira de Vardy foi de baixos bem profundos a altos vertiginosos. Depois de só marcar cinco golos no ano em que os foxes estiveram quase a descer, ajudou-os a sagrarem-se campeões ingleses de forma épica. Depois de só marcar seis golos e de descer de divisão em 2022/23, liderou a equipa de volta à Premier League com 18 golos marcados na segunda divisão no ano seguinte, mais que qualquer colega.
Foi assim durante anos a fio para Vardy, que, no final de 2024/25, anunciou que, pela primeira vez desde 2012, não começaria uma nova temporada de raposa ao peito. A maior figura da história do Leicester, aquele que mais jogos fez e mais golos marcou pela equipa do King Power Stadium, anunciava a saída da cidade inglesa. Mas para onde?
Roterdão, Londres ou... um destino surpresa?
Aos 38 anos, baixar o nível não era opção para Vardy. A primeira opção foi sempre ficar em Inglaterra, mas nenhuma contratação se materializou, mesmo havendo o alegado interesse do Crystal Palace, o que garantiria continuidade na Premier League. O mercado de verão estava prestes a fechar quando o Feyenoord tentou contratar o inglês, numa iniciativa encabeçada por Robin van Persie, treinador da equipa de Roterdão e ex-avançado de Arsenal e Manchester United.
Por essa altura, porém, já Vardy tinha a vida orientada para 2025/26. A Cremonese tinha o sonho e alcançou-o, ao contratar o inglês para esta temporada, com mais uma de opção caso não desça de divisão. À 14.ª jornada, os sinais são muito positivos para o emblema recém-promovido, que é 9.º classificado da Serie A e está com uma margem de 10 pontos para a primeira equipa em lugar de descida, o Pisa.
O contributo de Vardy não é, então, de menosprezar. Jogou na terceira jornada do campeonato, voltou a ser suplente utilizado na sexta e desde a sétima que é titular e soma 90 minutos. Marcou à Atalanta, na ronda 8, o golo que valeu o empate, faturou na derrota por 1-2 frente à Juventus e, na 13.ª jornada, marcou dois golos decisivos na vitória por 3-1 frente ao Bolonha. Três pontos conquistados diretamente por causa do inglês, que já é escolha indiscutível para Davide Nicola.
Vardy foi eleito jogador do mês de novembro à frente de nomes como Lautaro Martínez ou Maignan. «Um jogador de outra era», como descreveu Luigi de Siervo, CEO da Serie A. O atacante, que continua a bater recordes: tornou-se, com o primeiro golo que fez ao Bolonha, no segundo jogador com mais de 38 anos a fazer três golos ou mais por uma equipa recém-promovida na liga italiana. O outro é Gianfranco Zola, que, em 2004/05, marcou nove golos pelo Cagliari.
A época ainda vai a pouco mais de um terço e, se Vardy continuar igual a si próprio, estes números prometem continuar a aumentar. No próximo mês faz 39 anos, mas promete não abrandar. E se a dieta pré-jogo, composta por café, Red Bull e uma omelete permanecer intacta, tal também parece tornar-se difícil.