Ruben Amorim, treinador do Manchester United
Ruben Amorim, treinador do Manchester United - Foto: IMAGO

«Na temporada passada ia para os jogos preocupado, agora...»

Ruben Amorim diz estar «entusiasmado» com nova época e conta com os reforços de cabeça fresca para ajudar

Ruben Amorim acredita no novo Manchester United. Agora que teve tempo para preparar a equipa à sua imagem – e o mercado ainda não fechou – o treinador português aposta num United diferente da época passada, renovado com Benjamin Sesko, Matheus Cunha, Diego Leon e Bryan Mbeumo, além de várias saídas.

Em entrevista ao canal Sky Sports, falou de como está preparado para defender o grupo esta temporada, já criticado depois do jogo de estreia com o Arsenal, devido ao erro defensivo de Altay que possibilitou o golo dos londrinos num canto.

«Falei com os jogadores e sei que, quando vês tantas críticas, ficas chateado – e isso é normal. Para mim, a única forma de me proteger e de proteger os meus jogadores é dizer-lhes para não verem nada. Tens de ser como um monge, especialmente quando há problemas, e então tento apresentar os factos, porque às vezes há uma narrativa que não é verdadeira. O Altay cometeu um erro, mas no ano passado fez exibições muito boas, por isso tento transmitir isso aos jogadores e combater essa narrativa», explicou.

A única forma de me proteger e de proteger os meus jogadores é dizer-lhes para não verem nada. Tens de ser como um monge

Apesar da derrota, ficou um sentimento de que a equipa jogou bem frente ao Arsenal – pelo menos melhor em relação a alguns momentos da época passada – e isso deu alento ao treinador.

«Na temporada passada, às vezes ia para os jogos preocupado, mas agora estou entusiasmado — é completamente diferente. Sofremos tanto juntos, isso pode unir as pessoas — o espírito está mesmo bom. Quando sentes que a equipa está a jogar bem, ganhas confiança e sentes-te mais livre para jogar, e se te sentes mais livre para jogar, estás mais feliz. Se estás mais feliz, o teu dia a dia é melhor — é como uma bola de neve», afirmou.

Reforços sem 'cicatrizes'

Amorim comentou sobre o que podem Matheus Cunha Brian Mbeumo dar ao grupo e à equipa. «Temos opções diferentes este ano, mas às vezes o futebol é mais do que aquilo que se passa dentro de campo», disse Amorim. O Mbeumo e o Cunha chegaram num momento em que o espírito é diferente, o ambiente é diferente — às vezes temos muitos jogadores com muita qualidade, mas as cicatrizes estavam lá e isso influenciava a dinâmica da equipa. Eles podem ajudar-nos, não só dentro de campo, mas fora dele também. Sinto que os jogadores estão mais livres porque eles [Mbeumo e Cunha] não estiveram cá nos momentos muito, muito difíceis — estão a ver algo diferente.»

Outra aposta foi Sesko, que Amorim espera ver em Old Trafford durante muito tempo.

«Quando estás num clube como este, queres ter os melhores jogadores, mas também tens de imaginar o futuro. Isso é muito entusiasmante — gosto de conhecer os jogadores, gosto de ver vídeos dos jogadores e tentar obter toda a informação, mas queremos sempre essa confirmação, e senti que o Sesko era ainda melhor do que aquilo que eu pensava», começou por analisar.

«Sesko vai ser o nosso avançado durante muitos, muitos anos»

«Tenho de ter cuidado — o Sesko vai ser o nosso avançado durante muitos, muitos anos, por isso é preciso colocar isso na cabeça dele e deixá-lo assentar, manter-se calmo e desfrutar do seu dia, porque ele é mesmo obcecado. Estou muito feliz — não só com ele, mas também com o Cunha, o Diego (Leon) e o Mbeumo — sabemos que temos os jogadores e sabemos que, no nosso futuro, vamos ter essa base, e isso é mesmo muito importante para nós.»

O Manchester United vai a Londres defrontar o Fulham este domingo.

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