Lage já venceu a Taça da Liga e pode vencer a Liga e a Taça de Portugal, mas não são os títulos que vão decidir se será uma boa época ou não.

O 'flop' que agora muitos querem, antes de um jogo que não é decisivo: tudo o que disse Lage

O Benfica não pode pensar já no dérbi, diz o treinador das águias que só quer falar de cartões amarelos para a semana

— A três jornadas do final do campeonato, que Estoril espera encontrar? 

— Espero um Estoril muito competente e motivado pelos últimos resultados. Trata-se realmente de um jogo difícil em que a concentração tem de estar no máximo. É um jogo importante, mas que não é decisivo. Seguramente para a semana direi outra coisa, mas agora o nosso foco, e o nosso compromisso, é no jogo com o Estoril. Temos de ter uma mentalidade vencedora, de enorme trabalho e com humildade vencer este adversário. 

Carreras está castigado e não vai jogar. Di Maria vai voltar à equipa? 

— São dois jogadores importantes pelo que têm feito, mas a nossa forma de encarar os jogos não é essa. Nós, em função dos jogadores que temos disponíveis, escolhemos a melhor estratégia e o melhor onze. O mais importante é olharmos e percebermos o momento de cada jogador, definir a melhor estratégia e escolher os que melhor interpretam o que queremos em campo. 

Que se passa com Bruma? Estava num excelente momento de forma antes do Dragão, mas depois passou a ter menos minutos.  

— O mercado de janeiro foi muito importante e permitiu-nos estar na posição em que estamos e o Bruma, em particular, fez isso. Teve uma entrada forte no plantel, já foi decisivo nos golos e assistências. Trouxe maior competitividade interna, o rendimento do Akturkoglu não é o do início da temporada e está num grande momento. Essa competitividade é muito importante para a equipa. Com o jogador não se passa nada, trabalha muito e bem para quando for chamado contribuir para ajudar a equipa a atingir os objetivos. 

O Estoril joga muito aberto e não tem medo de arriscar. É um jogo de maior incerteza por isso? 

— Por isso temos de conhecer bem o adversário e definir muito bem a estratégia, na sua dinâmica ofensiva e defensiva. Preparámos bem o jogo como fizemos na primeira volta. 

Hoje há uma notícia em Espanha que dá conta do interesse do Real Madrid no Carreras. Pedia-lhe um comentário e se já é oportuno falar da gestão do cartão amarelo? 

— Seguramente para a semana vou ter tempo para responder e acho que será o momento ideal para responder a essa questão... Quando cá cheguei o Carreras era um 'flop’ e hoje tem o Atlético Madrid e o Real Madrid interessados. Mas, o mais importante é aquilo que nós pensamos sobre o jogador. Ele dá um contributo muito importante à equipa. Arrisco-me a dizer, de cabeça, que é o jogador mais utilizado por nós, porque realmente é muito importante na nossa dinâmica. Estou muito satisfeito de trabalhar com ele.  

As declarações de compromisso do Carreras, em relação ao Benfica, deixam-no descansado?  

— O que me deixa descansado é a determinação com que ele treina diariamente e está focado em ajudar a equipa a conquistar os títulos.  

Como é possível tirar o dérbi da cabeça dos jogadores? 

— O futuro que mais interessa é o jogo de amanhã. É nisso que falamos, perspectivando o jogo e entender como é que o vamos vencer. 

Como é que o balneário vive este momento final do campeonato? 

— O balneário tem estado igual nas últimas semanas, 'um dia à la vez'. É concentração máxima no trabalho e vontade tremenda de vencer os jogos. 

Já falou que quando chegou o Carreras era um ‘flop’, e hoje tem o Atlético de Madrid e o Real Madrid atrás dele. Se olhar para trás, que Benfica era o que encontrou e que Benfica é este que a três jornadas no fim pode ser campeão nacional? 

— Apenas sobre o Carreras disse isso porque eu não conhecia o jogador e era o que eu lia sobre ele. Desde o primeiro momento senti a equipa muito dedicada e tenho feito esse elogio aos jogadores, particularmente aos mais velhos e aos mais titulados. Sente-se no olhar a vontade deles seguirem a mensagem da equipa técnica. Por isso, o que eu senti, desde o primeiro momento, foi uma enorme vontade em querer perceber as nossas ideias, em querer perceber a nossa forma de jogar e depois a ambição deles, ambição da equipa técnica e da estrutura em vencer títulos. Porque nós sabemos muito bem o que é estar no Benfica. Nós temos que entregar resultados e é isto que nós temos que fazer nos próximos quatro jogos. Nós temos que entregar títulos e o que eu quero é ajudar a entregar títulos aos benfiquistas. 

O Bruma tem tido menos minutos nos últimos jogos e em contrapartida o Schjelderup tem tido mais minutos. Há cerca de uma semana disse que teve uma conversa dura com o Schjelderup. Quer desvendar-nos um pouco dessa conversa? 

— A conversa que eu tive com ele não foi nesse sentido. Não foi dura. Duras foram as críticas que o Andreas [Schjelderup] sofreu a seguir ao jogo. Aqui foi de confiança e de que continuo a confiar muito nele. Nós não podemos jogar com toda a gente. Os alas são jogadores de enorme qualidade e uns conseguem interpretar momentos diferentes do jogo. Isso dá-nos a oportunidade de poder gerir o jogo como queremos. Temos jogadores que jogam melhor entre linhas, temos jogadores que jogam melhor a atacar à profundidade, outros que jogam melhor em transição e jogadores que são melhores na forma como queremos posicionar-nos. Nós temos que decidir a cada momento os que começam e os que podem depois entrar. Uns vão tendo mais minutos e outros menos. O importante é eles sentirem a confiança do treinador. Não há problema nenhum com nenhum jogador. Eles só têm  de continuar a trabalhar e a cada momento em que são chamados, contribuir.

Tendo em conta tudo o que fez desde que chegou ao Benfica, são os títulos que vão decidir se será uma boa época ou não? Ou esta transformação já transforma a época em positiva? 

— Tenho a certeza que não são estes quatro jogos que vão fazer de mim melhor ou o pior treinador. O que vai acontecer no final é nós termos mais títulos ou os mesmos títulos. Sinto é que toda a gente está com humildade suficiente para fazer as coisas bem. Para amanhã chegarmos lá confiantes, humildes, trabalhadores e dedicados para fazer um grande jogo contra esta equipa do Estoril, pois é um jogo muito difícil e muito importante para nós.