Farioli fala das dúvidas em tornos dos avançados

O que percebeu dos Dragões de Ouro, um primeiro balanço e as dúvidas para o V. Guimarães: tudo o que disse Farioli

Treinador do FC Porto fez a projeção do encontro com o Vitória de Guimarães, da Taça da Liga

— Qual a ambição do FC Porto nesta Taça da Liga?

— Os últimos jogos foram para diferentes competições, há muitos livros em cima da mesa. Mas é outra prova, o desejo é fazer o melhor possível, compreendendo o momento da equipa, as necessidades que temos. Mas o objetivo é certamente dar o nosso melhor. Só vencemos uma vez desde 2019 e vamos tentar fazer algo diferente.

— Dado o calendário sobrecarregado, pretende fazer alguma gestão na equipa com o Vitória de Guimarães?

— Temos de fazer uma avaliação da equipa. Nos últimos dois jogos tivemos jogadores com alguns problemas, especialmente nos joelhos. Precisamos de avaliar isso antes de fazer o 11 inicial e de tomar decisões, para podermos ter balanço e preservar, acima de tudo, a integridade dos jogadores e a saúde física. E claro que o importante é vencer.

— Quantos avançados estarão disponíveis para este jogo?

— Estamos a trabalhar arduamente. Hoje a convocatória será feita mais tarde do que o habitual porque estamos a tentar de tudo para recuperar os jogadores para jogo. Talvez amanhã o jogo possa ser um pouco mais complicado do que o habitual, mas quem entrar em campo vai aproveitar a oportunidade e tentar fazer de tudo para seguir para a próxima ronda.

— Amanhã será o 20.º jogo do FC Porto na temporada. Que avaliação faz até agora?

— Muito positiva. Primeiro, tendo em conta o nível de comprometimento do grupo, a velocidade com que alteraram a mentalidade. Se voltar ao dia 15 de julho, a mentalidade dos jogadores, as emoções que aqui andavam... Acho que fizemos um bom trabalho. Graças aos jogadores, claro, e às pessoas que estão comigo todos os dias no Olival. O nível de comprometimento e amor a este clube é surreal, é algo que dá para perceber só de estarmos aqui todos os dias. Penso que fizemos o nosso trabalho em virar as coisas e seguir no caminho certo. Mas não podemos acreditar que o trabalho está feito quando vimos de duas temporadas onde as diferenças para o Sporting foram 29 pontos — as duas épocas juntas — e para o Benfica quase 20... Temos um enorme trabalho pela frente e temos de continuar a exigir em busca do objetivo.

— Vi-o emocionado e a sorrir na Gala Dragões de Ouro. Como viveu essa noite de união da família portista e aquele momento com o sócio mais antigo?

— Como experiência... eles disseram-me o que era, vi alguns vídeos das edições anteriores, mas viver esta experiência honestamente é algo único. Gostei muito, também porque já entendo mais português, digamos que percebi 90% dos discursos da noite. Quero juntar dois momentos: um foi o momento que tivemos no Museu quando chegámos, que nos ajudou a perceber o contexto e onde estamos; e do outro lado, aquela noite com todas aquelas emoções, a unidade do clube em termos de todas as modalidades, a participação e, mais uma vez, o amor por este clube é algo muito especial. Como disse, dentro de todos esses momentos, alguns foram verdadeiramente únicos. 

Diogo Costa disse que a equipa teve algumas dúvidas durante o jogo com o Estoril. Identificou essas dúvidas? É normal num jogo em casa?

 — Nunca é fácil ganhar jogos de futebol. Nunca. Se ficarmos nas últimas duas épocas e voltarmos à comparação com os rivais diretos... até agora temos uma diferença de +13 pontos neste curto espaço de tempo. Não digo isto para justificar nada, mas para dizer que jogamos jogos difíceis contra adversários difíceis, adversários que nos causam muitos problemas. O facto de estarmos a jogar de três em três dias é um extra que assumimos e com o qual temos de lidar. E depois, mérito para o adversário, porque acho que o Estoril fez um bom jogo, é uma equipa que se mexe muito e isso abriu oportunidades para eles e para nós. A realidade é que, com as oportunidades que tivemos, podíamos ter marcado dois ou três golos. Se tivéssemos marcado na primeira ação da segunda parte, quando estávamos 3 para 1 dentro da área, se calhar hoje estávamos aqui a falar de mais uma grande noite no Dragão. No final, tivemos de sofrer até ao último momento. Acho que é bom mostrar resiliência e capacidade de sofrimento quando é o momento de sofrer. E, como o Diogo disse, no final o mais importante é continuar a andar para a frente, ganhar jogos e, claro, desenvolver e melhorar as nossas exibições.

Diogo Costa tem sido titular no campeonato e Europa, Cláudio Ramos na Taça de Portugal. Agora na Taça da Liga, podemos esperar o João Costa na baliza?

— Fico contente que me pergunte isso porque é bastante raro ter três guarda-redes experientes, três guarda-redes que estão todos no grupo de capitães, jogadores que estão a elevar os padrões muito alto. Infelizmente vocês não podem estar connosco para ver como eles treinam e trabalham. Neste caso vou do João (Costa), ao Cláudio e ao Diogo. E isso, para mim, é algo absolutamente notável. São um exemplo incrível para todo o grupo, para os jovens jogadores. Vamos tentar dar a todos o que merecem. Como sabem, para o guarda-redes, infelizmente, só há um lugar livre. Amanhã tomarei a minha decisão.

— O Alan Varela está recuperado? Vai jogar amanhã?

— Está totalmente recuperado.

— Como avalia o desempenho do Vitória de Guimarães desde o primeiro jogo do campeonato?

Tiveram algumas adaptações, mudanças, mas estão num momento muito positivo. Vêm de grandes resultados na Liga e na Europa. É uma equipa que também na primeira mão (do campeonato) nos criou problemas. Espero que amanhã sejam muito competitivos. É outra equipa que pode apresentar cenários diferentes, uma equipa taticamente muito bem trabalhada, com capacidade de ajustar e adaptar ao adversário, e também de mostrar uma certa identidade no que querem fazer. Como sempre, é um jogo de xadrez, de acordo com o que eles vão fazer e o que nós queremos fazer, e tentar encontrar a contraposição adequada para uma equipa que, certamente como nós, quer passar.

— O que pode adiantar da condição física do Deniz Gul e do Luuk de Jong?

— São os dois jogadores que estamos a tentar recuperar, embora a situação não seja a mais fácil. Como disse, esta tarde será uma tarde ocupada para o nosso departamento médico, para tentarem fazer tudo o que for possível para eles melhorarem. Deixe-me dizer, acho que para o Luuk de Jong é um pouco mais complicado fazer parte do jogo. Com o Deniz Gul estamos a tentar tudo o que é possível.