David Beckham (Imago) - Foto: IMAGO

«Não teria tido sucesso na carreira sem o 'amor duro' do meu pai e de Ferguson»

David Beckham elege o pai e o antigo treinador no Manchester United, Alex Ferguson, como as figuras maiores da sua formação enquanto jogador. 

Em entrevista ao jornal espanhol Marca, a propósito da estreia de um documentário sobre a sua vida e carreira na plataforma de streaming Netflix, o antigo futebolista diz que não se arrepende de nada. 

«O amor duro que recebi do meu pai e de Sir Alex Ferguson foi o que me tornou jogador, foi o que me tornou pessoa. Se eu olhar mais a fundo para a forma como o meu pai era comigo, e o quão duro ele era comigo... Havia muito amor na nossa casa na nossa família, mas o meu pai talvez tenha percebido o que eu enfrentaria no futuro. Houve momentos na minha carreira que foram muito difíceis. E talvez se meu pai não tivesse sido tão duro comigo, como jogador, como criança, talvez eu não tivesse superado esses momentos. Consegui tornar-me não uma pessoa fria, mas capaz de bloquear isso. Consegui entrar num campo de futebol sem me preocupar com mais nada além de jogar. Talvez tenha sido isso que me tornou um jogador. Depois, quando me mudei para Manchester, Sir Alex Ferguson assumiu essa função. Seguramente não teria tido a carreira que tive sem pessoas tão duras como Sir Alex e meu pai», explica. 

Apesar de se definir como «frio», é também capaz de se emocionar.  «Mas sou uma pessoa emotiva e quando penso na minha carreira e em certos momentos da minha carreira com Sir Alex Ferguson e com os companheiros com quem joguei, fico quase tão emocionado com esses momentos como quando falo sobre os meus pais ou a minha família. Toda a gente sabe o que o futebol significa para mim. Passar por todos aqueles altos e baixos que vivi ao longo da minha carreira, seja na saída do Manchester United, na mudança para a América, na reforma há dez anos, foram todos grandes momentos e, olhando para trás, não percebi o quão grandes foram. Nunca olhei para trás. É algo que Sir Alex dizia sempre: aproveita o momento para depois recomeçarmos. E acho que tenho sido assim durante toda a minha carreira. Nunca tive tempo para me sentar a ver jogos e golos e refletir sobre os momentos mais importantes», recorda.